Autores
- CAIO BREDAUSPEmail: bredacaio@usp.br
- FABIANO NASCIMENTO PUPIMUNIFESPEmail: f.pupim@unifesp.br
- CAROLINA BARBOSA LEITEUSPEmail: cahleite94@gmail.com
- SEBASTIAN GOMEZ MARULANDAUSPEmail: sgomezm8@usp.br
- ANDRE OLIVEIRA SAWAKUCHIUSPEmail: andreos@usp.br
- MAURICIO PARRAUSPEmail: mparra@iee.usp.br
- GIOVANNY NOVA RODRIGUEZUSPEmail: gionovar@usp.br
Resumo
Leques e terraços aluviais bem desenvolvidos e preservados no sopé da
Cordilheira Oriental da Colômbia são potenciais registros de soerguimento
tectônico e variações climáticas em uma região tropical pouco estudada. O
principal objetivo deste trabalho é investigar a evolução dos elementos
geomorfológicos na bacia do alto rio Caquetá. Imagens Landsat e o modelo digital
de elevação Copernicus (DEM; GLO-30) possibilitaram mapear diversas formas de
relevo e, a datação por luminescência opticamente estimulada (LOE) em grãos de
quartzo, estimar as idades do soterramento. Nossos resultados mostram que a
maioria das formas de relevo tem origem aluvial, organizadas em 3 níveis de
leques fluviais com lóbulos distintos. Por idades LOE, descobrimos que o sistema
distributário na bacia do alto Caquetá esteve em atividade durante, pelo menos,
de 200 a 60 ka. Os terraços fluviais se formaram após um forte período de
incisão na paisagem, ocorrido entre 60 a 30 ka. Enquanto, dentro dos vales
fluviais, mapeamos níveis de terraços (de 2 até 15 m acima do nível do rio),
gerados desde 30 ka até o recente, além de mapear várzeas incisas ao longo da
paisagem. Cascalhos maciços clasto-suportado, com finas camadas de arenitos de
granulação grossa, dominam as fácies sedimentares dos leques e terraços
fluviais. As várzeas modernas relacionam-se com canais entrelaçados a sinuosos
de montante a jusante; cascalhos dominam suas fácies sedimentares, mas areia
fina e argilitos são frequentes. Esta sedimentação de terraços/leques para
planícies de inundação modernas sugere uma mudança significativa na taxa de
aporte de sedimento e descarga fluvial ao longo do Quaternário tardio. Os dados
palinológicos e paleoambientais disponíveis do piemonte andino colombiano
sugerem uma forte correlação entre a gênese dos depósitos fluviais e as mudanças
paleoambientais, especialmente na oscilação do nível de neve nos Andes Orientais
e, consequentemente, na variação da vegetação de montanha.
Palavras chaves
Luminescencia; Datação; Andes