Autores
- FERNANDO MORAISUNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSEmail: morais@uft.edu.br
Resumo
A região de Natividade constitui uma das áreas tectonicamente mais deformadas do
estado do Tocantins. Com a serra homônima constituindo parte do limite norte da
Faixa Brasília, as bacias hidrográficas que drenam a área, são fortemente
controladas pela geologia local, mormente pela Zona de Cisalhamento Cruz das
Almas. A área é drenada ao norte pela bacia do ribeirão Água Suja (BRAS) e ao
sul pela bacia do córrego Salobro (BCS). Este estudo objetivou fazer uma análise
morfométrica comparativa, de maneira a compreender como tais bacias contribuem
para a evolução geomorfológica da serra de Natividade e seu entorno. Com uso do
modelo digital de elevação AW3D30, com resolução horizontal de 30 m, foram
delimitadas as duas bacias e suas respectivas redes de drenagem. A partir desta
cartografia automática, foram calculados vários índices morfométricos. Os
resultados mostraram que as duas bacias são de 4ª ordem, e que a BRAS possui
área de 244.99 km2, e perímetro de 98.65 km, enquanto a BCS mostrou-se com
dimensões maiores, com área de 465.58 km2 e perímetro de 178.67 km. A amplitude
altimétrica foi de 576,73 m para a BRAS e 549,56 m para a BCS. A relação de
relevo apresentou valores de 0,024 para a BRAS e 0,016 para a BCS. O índice de
sinuosidade foi de 1,35 e 1,54 para BRAS e BCS, respectivamente. A BCS mostrou-
se mais alongada, com índice de circularidade de 0, 18, comparado ao valor de
0,31 da BRAS. O coeficiente de manutenção foi de 1688,81 para a BRAS, e 1596,65
para a bacia do Salobro. A densidade de drenagem da BRAS se mostrou menor que a
da BCS, com valores de 0,59 e 0,62 km/km2, respectivamente. Já a densidade
hidrográfica mostrou uma condição inversa, com valores de 0,39 e 0,36 canais/km2
para as respectivas bacias. Pode-se assumir que a distinção entre os índices
observados para as bacias pode ser atribuída ao contexto geológico local,
ressaltando-se a ocorrência de relevo cárstico como um elemento de complexidade
na sua interpretação geomorfológica.
Palavras chaves
Geomorfologia fluvial; Faixa Tocantins; Geoprocessamento