Autores
- FELIPE GOMES RUBIRAUNIFAL-MGEmail: felipe.rubira@unifal-mg.edu.br
- RONALDO LUIZ MINCATOUNIFAL-MGEmail: ronaldo.mincato@unifal-mg.edu.br
- ARCHIMEDES PEREZ FILHOUNICAMPEmail: archi@ige.unicamp.br
Resumo
Neste estudo caracterizamos a distribuição espacial e a geocronologia de
depósitos eólicos na bacia hidrográfica do rio Araranguá. A metodologia proposta
visou recompor lapsos temporais e genéticos referentes à evolução dos sistemas
eólicos que recobriram terraços marinhos. Usamos imagens Landsat e modelos
digitais de elevação para mapear formas de relevo; descrições estratigráficas
para caracterização dos depósitos; datações por luminescência opticamente
estimulada (OSL) em grãos de quartzo e correlações com idades deposicionais
obtidas por outras pesquisas para estimar as idades dos soterramentos. Nossos
resultados evidenciaram o desenvolvimento de 6 gerações de depósitos eólicos que
recobriram níveis de terraços marinhos pleistocênicos (T1 e T2) e holocênicos
(T3 e T4). Os sistemas eólicos inativos apresentaram idades deposicionais
pleistocênicas a holocênicas, sendo compostos por: (i) depósitos eólicos
indiferenciados sobre o T1 ao norte do rio Araranguá (1ª geração); (ii) lençol
de areia que recobriu os depósitos eólicos indiferenciados e colmatou
paleolaguna holocênica (2ª geração); (iii) depósito loess que soterrou o T1 ao
sul do rio Araranguá (3ª geração); (iv) lençol de areia que soterrou o T2 ao sul
do rio Araranguá (4ª Geração); (v) paleocampo de dunas que soterrou o T3 ao sul
e ao norte do rio Araranguá (5ª Geração). Enquanto os sistemas eólicos ativos
apresentaram idades holocênicas responsáveis por originar a 6ª geração de
depósitos composta por: (i) campo de dunas livres sobre o T3; (ii) planície
deflacionária proveniente da remobilização de antigas dunas frontais sobre o T3;
e (iii) dunas frontais sobre o T4 paralelas a atual linha de praia. Os depósitos
eólicos do sul do Brasil demonstram considerável sensibilidade frente as
alterações climáticas quaternárias e flutuações do nível relativo do mar,
constituindo-se como arquivos potenciais para reconstituição geocronológica de
sistemas ambientais.
Palavras chaves
Geocronologia; Quaternário; Sistemas eólicos