Autores
- RAQUEL RAMOSUSPEmail: raquel_ramos@usp.br
- GABRIEL PEREIRAUFSJEmail: pereira@ufsj.edu.br
- PAULO RUFINOUSPEmail: paulorufino@usp.br
- ISADORA CARDOSO DE ASSIS CORREAUFSJEmail: isadorassis@gmail.com
Resumo
O Pantanal é uma das maiores áreas úmidas de água doce do mundo. A variabilidade
espacial e temporal de áreas é um fator chave para a preservação e gestão da
flora e fauna deste hotspot de biodiversidade e, portanto, sua dinâmica é
crucial para manter os serviços ecossistêmicos. Neste estudo, as áreas inundadas
foram derivadas de séries temporais de imagens de satélite Landsat para as
décadas de 1985 a 2020 por meio de ferramentas analíticas de big data. Os dados
de precipitação foram provenientes do satélite ERA5.
Durante o período analisado, o maior evento de inundação ocorreu em 2015
cobrindo uma área de 50.119 km², seguido de 1985, com 50.028 km²
(respectivamente 33,33% e 33,27% da área total do Pantanal). O ano com menor
área inundada foi 2020 (10.668 km²), 63% menor quando comparado com a média do
período. O Pantanal é uma zona úmida sazonal, portanto, a precipitação tem um
papel significativo no pulso de inundação.
Os dados de precipitação anual extraídos do ERA5 possibilitaram avaliar a
dinâmica de precipitação da Bacia do Alto Paraguai (BAP). O Pantanal apresentou
uma grande variabilidade acumulada na precipitação anual, por exemplo, em 1985 e
2005, a quantidade total de chuvas variou de 2.378 mm a 2043 mm, em 1995 e 2015,
a quantidade de chuvas variou de 1.847 mm a 1743 mm respectivamente. O ano de
2020, apresentou a menor quantidade de chuvas para o período chuvoso, explicando
a menor área inundada anual para este ano. A dinâmica das cheias também é
afetada pela morfologia do sistema deposicional moderno do Pantanal, que é
composto por grandes megaleques criados por vários rios distributivos, e por
neotectônica que gera movimentos diferenciais de blocos criando áreas mais
baixas que determinarão como o pulso de inundação se move espacial e
temporalmente. Portanto, a compreensão e análise desse dinamismo torna-se
indispensável ferramenta para o ordenamento do poder público na elaboração de
políticas para a ocupação e o desenvolvimento.
Palavras chaves
Sensoriamento Remoto; Áreas alagadas; Precipitação