Autores
- DANIELA SCHIEVANO DE CAMPOSESALQ-USPEmail: dani.schievano@usp.br
- MARCILENE DOS SANTOSFCTE - UNESP, CAMPUS DE OURINHOSEmail: marcilene.santos@unesp.br
- KARINA PATRÍCIA PRAZERES MARQUESUSPEmail: karina.marques@alumni.usp.br
- ALEXANDRE CHRISTÓFARO SILVAUFVJMEmail: christofaro2015@gmail.com
- PABLO VIDAL-TORRADOESALQ-USPEmail: pvidal@usp.br
Resumo
Revelar o enigma do rejuvenescimento topográfico em remanescentes de montanhas
em regiões intraplaca tem sido desafiador. Nos trópicos úmidos, a paisagem da
Serra do Espinhaço Meridional (Minas Gerais) é um exemplo, com planaltos
elevados (elevação média acima de 1000 m) e topos com baixo relevo recobertos
por perfis pouco preservados de duricrusts ferruginosos e aluminosos. Apesar de
alguma variação litológica, a dominância de quartzitos somada à presença de
duricrusts, confere elevada resistência rochosa ao arcabouço da bacia do Alto
Jequitinhonha. Entretanto, a coexistência com setores com declividade acentuada,
incisão contrastante de rios e alta amplitude de relevo (até 800 m) contrapõe o
modelo esperado de paisagem em equilíbrio decaindo lentamente sob quiescência
tectônica. Estudos recentes em regiões intraplaca com forte variabilidade
litológica e resistência do substrato mostram a litologia como fator de controle
de primeira ordem no rejuvenescimento topográfico. Entretanto, estudos em
paisagens com baixo contraste litológico são raros. Perfis de duricrusts são
usualmente proxies consistentes para paisagens em equilíbrio e quiescência
tectônica. Neste estudo nós exploramos relações entre duricrusts, tectônica e
resistência litológica para avançar no entendimento do rejuvenescimento
topográfico e evolução da paisagem da bacia do Alto Jequitinhonha. Para isso,
usamos análise geomorfológica quantitativa integrada a estudos pedológicos e
datação de grãos de goethita por (U-Th)/He. Os resultados apontam idades dos
processos de lateritização e bauxitização do Oligoceno ao Pleistoceno, com
intensificação no Mioceno Superior e Pleistoceno Inferior. Coletivamente, o
falhamento/desmantelamento de duricrusts e os padrões topográficos e de incisão
fluvial evidenciam rejuvenescimento topográfico/tectônico no Plioceno devido à
combinação entre litologia e soerguimento superficial regional decorrente de
interações entre far-field stress e isostasia flexural.
Palavras chaves
Geomorfologia quantitativ; Tectônica; Geocronologia