Autores
- ISABEL CRISTINA MOROZ - CACCIA GOUVEIAFCT - UNESPEmail: isabel.moroz@unesp.br
- MARIANO ARAÚJO CACCIA GOUVEIAFCT - UNESPEmail: mariano.gouveia@gmail.com
- Everton Henrique Gonçales CARDOSOFCT - UNESPEmail: evertonhgcardoso@gmail.com
- JOSÉ MARIANO CACCIA GOUVEIAFCT - UNESPEmail: mariano.caccia@unesp.br
Resumo
A pesquisa objetivou a projeção de cenários para a redução de perdas de solo por 
erosão laminar na Área de Proteção Ambiental do Timburí, no município de 
Presidente Prudente, no oeste do estado de São Paulo. Utilizando-se da 
ferramenta computacional InVEST, que emprega a Equação Universal de Perdas de 
Solo, o estudo apresenta uma análise comparativa de estimativa de perdas de 
solos por erosão laminar e exportação de sedimentos no cenário atual de uso e 
cobertura da terra (Cenário A), e em um cenário com a restauração da vegetação 
florestal em APPs fluviais e a formação de corredores ecológicos para 
estabelecimento de conexões entre os fragmentos florestais remanescentes 
(Cenário B). Os resultados demonstram que na transição do Cenário A para o 
Cenário B há reduções de 12,50% até 22,86% nas perdas de solos nas sub-bacias 
hidrográficas. Em relação ao aporte de sedimentos para os canais fluviais, na 
transição do Cenário A para o Cenário B há reduções de 13,76% até 43,15%.
Palavras chaves
EUPS; Erosão laminar; Restauração de APPs; Corredores Ecológicos; APA Timbu
Introdução
O processo de degradação dos solos em áreas rurais cresce de forma preocupante, 
com reflexos diretos no assoreamento e contaminação de corpos e cursos d’água 
das mais diversas dimensões. Com efeito, tem-se impactos de toda ordem na saúde 
humana e animal, no fornecimento de água para o abastecimento público, em 
projetos de irrigação e geração de energia, na conservação de estradas, pontes e 
demais estruturas rurais. Igualmente, verificam-se reflexos na perda de áreas 
agrícolas e em sua fertilidade, com o empobrecimento econômico e ambiental de 
diferentes setores da sociedade.  
Desse modo, a erosão dos solos deve ser considerada um problema simultaneamente 
político, econômico e social, sendo dever do Estado participar ativamente de 
diagnósticos e programas de recuperação. Contudo, verifica-se que as principais 
regiões afetadas por processos erosivos são aquelas com menor dinamismo 
econômico, falta de assistência técnica e acesso insuficiente a créditos para 
pequenos produtores (GUERRA, 1995). Pruski (2006) destacou que o Brasil 
apresentou perdas de solo por processos erosivos em áreas de lavouras e 
pastagens da ordem de 822,7 milhões de toneladas anuais, com prejuízos de US$ 
1,5 bilhões em perda de nutrientes, US$ 3 bilhões em perdas na safra 
(necessidade de reposição de nutrientes e a queda na produtividade) e US$ 1,31 
bilhões com impactos ambientais indiretos (manutenção de estradas, tratamento de 
água, recuperação da capacidade de reservatórios, irrigação e recarga de 
aquíferos etc.).
Os processos de erosão hídrica, comuns no meio tropical úmido, tem início pela 
ação do impacto das gotas de chuva no terreno, sobretudo quando está 
desprotegido de vegetação, desprendendo partículas constituintes do solo. Com 
condições favoráveis de escoamento superficial das águas, difuso ou concentrado, 
tende-se a aumentar o transporte de partículas. O escoamento superficial difuso 
é responsável pela erosão laminar ou em lençol, retirando a camada superficial 
do solo de maneira quase homogênea, de modo lateral ou em pequenos filetes 
(DAEE, 1990). Já no caso do escoamento superficial concentrado, verifica-se a 
presença de processos erosivos lineares, com a formação de sulcos, ravinas e 
voçorocas. Este último, com grande complexidade de processos em razão da ação 
conjunta das águas superficiais e subsuperficiais (RODRIGUES, 1982).
São poucos os estudos efetuados com o objetivo de estimar as perdas de solo e os 
impactos em relação aos recursos hídricos de processos erosivos laminares, sejam 
em áreas rurais ou urbanas. Cabe destacar que, embora mais comum e evidentes em 
áreas rurais, a ação da erosão laminar em áreas urbanas também contribui para o 
assoreamento dos cursos d’água e reservatórios de abastecimento, mesmo que de 
maneira mais sutil (PEREIRA & MOROZ-CACCIA GOUVEIA, 2017).
De acordo com estudo elaborado Pereira (2021) a UGRHI 21 (Rio do Peixe), onde se 
insere a área de estudo, apresenta 18% de sua área com perdas de solo baixas (0 
a 10 t.ano/ha), 7% com perdas de solo moderadas (10 a 50 t.ano/ha), 8% com 
perdas altas (entre 50 a 100 t.ano/ha) e 67% com perdas muito altas (>100 
t.ano/ha). Já no município de Presidente Prudente – SP, Gouveia et al. (2019) 
estimaram que mais da metade do município (51%) apresenta perdas de solo baixas, 
37% registra perdas moderadas, 4% apresenta perdas altas, e 8% perdas de solo 
consideradas muito altas.
Nesse contexto, esta pesquisa apresenta uma análise comparativa da estimativa de 
perdas de solos por erosão laminar e exportação de sedimentos na Área de 
Proteção Ambiental do Timburi, município de Presidente Prudente - SP. Para o 
Cenário A, considera-se o atual de uso e cobertura da terra. Já no Cenário B, 
projeta-se uma situação de restauração da vegetação florestal em APPs fluviais e 
a formação de corredores ecológicos para estabelecimento de conexões entre os 
fragmentos florestais remanescentes.
Material e métodos
Para a estimativa de perdas de solos anual e para a estimativa de aporte de 
sedimentos foi utilizado o módulo SDR (Sediment Delivery Ratio) da ferramenta 
InVEST (TALLIS et al., 2012), que determina a perda de solos por erosão laminar 
a partir da aplicação da Equação Universal de Perdas de Solos (EUPS) .
Segundo Bertoni & Lombardi Neto (1985, p.250), a equação desenvolvida por 
Wischmeier & Smith (1978) é expressa da seguinte forma:
A = R.K.L.S.C.P
Sendo: 
A - Perda de solo calculada, em t/ha.ano;
R - fator erosividade, índice de erosão pela chuva; 
K - fator erodibilidade dos solos face suas características físicas; 
L – índice relativo ao comprimento da vertente ou rampa; 
S – índice relativo à declividade média da vertente ou rampa; 
C – índice relativo ao uso e manejo da terra; e,
P – índice relativo às praticas conservacionistas adotadas.
A partir da integração de dados morfométricos (declividades e comprimento de 
rampa), de precipitações (erosividade), das propriedades dos solos 
(erodibilidade) e dos padrões de uso e ocupação da terra, esse módulo permite 
calcular a perda de solo média anual de cada parcela de terra, além de 
determinar o quanto de solo pode chegar a um determinado ponto de interesse, 
como, por exemplo, o exutório de uma determinada bacia hidrográfica, conhecendo 
a capacidade de cada parcela para reter sedimentos (THOMPSON & FIDALGO, 2013).
Os dados de entrada requeridos pelo InVEST, bem como os produtos cartográficos 
finais foram preparados no ArcGIS® 10.1. 
Os dados referentes à erosividade (fator R) devem ser apresentados na forma de 
um mapa isoerodente, em formato raster. Para a elaboração deste mapa, utilizou-
se os dados de erosividade obtidos através do programa NetErosividade-SP  
(GPRH/UFV – IAC) referentes a 8 estações pluviométricas da região . O valor do 
índice de erosividade (MJ mm ha-1 h-1 ano-1) depende da duração e intensidade da 
chuva.
Em relação à erodibilidade (Fator K), determinada pelo potencial de desagregação 
das partículas constituintes do solo, utilizou-se o esboço pedológico do 
município de Presidente Prudente (1:25.000) de Fushimi e Nunes (2015). O fator K 
foi atribuído para cada classe de solos de acordo com Bertoni e Lombardi (1985), 
Silva e Alvares (2005) e Pulido Gómez (2012). O mapa foi convertido para o 
formato raster e reclassificado com base nos valores de erodibilidade (Mg ha h 
MJ-1 mm-1). 
Os dados morfométricos (Fatores LS) são obtidos automaticamente pelo InVEST a 
partir de Modelo Digital de Elevação (MDE) e, para a presente pesquisa, 
utilizou-se os dados fornecidos pelo projeto TOPODATA (Banco de dados 
geomorfométicos do Brasil) . 
Para os fatores C e P, no Cenário A utilizou-se o Mapa de Uso da Terra em escala 
de 1:1.500, elaborado por Gouveia (2022), a partir de imagens Google Satellite 
de 20/12/2020. Além do mapa de uso e cobertura da terra em formato raster, o 
InVEST requer também uma tabela em formato CSV (EXCEL®) com os valores dos 
fatores C e P para cada categoria de uso e cobertura da terra. Estes valores 
foram atribuídos de acordo com Bertoni e Lombardi Neto (1985), Sivertun e Prange 
(2003) e Ribeiro e Alves (2007). 
Para o Cenário B, foram utilizados os mesmos parâmetros e produtos cartográficos 
para os Fatores R, K e LS. Apenas o Mapa de Uso da Terra (Fatores C e P) foi 
modificado. Foram utilizados buffers de 30m para as margens dos rios com 
larguras até 10m referentes às APPs fluviais e o Mapa de Áreas Prioritárias para 
Restauração e Implementação de Corredores Ecológicos na APA Timburi, elaborados 
por Gouveia (2022). Os usos e coberturas atuais das áreas de APPs e áreas 
indicadas como prioritárias para a restauração foram substituídos por vegetação 
florestal, como se estas de fato estivessem ali instaladas. 
O módulo SRD solicita ainda a divisão da área em sub-bacias hidrográficas em 
formato shape, que serão analisadas quanto à produção, exportação e retenção de 
sedimentos para determinado ponto de interesse. 
Resultado e discussão
A APA do Timburi (Figura 1) localiza-se na porção centro-oeste de Presidente 
Prudente, ao norte da área urbana central do município. Abriga afluentes do 
Ribeirão Mandaguari, importante contribuinte do Rio do Peixe, que é responsável 
por 70% do abastecimento de água do município.
A Área de Proteção Ambiental foi criada pela Lei Complementar Municipal Nº 235, 
sancionada em 17 de março de 2019 (PRESIDENTE PRUDENTE, 2019), tendo como 
objetivos: proteger a biodiversidade, favorecendo a conectividade dos fragmentos 
florestais remanescentes por meio da consolidação de corredores ecológicos; 
proteger os recursos hídricos e os remanescentes da vegetação natural; proteger 
as sub-bacias hidrográficas do Rio do Peixe, contribuintes para o abastecimento 
de água potável do município; e, promover a melhoria da qualidade de vida da 
população residente na área. (PRESIDENTE PRUDENTE, 2019; LC 235/19, Art.3º apud 
GOUVEIA, 2022).
De acordo com Ross e Moroz (1997), o município insere-se na unidade 
morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paraná, na unidade morfoescultural do 
Planalto Ocidental Paulista, mais especificamente na sub-unidade Planalto 
Centro-Ocidental.
O Planalto Centro-Ocidental foi esculpido principalmente sobre os arenitos da 
Formação Adamantina e secundariamente, arenitos da Formação Santo Anastácio 
(IPT, 1981), e caracteriza-se por formas de relevos denudacionais, cujo modelado 
ou tipos de formas do relevo constitui-se basicamente em colinas amplas e baixas 
com topos convexos ou topos tabulares, com entalhamento dos vales geralmente 
inferiores a 20 metros e dimensões interfluviais médias, entre 1.750 e 3.750 m 
(ROSS; MOROZ, 1997).
	Segundo Ross e Moroz (1997) por apresentar formas de dissecação baixa e 
vales pouco entalhados, esta unidade apresenta nível de fragilidade potencial 
baixo, nos setores aplanados dos topos das colinas. Entretanto, em face das 
características texturais dos solos, predominantemente arenosos, os setores mais 
inclinados das vertentes são extremamente suscetíveis aos processos erosivos. Na 
APA do Tiburi as declividades predominantes situam-se entre 6 a 20%.
Em relação aos solos, de acordo com mapeamento de Fushimi e Nunes (2015), na 
área ocorrem Argissolos. Latossolos e Gleissolos.
Segundo Amorim e Monteiro (2011), Presidente Prudente apresenta clima tropical, 
com duas estações definidas, um período de verão/outono, mais quente 
(temperaturas médias das máximas entre os 27 °C e 29 °C) e muito chuvoso (entre 
150 e 200 mm mensais) e invernos amenos (com temperaturas médias das mínimas 
entre os 16 °C e 18 °C) e menos úmidos (chuvas mensais entre os 20 e 50 mm).
Quanto à cobertura da terra (Cenário A), Gouveia (2022) aponta que a vegetação 
florestal ocupa 14,40% do total da APA, enquanto que a vegetação arbustiva 
representa 5,05%. Quanto aos usos, predominam áreas de pastagens (72,2%). A 
monocultura de cana de açúcar ocupa 1,91%, a silvicultura corresponde a 1,17% da 
área total e também foram identificados vários outros usos, como por exemplo, o 
plantio de batata doce, mandioca, horticultura, coco e citricultura, com uma 
percentagem de 0,75%, 0,35%, 0,27%, 0,12% e 0,06%, respectivamente. Gouveia 
(2022) identificou ainda áreas com solo exposto e áreas com erosão laminar e 
linear inseridas, em sua grande maioria, em áreas de pastagem.
Conforme mencionado, para o Cenário B os usos e coberturas atuais das áreas de 
APPs e áreas indicadas como prioritárias para a restauração por Gouveia (2022) 
foram substituídos por vegetação florestal, como se estas de fato estivessem ali 
presentes, conforme se observa na Figura 2.
No Cenário A, as áreas de APPs com cobertura florestal perfazem 358,31 ha e os 
fragmentos florestais fora das APPs correspondem a 307,18 ha, totalizando 665,49 
ha. No cenário B, Gouveia (2022) propõe a recuperação de 636,24 ha nas APPs e 
140,14 ha. para a implantação de corredores. Desse modo, as áreas de cobertura 
florestal teriam um acréscimo de 116,66%.
A Figura 3 apresenta os mapas de estimativa de perdas de solo por erosão laminar 
para o Cenário A (situação real) e para o Cenário B (situação hipotética).
Considerando os graus de erosão com base em FAO , UNEP  e UNESCO (ALMOROX, 1994; 
VALENTE et al., 2001 apud PEREIRA, 2014), a APA do Timburi, no Cenário A 
apresenta 30% de área com grau de erosão Baixo (0 – 10 t/h.ano), 37% com grau 
Moderado (10 – 50 t/h.ano), 28% com grau Alto (50 – 100 t/h.ano) e 5% com grau 
Muito Alto (>100 t/h.ano). No Cenário B, observa-se que a porcentagem de áreas 
que apresentam grau de erosão Baixo eleva-se para 42%, enquanto que as áreas com 
grau Moderado, Alto e Muito Alto diminuem para 31%, 23% e 4%, respectivamente.
A análise comparativa de perdas de solo por sub-bacias hidrográficas explicita a 
redução de erosão resultante das mudanças de uso e cobertura da terra proposta 
no cenário B. Verificou-se que todas as sub-bacias apresentaram reduções de 
perdas de solos no Cenário B. A seguir, apresentam-se as modificações em cada 
sub-bacias:
- Sub-bacia 1 – redução de 22%
- Sub-bacia 2 – redução de 21,21%
- Sub-bacia 3– redução de 20,93%
- Sub-bacia 4 – redução de 18,60%
- Sub-bacia 5 – redução de 12,50%
- Sub-bacia 6 – redução de 12,82%
- Sub-bacia 7 – redução de 22,86%
Observa-se que a sub-bacia 7 foi a que obteve maior redução de perda de solo 
(22,86%), enquanto que na sub-bacia 5, apresentou a menor redução (12,50%). Para 
a área total da APA do Timburi, obteve-se uma redução 18,80% na produção de 
sedimentos.
Em relação à mitigação do assoreamento dos canais fluviais com a efetivação das 
mudanças propostas por Gouveia (2022), observa-se no cenário B a redução das 
taxas de exportação de sedimentos em todas as sub-bacias:
- Sub-bacia 1 – redução de 43,15%
- Sub-bacia 2 – redução de 37,24%
- Sub-bacia 3– redução de 34,42%
- Sub-bacia 4 – redução de 29,87%
- Sub-bacia 5 – redução de 26,03%
- Sub-bacia 6 – redução de 13,76%
- Sub-bacia 7 – redução de 31,50%
Observa-se que a sub-bacia 1, no Cenário B, apresenta uma redução de 43,15% na 
exportação de sedimentos, representando o melhor resultado caso as APPs sejam 
recuperadas e os fragmentos florestais sejam ampliados. No caso de implementação 
das propostas de Gouveia (2022), a APA do Timburí reduzirá em 30,84% sua 
contribuição de sedimentos para os canais fluviais.
Em estudo aplicado para todo o município de Presidente Prudente, Gouveia et al 
(2019) indicaram reduções de 15,8% nas perdas de solos anuais e de 49,05% na 
exportação de sedimentos, num cenário de recomposição total da vegetação 
florestal das APPs. Na bacia hidrográfica do Ribeirão Mandaguari, onde se 
localiza a APA Timburi, os autores indicaram reduções de 19,05% nas perdas 
anuais de solo e de 50,0% na exportação de sedimentos num cenário hipotético, 
com cobertura florestal nas APPs.
Pereira (2021), em simulação de cenário de recomposição total da cobertura 
florestal das APPs em toda a bacia hidrográfica do Rio do Peixe, indicou redução 
de 7,14% nas perdas de solo e de 12,03% na exportação de sedimentos. No baixo 
curso do Rio do Peixe, onde se localiza a área de estudo, verificou-se redução 
de 7% nas perdas de solo e de 13% na exportação de sedimentos.
Esses resultados explicitam a importância da preservação e restauração da 
vegetação florestal das APPs, e demonstram o papel que estas exercem na redução 
de perda de solos por processos de erosão laminar. Assim, elevam-se os serviços 
ambientais prestados em relação à quantidade e qualidade dos recursos hídricos, 
reduzindo o assoreamento dos canais fluviais, garantindo menor amplitude de 
vazões entre os períodos secos e úmidos, e assegurando a perenização de 
nascentes e canais fluviais de pequena ordem.

Organização dos autores

Cobertura Florestal no Cenário A e Cobertura Florestal no Cenário B, com a restauração florestal das APPs e implementação de Corredores Ecológicos. Fonte: Gouveia (2022). Organização dos autores.

Estimativas de perdas de solo por erosão laminar nos cenário A e B. Fonte: os autores
Considerações Finais
Os resultados apresentados por esta pesquisa evidenciam de modo quantitativo a 
existência de diferenças significativas entre os dois cenários analisados (A e 
B), enfatizando a importância desempenhada pela cobertura arbórea, seja em 
corredores ecológicos ou na recuperação de áreas de preservação permanentes, com 
reflexos diretos na redução de processos erosivos laminares, mitigação da perda 
de solos, na retenção de sedimentos e impactando na qualidade e disponibilidade 
de recursos hídricos.
O Cenário A, verificado na realidade, apresenta áreas com cobertura florestal 
parcial dentro das APPs fluviais e fragmentos de cobertura florestal fora delas, 
perfazendo um total de 665,49 ha.. Já o cenário B simula a completa recuperação 
das APPs fluviais, bem como a indicação de corredores localizados fora das APPs, 
gerando um incremento de 776,38 de ha. de cobertura florestal.
No estudo comparativo, foram verificados os resultados nas 7 sub-bacias da área 
de estudo. Em todas elas, foram menores as estimativas de perdas de solos e 
exportação de sedimentos no Cenário B, quando comparados à realidade presente no 
Cenário A (redução média de 18,80% na produção de sedimentos e de 30,84% em sua 
contribuição de sedimentos para os canais fluviais).
Assim, destaca-se a necessidade do cumprimento da legislação vigente na 
delimitação e recuperação de APPs e a importância de implementação de áreas 
florestais formando corredores ecológicos, com o objetivo de melhorar a 
qualidade e quantidade das águas e mitigar os processos erosivos laminares. 
Agradecimentos
Ao Programa de Pós-Graduação em Geografia - Mestrado Profissional da Faculdade de 
Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de 
Presidente Prudente.
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