Autores
- RAFAEL ALEXANDRE ALVES MENEZESUFPAEmail: rafa.menezes1996@gmail.com
- EDER MILENO SILVA DE PAULAUFPAEmail: edermileno@ufpa.br
Resumo
O município de Salvaterra, localizado na região NE-SE da ilha do Marajó (foz do
rio Pará), na qual é objeto de estudo deste trabalho, cuja zona costeira está
condicionada a grandes mudanças do ponto de vista morfológico. Um fator
importante que influência a dinâmica da linha de costa (LC) de Salvaterra é a
presença da desembocadura da baía de Marajó (a leste) que imprime a costa deste
município uma dinâmica particular em função de sua posição geográfica com
relação a esse complexo estuarino, onde localiza-se o rio Pará. Diante do
exposto o objetivo do trabalho é analisar a variação multitemporal da linha de
costa sob a óptica das imagens sensores ópticos (LANDSAT), entre os anos de 1985
e 2021 utilizando a extensão DSAS v5. Posteriormente, sendo utilizados os
parâmetros NSM, EPR e LRR, para compor a interpretação estatísticas da variação
da LC e, por fim, gerando os produtos cartográficos. Os resultados mostram que
predominam a acresção costeira.
Palavras chaves
Dinâmica Costeira; DSAS v5; Geoprocessamento; GIS; Imagens Orbi
Introdução
A ilha de Marajó está localizada na costa norte do Brasil, ocupa uma área de
50.000 km2 sendo a maior ilha do arquipélago marajoara e é considerada a maior
ilha estuarina do mundo (SANTANA, 2012). No que tange à divisão político-
administrativa, ela possui 16 municípios (Soure, Salvaterra, Cachoeira do Arari,
Muaná, Ponta de Pedras, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves, Afuá, Curralinho,
Breves, Bagre, Melgaço, Portel, Gurupá e São Sebastião da Boa Vista) (PARÁ,
2020), que compõe um arquipélago extenso e diverso. Na divisão da zona costeira
paraense, a ilha de Marajó encontra-se localizada na costa insular estuarina
(BRASIL, 2018).
O município de Salvaterra, objeto de estudo deste trabalho, localiza-se na
porção nordeste da ilha de Marajó. Neste sentido, ele é limitado ao no sul pelo
rio Paracauari, no leste com a Baía de Marajó e no (MENEZES et al., 2009).
A área com maior densidade populacional encontra-se na parte nordeste de
Salvaterra, enquanto nas áreas ao redor e distantes da sede municipal as
residências são mais esparsas, com presença de fazendas e áreas ribeirinhas
(ICMBIO, 2007). O município possui um maior fluxo de turistas nas férias
escolares, feriados e festividades, tanto de turistas paraenses, como de outros
estados, e até de origem internacional, nesta perspectiva, o município apresenta
um turismo sazonal (SANTANA, 2012).
O relevo de Salvaterra é formado por uma planície costeira plana e baixa.
Constituída por sedimentos recentes argilosos e arenosos do Holoceno,
favorecendo o desenvolvimento de manguezais e cordões de praias, sendo assim,
sua vegetação é caracterizada por manguezais e restingas (FRANÇA, 2003).
A sua hidrodinâmica é composta por inúmeros canais de maré, rios, lagos, furos e
igarapés que ao longo do seu percurso de escoamento conduzem as águas salobras
para o interior do município. Salvaterra tem o seu regime pluviométrico
caracterizado em dois períodos, um menos chuvoso (de junho a novembro) e um mais
chuvoso (de dezembro a maio) que influencia diretamente sua dinâmica hidrológica
(DHN, 2020; FRANÇA, 2003). Esses fatores contribuem diretamente para sua
diversidade morfológica e vegetacional.
A parte leste da costa de Salvaterra está sob influência da hidrodinâmica da
baía de Marajó, com regime de meso a macromarés (FRANÇA, 2003). A vazão da baía
de Marajó é de 98.594 m³/s no período chuvoso e de 65.269 m³/s no período de
estiagem. Na baía de Marajó durante a descarga mínima do rio Pará, as correntes
de maré apresentam valores de 1,2 m/s (enchente) e 1,4 m/s (vazante).
Entretanto, no decorrer da descarga máxima, as correntes de maré alcançam 1,3
m/s (vazante) e 1 m/s (enchente). No período mais chuvoso os ventos são mais
fracos com velocidade de 6,2 m/s e no período menos chuvoso os ventos são mais
fortes com velocidade de 7 m/s (FRANÇA, 2003; ROLLNIC; ROSÁRIO, 2013; ROSÁRIO,
2016).
Os processos costeiros gerados por ondas, marés, ventos e correntes modificam a
paisagem da zona costeira de Salvaterra, através de fenômenos erosivos e
deposicionais. Segundo França (2003), esses fenômenos atuam em várias escalas
temporais e espaciais e as mudanças morfológicas decorrentes podem ser
observadas na variação da LC, no crescimento ou diminuição de áreas de
manguezais, no desenvolvimento de cordões e bancos arenosos, recuo de falésias,
migração de desembocaduras de canais de maré, entre outras.
Com isso, o objetivo do trabalho semeia a análise da dinâmica morfológica da
costa das praias de Joanes e Grande (Salvaterra-PA), através do monitoramento da
posição da LC, entre os anos de 1985 e 2021, mediante o uso de imagens de
sensores remotos e de técnicas de geoprocessamento.
Os resultados alcançados pela análise podem ser utilizados pelos
administradores públicos para implementação de políticas de conservação
ambiental e de ordenamento da ocupação, considerando que se trata de uma área
com grande relevância social, histórica e econômica para o Estado do Pará
Material e métodos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos metodológicos foram divididos em: a) Revisão Bibliográfica; b)
compilação de dados; e c) processamento em gabinete.
Revisão Bibliográfica
A revisão bibliográfica trouxe a luz do estudo temático da LC. Desta forma,
refere-se na busca de um referencial atribuídos aos principais conceitos
relacionados à dinâmica costeira.
COMPILAÇÃO DE DADOS
Este componente é responsável por fazer o levantamento e interpretação de dados
adquiridos nos sítios oriundos das pesquisas e processados em software de
geoprocessamento.
Definição de projeção geográfica
O processo de escolha da definição do sistema de projeção a ser usado compreende
uma prerrogativa da utilização da quantificação dos dados a serem gerados e a
utilização das bases cartográficas em sistemas de referência com projeções UTM
(Universal Transversal de Mercator).
Desta forma, o sistema de projeção escolhido utiliza como unidade de medida o
metro (m) para calcular distâncias e projetar a posição de determinado
componente, proporcionando dados quantitativos inerentes à área em questão.
Ademais, o plugin DSAS v5, utilizado no software ArcGIS 10.5 ®, tem por base o
uso do sistema de coordenadas UTM para fazer a interpolação de dados, caso
esteja em outro tipo de projeção, não é possível gerar os dados finais, pois
dará erro.
Imagens de satélite
Para garantir a execução da análise feita sobre a variação da LC entre as áreas
do Pará, baseou-se na comparação de imagens de média resolução, Landsat 5 TM de
1985, 2004, 2009 (bandas 5,4,3), com resolução espacial de 30m, e Landsat 8 OLI
de 2021 (bandas 6,5,4,8), com resolução espacial de 15 m após a fusão da banda 8
(pancromática), sendo obtidas no sítio da USGS (United States Geological
Survey), acessado em abril/2022 (tabela 1).
Após a vetorização direta sobre as imagens, houve a sobreposição dos vetores dos
anos de 1985 a 2021, a partir da técnica do DSAS (Digital Shoreline Analysis
System). Posteriormente, foi possível gerar os dados cartográficos e
quantitativos: confecção de mapas, medidas lineares, cálculo de áreas e taxas. A
comparação entre os vetores e os dados quantitativos revelaram a mobilidade
temporal da LC, a distribuição dos setores erosivos e acrecionais e a magnitude
da erosão e da sedimentação, nos últimos 36 anos.
Erros quantitativos das imagens
Para garantir a confiabilidade dos dados e a precisão dos resultados, foi
definido um erro geométrico acumulativo entre as imagens utilizadas.
Considerando o erro de georreferenciamento de cada imagem, extraído dos
metadados e relacionando-o por regra de três ao valor do pixel, obteve-se o erro
de 19,18 m para medidas lineares e o erro de 575,28 m² para medidas areolares
(Quadro I).
Digital Shoreline Analysis System (DSAS)
O Digital Shoreline Analysis System (DSAS) é uma aplicação que está disponível
de forma gratuita e sua funcionalidade engloba a utilização do software Esri
Geographic Information System (ArcGIS). Neste sentido, o DSAS tem por função o
cálculo estatístico da taxa de mudança de uma série multitemporal de vetores que
são obtidos a partir da interpretação visual da LC (HIMMELSTOSS et al., 2018).
Como componente de análise do estudo utiliza-se a versão mais recente do DSAS, a
versão 5.0 (v5.0). Deste modo, esta versão, segundo Himmelstoss (2018), foi
lançada em dezembro de 2018 e teve sua testagem na compatibilidade com ArcGIS
versões 10.4 e 10,5, sendo compatível com os sistemas operacionais Windows 7 e
Windows 10.
Os métodos mais utilizados para compor a análise da LC através do DSAS são o
NSM, EPR e LRR. Desta forma, o EPR na costa dos Estados Unidos da América é
bastante utilizado, pois o mesmo utiliza apenas duas posições da face da LC para
fazer o cálculo dos valores que compõem as taxas de variação ao longo do tempo
(DOLAN; FENSTER; HOLME, 1991).
Nesta composição serão utilizados os 3 métodos citados anteriormente.
Resultado e discussão
Os resultados obtidos, oriundos da variabilidade multitemporal da LC, compõe um
parâmetro que abrange um período de 35 anos de análise (1985-2021) ao longo da
porção nordeste do município de Salvaterra-PA (~10 km) (tabela 2). Desta
maneira, o enredo dos resultados compõe quantificações de carácter positivo (0>)
do EPR, LRR e NSM (gráfico 1) que representam um parâmetro de deslocamento da LC
em direção do mar/rio, configurando valores de acreção. Desta forma, o
quantitativo negativo (<0), partir dos parâmetros situados anteriormente da LC
indicam componentes de variação de mudança em do continente, representando o
vetor erosivo.
Foram gerados 198 transectos, onde ao analisar os dados gerados a partir do DSAS
v5, contatou-se que na porção nordeste do objeto de análise predomina a dinâmica
acrecional em detrimento da erosiva.
A partir deste contexto, no parâmetro NSM, foi encontrado 67 transectos de
carácter erosivo em contraste a 131 de acrecional, configurando 34% e 66%,
respectivamente, o que representa uma mudança média de 18.79 m, atribuindo uma
máxima positiva de 174.26 m +/- 68.71 m (transecto 39) e máxima negativa de
-334.51 m +/- 78.82 (transecto 2) (figura 2; tabela 2; gráfico 1).
O parâmetro EPR contou, também, com 198 transectos para composição das taxas.
Estas taxas geraram uma média de 0.53 m/ano, onde a média dos intervalos de
confiança associados às taxas é de 0,2 m/ano; obtendo um número de 97 transectos
independentes, com uma taxa média de 0,02 m/ano e a taxa média com redução do
número de incerteza variando em 0,53 +/- 0,02 m/ano (figura 2; tabela 2; gráfico
2).
Foram identificados 67 transectos com comportamento erosivo, o que representa
34% sob a óptica total. O valor máximo de recuo foi de -9.29 m/ano (transecto 2)
e a média de todas as taxas erosivas indicou -2,18 m/ano.
Em contrapartida, o total de transectos de característica acrecional totalizou
131, o que indica 66% dos seguimentos totais; porém, apenas os transectos que
têm acréscimo estatisticamente significativo é de 59,19% (>1.92). O acréscimo de
valor máximo correspondeu a 4.84 m/ano (transecto 39) (figura 2; tabela 2;
gráfico 2).
O que se pode constatar é que apesar do seguimento máximo erosivo apresentar uma
taxa bastante significativa, a perspectivas de dinâmica permanece, em sua
maioria, sendo composta pelo seguimento que abrange a configuração acrecional da
LC.
O LRR conta com 198 transectos para análise estatística das taxas. Estas, por
sua vez, têm uma média de 3.14 m/ano, na qual a média dos intervalos de
confiança associados às taxas é de 0.59 m/ano (figura 2; tabela 2; gráfico 3).
Foram identificados 78 transectos com evidência erosiva (<0), o que corresponde
a 35% sob o total destes; entretanto, estatisticamente, os transectos que
indicam uma erosão significante corresponde à 32,42%. Desta forma, o valor
máximo de recuo foi de -5.93 m/ano (transecto 2) e a média de todas as taxas
erosivas apresentou -2.02 m/ano (figura 2; tabela 2; gráfico 3).
Em sentido contrastante, o total de transectos de acreção totalizou 120, o que
corresponde a 65% dos seguimentos totais; entretanto, os transectos que obtém um
acréscimo estatisticamente significativo é de 52,08%. A taxa acrescida de valor
máximo correspondeu a 3.14 m/ano (transecto 92), na qual a média de todas as
taxas de acreção é de 1.30 m/ano (figura 2; tabela 2; gráfico 3).
Essa dinâmica ocorre devido ambos serem influenciados pela dinâmica do estuário
do rio Pará, na qual predominam variações semidiurnas, obtendo uma importância
secundária das oscilações diurnas (ambas astronomicamente puras) e componentes
das marés, gerados devido à interação não linear entre o harmônico principal
constituintes, especialmente o M4 (PRESTES et al., 2020), o que configuram uma
correlação dinâmica que tange a perspectiva erosiva e/ao evolutiva a essa
perspectiva.
A interpretação desses dados obtidos, configura um processo vinculado a uma
dinâmica que é explicado, principalmente, pela forçante oriunda das marés
(máxima de 4,2 m, com variação de 0.5-1.2 m entre a maré morta), haja vista que
o estuário do rio Pará apresenta uma intensa contribuição fluvial, combinada com
a co-oscilação das marés astronômicas, faz com que seja produzida um padrão
hidrodinâmico diferente e processo de mistura complexo. Desta, maneira, a foz do
estuário do rio Pará tem um padrão de meso-macromaré semidurno e com alta
amplitude M2 (PRESTES et al., 2020), diminuindo à medida que a onda de maré é
atenuada devido ao atrito com a parte inferior e as margens, contribuindo para
altos índices de erosão presente nesta área (tabela 2).
O avanço da LC deste espaço geográfico está relacionada a padrão de distribuição
do material em suspensão, onde atinge o máximo de 0,385ms -1 e um mínimo de
0,112ms -1 e sem inversão de corrente (CARNEIRO; PRESTES; ROLLNIC, 2020). Desta
forma, os dados obtidos por Carneiro et al. (2020), estimaram que a exportação
de sólidos suspensos (T SSL) obteve um valor máximo de 0,9229kg m -1 s -1 na
estação seca e 0,6650kg m -1 s -1 na estação chuvosa. Essa condição também é
influenciada pela pluma do rio Amazonas, que deposita sedimentos nas adjacências
das margens do rio Pará, sobretudo pelo estreito de Breves. Assim, também
destacável que as marés penetrantes são importantes para a regulação da dinâmica
dos sólidos que estão suspensos nos ambientes dos estuários e, em especial, no
rio Pará, onde a descarga fluvial é de 20.946 m 3 .s −1 (PRESTES et al., 2020),
imprimindo a essa região uma grande energia cinética perpendicular à LC, onde a
entrada líquida de regime continental reage e integra diretamente com o fluxo
barotrópico gerado pelas correntes de maré.
Desta forma, alguns pesquisadores chegaram a resultados semelhantes (BAIG et
al., 2020; BENKHATTAB et al., 2020; GALVEZ et al., 2020; KABIR et al., 2020;
MISHRA et al., 2020; MUSKANANFOLA; SUPRIHARYONO; FEBRIANTO, 2020; SANTOS et al.,
2021; WARNASURIYA et al., 2020). Desta maneira, Santos et al. (2021), nas praias
de: Bessa, Intermarés Campina; com o método EPR os valores de -1,20 m / ano e
0,94 m / ano, para a taxa máxima e mínima, respectivamente. Com o método LRR, as
taxas mínimas e máximas de alteração da LC foram de -0,90 m/ano e 1,22 m/ano, o
que remete um processo semelhante a dinâmica que acontece no setor IV. Em
contraste, para a praia do Ponta do Seixas, o autor compõe taxas para do EPR
(−0,39 m/ano) foram maiores os valores de LRR (−0,32 m/ano), configurando uma
amplitude de carácter erosivo, o que se assemelha a área de estudo do município
de Salvaterra.
Esse fato, em escala local, além de proporcionar a possibilidade de medidas
mitigadores de controle erosivo em Salvaterra, ela proporciona a possibilidade
de replicação da técnica em qualquer parte do mundo, o que amplia a aparato
técnico e metodológico, através do sensoriamento remoto, para prever as mudanças
da LC em cenários adversos, principalmente em áreas de grande estresse
antropogênico.
Resultados
Resultados
Metodologia
Considerações Finais
A utilização dos dados orbitais, processados devidamente, surge como uma
ferramenta indispensável para análise da morfologia costeira de pequenas, médias e
grandes áreas, sendo possível aferir, de maneira abrangente, dados quantitativos e
as mudanças acrecivas e erosivas ao longo do tempo.
A metodologia empregada, pautada na sobreposição de vetores extraídos a partir da
análise espacial das imagens orbitais adquirida em sensores remotos, possibilitou
o conteúdo sistemático deste estudo, mostrando dados quantitativos através do DSAS
v5 que comprovam a variação da LC em um médio período.
Diante dos resultados obtidos sobre o município de estudo é coerente destacar que
os processos de mudanças costeiras implicam em maiores áreas acrecionais em
comparação as áreas erosivas. O que ressalta um vetor de análise que estima uma
perspectiva de grande dinâmica costeira acumulativa no município de Salvaterra.
A análise feita sobre o município de Salvaterra corrobora para uma análise
integrada dos processos que atuam na LC desta, sendo apenas um fragmento para o
entendimento de uma dinâmica mais complexa. Isso servirá com subsídio teórico e
metodológico para prospecções futuras sobre a dinâmica costeira do município de
Salvaterra, adicionando mecanismo informacionais que servem como um modelo de
previsão das mudanças ambientais, sobre ele, de larga escala temporal e espacial.
Agradecimentos
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
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