Autores
- DÉBORA JANAÍNA TAÇAUNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁEmail: deboraatacaa@gmail.com
- EDUARDO SOUZA DE MORAISUNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁEmail: esmorais2@uem.br
Resumo
A avulsão é um processo geomorfológico com relevante potencial para modificar à
paisagem fluvial. Ainda assim há uma escassez de estudos sobre avulsões na
escala de análise da bacia hidrográfica. Esta pesquisa buscou compreender a
distribuição espacial e temporal das avulsões na bacia hidrográfica do alto rio
Paraná. A pesquisa identificou 57 avulsões, detectadas com base na análise de
imagens disponíveis no Google Earth Pro entre anos 2000 a 2022. Cada processo
foi mapeado e as características examinadas em sistema de informação geográfica.
As avulsões foram predominantemente classificadas em parciais e
anexação/incisão. A proposição de um novo índice referente a distribuição
longitudinal sugere que os processos estão concentrados na transição do médio
para o baixo curso dos rios. Algumas avulsões indicam associação com a agradação
dos canais em razão da perda de solo e da elevada conectividade lateral de áreas
de drenagem com litologias friáveis e manejo inadequado do uso do solo.
Palavras chaves
mudança de canal; rio Paraná; índice; ;
Introdução
Rios podem apresentar mudanças que causam importantes transformações na
paisagem. Como um dos processos que alteram o canal fluvial, destaca-se o
processo de avulsão, que causa divergência de uma parte do fluxo do rio,
ocasionando uma nova configuração em planta do canal. As avulsões podem ser
completas quando se estabelece o abandono do canal principal, ou parciais,
enquanto o novo canal coexiste com o canal principal (SLINGERLAND; SMITH, 2004).
Também podem ser classificadas pelo modo como originou-se o novo canal: incisão,
anexação ou progradação. A avulsão por incisão é quando um novo canal é criado,
o rio rompe o dique marginal e escava um novo caminho, já a avulsão por anexação
acontece com a ocupação de paleocanais na planície de inundação (SLINGERLAND;
SMITH, 2004). Por fim avulsão por progradação decorre com a formação de leque de
espraiamento (JONES; HARPER, 1998). Uma outra característica deste processo
fluvial é o comprimento da avulsão, que é a extensão do local em que o rio
inicia a avulsão até o ponto que novo canal se reconecta ao canal principal
(EDMONDS et al. 2016). As causas das avulsões são diferentes para cada rio, que
apresenta um arranjo único de fatores relacionados ao contexto da bacia
hidrográfica que teve avulsão. Muitas explicações para o início das avulsões
foram sugeridas, no entanto os fatores mais relevantes são as taxas de agradação
do canal, a redução da capacidade de transporte de água e sedimentos, ocasionado
pelo aumento da sinuosidade ou barreiras naturais e artificias (EVANS; POTUCEK,
2019). Outros estudos confirmam que a retirada da vegetação, abalos sísmicos,
mudanças climáticas e profundidade do canal, também explicam o desenvolvimento
de avulsões (MOHRIG et al. 2000; SAH; KUMAR; DAS, 2022; STEVAUX; SOUZA, 2004).
Os estudos conceituais sobre avulsões e suas características são avançados, mas
raras são as análises que se dedicam a explicar sua distribuição em sistemas
fluviais. De modo geral os processos de avulsão são abordados de forma isolados
em trechos fluviais, envolvendo os processos e suas características locais.
Todavia pesquisas recentes têm inquerido a espacialização e quantificação das
avulsões atuais, em ao menos algumas bacias de antepaís (foreland basin), nas
cordilheiras dos Andes e dos Himalaias e também em bacias hidrográficas em áreas
de convergência da Nova Guiné (VALENZA; EDMONDS; WEISSMANN, 2022, VALENZA et al.
2020). Novos estudos trazem uma abordagem histórica com o uso de imagens
Landsat, tornando possível, por exemplo, a identificação de 286 processos de
avulsões entre os anos de 1990 e 2019 na planície aluvial Ganga-Brahmaputra nos
Himalaias (SAH; KUMAR; DAS, 2022). A avulsão tem uma importância ambiental,
visto que é um mecanismo essencial na construção de áreas úmidas, além de estar
associadas com reservatórios de água e hidrocarbonetos (SLINGERLAND; SMITH,
2004). Se a avulsão pode ser vista como algo benéfico para o ecossistema local,
pode também desencadear desastres. A avulsão do rio Kosi migrou cerca de 60km a
leste da parte central de seu leque, deixou um rastro de destruição e afetou a
vida de pessoas (CHAKRABORTY et al. 2010). O objetivo deste trabalho é avaliar a
distribuição e as características de avulsões da bacia do alto rio Paraná.
Buscou-se compreender como o processo se originou (tipo), se já finalizou ou
ainda está em curso (estágio), e ainda, qual a extensão do processo (escala de
comprimento). Ademais, também é objetivo deste trabalho a apresentação de um
índice de distribuição longitudinal normalizado para análise dos processos de
avulsão. O rio Paraná está entre os maiores rios tropicais (LATRUBESSE; STEVAUX;
SINHA, 2005). A região tem uma relevância social, ambiental e econômica em um
contexto nacional e sua extensão é de aproximadamente 878.347,43 km. A bacia
hidrográfica do alto rio Paraná concentra um terço da população brasileira, na
área mais urbanizada e industrializada do país (ITAIPU BINACIONAL, 2021).
Material e métodos
A identificação das avulsões foi fundamentada no conceito estabelecido por
Slingerland e Smith (2004) que relata que a avulsão é um processo de divergência
do fluxo com a formação de um novo canal. As avulsões foram mapeadas com imagens
de satélite disponíveis no Google Earth Pro, em sua maioria entre os anos de
2000 e 2022. A série histórica de imagens de satélite possibilitou a
classificação do tipo de avulsão e escala de comprimento. Utilizou-se o limite
das Macrorregiões Hidrográficas, elaborada em conjunto pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística e Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA;
IBGE;2021). A bacia hidrográfica do alto rio Paraná foi dividida em sete
Mesorregiões Hidrográficas, o que proporcionou uma sistematização e observação
mais organizada. Rios principais foram identificados de acordo com a Base
Hidrográfica Ottocodificada da Bacia do Rio Paraná (ANA,2018). A quantificação e
na categorização de atributos do processo de avulsão foram avaliados (Quadro 1)
no sistema de informações geográfica QGIS. As avulsões foram consideradas
completas, na condição em que se identificou abandono do canal com o
estabelecimento do fluxo no novo canal, e parcial com a manutenção do
funcionamento dos dois canais (SLINGERLAND; SMITH, 2004). É importante salientar
que as avulsões parciais ainda estão em processo de evolução, e podem vir a ser
completas, como também, pode vir a não ter sucesso, quando o fluxo é
reestabelecido para o canal principal. Foi analisado o tempo médio que uma
avulsão completa demora para se estabelecer. Porém, com a baixa frequência de
imagens do Google Earth Pro disponibilizadas na plataforma, não foi possível
acompanhar o desenvolvimento das avulsões em todos os anos. Fato esse que
dificultou o cálculo com exatidão de quanto tempo levou para que as avulsões
completas finalizassem seu processo e em que ano teve início, em algumas regiões
houve um intervalo de mais de 10 anos sem imagens. Na situação em que não foi
possível investigar a imagem anterior a mudança, e que a avulsão não se tornou
completa, foi considerado como intervalo de tempo indeterminado. A medida da
escala de comprimento das avulsões foi determinada a partir da distância em
linha reta, do local do rompimento do dique do canal principal ao local em que o
canal avulsionado se reintegra ao canal principal (MACK; LEEDER, 1998). Com os
dados de medição de todos os processos identificados na bacia hidrográfica do
alto rio Paraná foram calculados a média, mediana e desvio padrão. As avulsões
também foram distinguidas entre locais quando o canal de avulsão se reintegra ao
próprio canal principal e regionais as avulsões que alteraram a confluência
(SLINGERLAND; SMITH, 2004). Para classificar o tipo de avulsão apoiou-se na
concepção de Slingerland e Smith (2004) que diferencia a avulsão em anexação,
incisão e progradação. Este estudo reconheceu como avulsões por anexação aquelas
em que o canal de avulsão se estabeleceu em partes ou totalmente sob um
paleocanal, ou ainda sobre um canal de planície de inundação. As avulsões por
incisão foram reconhecidas como naquelas estabelecidas na ausência de
paleocanais ou canais de planícies de inundação preexistentes em segmentos do
canal de avulsão. Na condição em que não foi possível observar a área anterior a
mudança, devido a imagens com baixa qualidade ou inexistência das mesmas,
classificou as avulsões como anexação/incisão. Por progradação foram
classificados os processos que se iniciaram com um leque de espraiamento
(crevasse), caracterizando inicialmente num sistema distributário. Para avaliar
a variação da distribuição espacial dos nós das avulsões (locais com início da
avulsão) ao longo da extensão dos rios foi proposto um índice que contabiliza
essa variação de modo normalizado.
Resultado e discussão
A pesquisa resultou na identificação de 57 processos de avulsão na bacia
hidrográfica do alto rio Paraná entre os anos de 2000 e 2022. Dentre as unidades
geográficas de gerenciamento (Quadro 1), a Mesorregião Hidrográfica Paraná Oeste
apresentou a maior concentração de avulsões, com 54% dos processos. Com relação
à litologia, a subprovíncia de Coberturas Cenozoicas Indiscriminadas, concentrou
a maior parte das avulsões (79%). Os processos avulsivos se aglutinam em
tributários da margem direita do rio Paraná (58%). Uma quantidade semelhante de
avulsões se desenvolvem na margem direita de cada curso fluvial, representando
56%. Todas as avulsões foram registradas em tributários do rio Paraná. Os rios
que apresentam o maior número de avulsões são os rios Tibiriçá e Guiraí, ambos
com oito processos. As avulsões por anexação/incisão correspondem a 60% dos
processos. Das avulsões que foram classificadas, o tipo mais recorrente na bacia
do alto rio Paraná é por anexação com 23%. Esse resultado é consistente com
Valenza et al. (2020) que descobriu que anexação é o estilo de avulsão dominante
entre os 63 processos estudados em bacias dos Andes, Himalaia e Nova Guiné.
Assim como também em outro estudo um destes pesquisadores constatou que de 55
avulsões mapeadas nas bacias de antepaís dos Andes e do Himalaia que ocorreram
entre 1984 a 2014, mais da metade dos processos de avulsão (60%) são por
anexação (EDMONDS et al. 2016). Embora 34 avulsões da pesquisa foram
classificadas como anexação/incisão, a maior parte parece derivar de anexação,
pelo fato de apresentar largas planícies de inundação com cicatrizes de canais
abandonados, ainda que não seja possível observar o local exato em que o
processo se aproveitou da paleodrenagem. Todas as avulsões analisadas foram
locais, ou seja, se reintegraram ao canal principal e não alteraram a
confluência. As avulsões observadas na bacia hidrográfica do alto rio Paraná,
são predominantemente parciais, constituindo 63% dos processos. As avulsões
completas levaram em média 8 anos para transferir totalmente o fluxo do canal
principal para o canal de avulsão. Esse intervalo é sutilmente menor, se
comparado a outros estudos. Em um processo registrado no rio do Peixe, há uma
avulsão parcial que já dura ao menos 42 anos (MORAIS; MONTANHER, 2022). Jones e
Harper (1998) documentaram uma avulsão no rio Grande, EUA, em que o fluxo mudou
para o canal de avulsão em um intervalo de 9 a 14 anos. Nas de antepaís dos
Andes e do Himalaia, um estudo revelou que as avulsões completas levaram em
média 11 anos para se estabelecer (EDMONDS et al. 2016). A maior escala de
comprimento documentada foi por anexação, resultando 12.450,02m, o processo
ocorre no rio do Peixe no estado de São Paulo e se distingue das demais amostras
por apresentar um valor superior, podendo ser considerada atípica. Por este
motivo foi excluída na contabilização da média das demais avulsões por anexação.
A avulsão por anexação deteve a maior média de escala de comprimento (2.696,71m)
em detrimento das avulsões por incisão (468,05m) ou progradação (936,46m). A
avulsão por anexação apresenta a maior média, provavelmente relacionada com
condições morfológicas vantajosas. O processo de avulsão por anexação é
favorecido porque compartilha das mesmas características do sistema primordial,
e normalmente precisa passar por ajustes mínimos na largura do canal (VALENZA;
EDMONDS; WEISSMANN, 2022). A reocupação pode ser amparada por canais abandonados
não preenchidos que representam menor resistência (MOHRIG et al. 2000). As
avulsões estão concentradas em altitudes menores que 500m, 88% das ocorrências
situam-se entre 454,7m a 229,9m de altitude (Figura 1). As duas avulsões em
maiores níveis altimétricos foram identificadas com 777,7m e 774,3m, no sudoeste
mineiro próximo ao município de Formiga, no rio Pouso Alegre. A localização e o
gradiente dos rios são importantes para compreender questões como eficiência de
fluxo, características do vale aluvial e transporte de sedimentos. Os trechos de
gradiente mais alto possuem maior conectividade longitudinal, enquanto que
trechos mais baixos possuem menor conectividade longitudinal (WOHL et al. 2016).
O índice longitudinal do nó da avulsão (Ilna), proposto neste trabalho, indica
de modo normalizado a distribuição do processo em detrimento da extensão do rio,
ou seja, aferir se a avulsão está mais próxima à confluência ou a nascente. Os
valores próximos a 0 demonstram que a avulsão se desenvolve próximo à
confluência, já os valores próximos a 1 demonstram que a avulsão está próxima a
nascente. O valor médio do Ilna foi de 0,33. Esse índice não apresentou
correlação significativa entre a escala de comprimento e a altitude das
avulsões. Um estudo realizado no rio Chacoura, perto de Trois-Rivières (Quebec),
apontou que as mudanças são mais prováveis próximos a confluência, apenas alguns
registros mostram mudanças a montante, já muitas cicatrizes de deslizamentos de
terra foram constatadas a jusante, ou seja, na área com menor altitude (LEVY et
al. 2012). Isso coincide com Sah, kumar e Das (2022) que afirma que, quando o
rio se afasta da cordilheira e se aproxima de áreas planas ele perde sua
capacidade de transporte, fato que leva a deposição de sedimentos mais grossos,
resultando em canais com pouca coesão. A análise da paisagem de onde ocorreram
avulsões modernas mapeadas neste estudo indicou que, ao menos parcialmente, há
relevante contribuição de fatores antrópicos para este processo. A bacia do alto
rio Paraná passou por alterações significativas no século XX, grande parte da
vegetação natural foi retirada em resposta ao aumento da população, produção de
alimentos e geração de energia (RUDKE et al. 2022), intensificando,
consequentemente, a produção de sedimentos. A avulsão no rio Guiraí (fig. 2),
próximo ao município de Novo Horizonte do Sul, no sudoeste do Mato Grosso do
Sul, é representativa da elevada transferência de sedimentos das vertentes para
as planícies de inundação e canais. A conectividade lateral que resultou nessa
avulsão possui forte associação com o tipo de uso do solo e as subprovíncias
geológicas. Estes fatores potencializaram a perda de solo das vertentes para a
planície de inundação e o canal. A fig. 2 demonstra o antes e depois de uma
avulsão provocada pelo manejo inadequado do solo. A fig.12.A de março de 2010,
mostra que o canal principal está se assoreando, e que com a obstrução inicial é
formado um leque aluvial. Na fig.12.B de setembro de 2018, a avulsão anexação já
está completa, é notável que a erosão deposita uma grande carga de sedimento
barrando o fluxo da água e que o canal de avulsão se aproveita do final de um
pequeno trecho no outro lado da margem.
Dados do conjunto de avulsões na bacia hidrográfica do alto rio Paraná.
Mesorregião Hidrográficas e avulsões identificadas na bacia hidrográfica do alto rio Paraná.
Avulsão por anexação, ocasionada pela obstrução do canal principal.
Considerações Finais
A pesquisa identificou 57 avulsões ao longo de 22 anos, apenas poucos destes
processos haviam sido reportados anteriormente. A avulsão por anexação é o tipo
dominante, e apresenta a maior média de escala de comprimento, isso se deve ao
fato de condições favoráveis para se estabelecer, se apoiando em partes ou
totalmente sob um canal abandonado. Aproximadamente 60% das avulsões não completou
seu processo em até 20 anos, dentre as avulsões completas o intervalo médio foi de
8 anos. Os resultados iniciais indicam que os processos ocorrem, majoritariamente,
na transição do médio para o baixo curso do rio, onde geralmente há o acumulo de
sedimentos, extensas áreas de planícies de inundação e variação da declividade do
canal. O resultado sugere, preliminarmente, que há avulsões associadas a elevada
produção de sedimentos e conectividade lateral proveniente de áreas de drenagem
com solos friáveis e manejo inadequado. O índice desenvolvido neste estudo
possibilitou avaliar de modo comparativo a distribuição longitudinal dos processos
de avulsão.
Agradecimentos
Referências
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