• 14° SINAGEO – Simpósio Nacional de Geomorfologia
  • Corumbá / MS
  • 24 a 30 de Agosto de 2023

Morfometria fluvial na bacia do rio Jequitinhonha – Serra do Espinhaço Meridional – MG - como subsídio à investigação da configuração e evolução da rede hidrográfica e do relevo

Autores

  • ALEX DE CARVALHOIFMG - OURO PRETOEmail: alex.carvalho@ifmg.edu.br
  • BRUNA SANTOS RIBEIROIFMG - OURO PRETOEmail: brunaribeiro.02@hotmail.com
  • GUILHERME TEIXEIRA DE OLIVEIRAIFMG - OURO PRETOEmail: guilhermetoliveiraa@gmail.com
  • ANTONIO PEREIRA MAGALHÃES JUNIORUFMG - IGCEmail: antonio.magalhaes.ufmg@gmail.com
  • ALESSANDRA DE ABREU ANDRADEUFMG - IGCEmail: allessandrah_128@hotmail.com

Resumo

Este trabalho buscou caracterizar morfometricamente os vales fluviais e bacias hidrográficas de afluentes da margem esquerda do Alto Jequitinhonha, fornecendo subsídios para a análise da dinâmica fluvial e da configuração e evolução do relevo. Foram elaborados perfis longitudinais e calculados o Índice de sinuosidade (Is), Relação de relevo (Rr), Densidade de drenagem (Dd), Fator de Assimetria de Bacia de Drenagem (FABD) e Relação declividade-extensão (RDE). O Is, Dd e Rr indicam elevado potencial energético na área, destacando-se a incisão fluvial como um dos principais processos geomorfológicos regionais. O RDE e os knickpoints identificados devem estar relacionados ao controle litoestrutural e à dinâmica neotectônica. Os deslocamentos de canais verificados com o FABD variam em termos de sentido e sugerem um provável controle litoestrutural.

Palavras chaves

Geomorfologia fluvial; Rede de drenagem; Índices morfométricos; rio Jequitinhonha; Controle litoestrutural

Introdução

O avanço tecnológico e a disponibilização de bases cartográficas e imagens de satélite de melhor resolução espacial têm contribuído com o avanço do conhecimento sobre sistemas fluviais e o papel de condicionantes naturais e antrópicos. Desse modo, o geoprocessamento, o sensoriamento remoto e a cartografia digital, bem como as técnicas morfométricas, têm contribuído em estudos sobre as paisagens naturais. No caso da morfometria dos sistemas fluviais, elementos como a geometria de cursos d´água, a configuração de perfis longitudinais e formas de bacias hidrográficas, e as anomalias de drenagem, como cotovelos, podem indicar influências litoestruturais e tectônicas na dinâmica da rede de drenagem e na configuração e evolução do relevo (HOWARD, 1967; HOTT, FURTADO, 2004; GUERRA, MARÇAL, 2006; GROHMANN, RICCOMINI, ALVES, 2007; CHEREM, 2008; HARTWIG, RICCOMINI, 2010; FELIPPE et al., 2012; SILVA, FURRIER, 2019; CHEREM et al., 2020; CARVALHO, MAGALHÃES JUNIOR, 2020;). Ademais, as ciências ambientais também fazem uso de índices morfométricos para a identificação de possíveis condicionantes bioclimáticos e antrópicos na dinâmica das paisagens (ACKLAS JUNIOR, ETCHEBEHERE, CASADO, 2003; FUJITA et al., 2011; MIOTO et al., 2014). Nos estudos geomorfológicos, as análises de morfometria fluvial estão, geralmente, associadas à busca de identificação de “anomalias” e de seus condicionantes. As anomalias são entendidas, neste contexto, como padrões morfológicos diferentes do habitualmente identificado em cada sistema fluvial, como segmentos retilíneos, meandros comprimidos, vales fluviais estreitos e com canais marcadamente encaixados, fundos de vale alargados e colmatados, cotovelos de drenagem, entre outros (SILVA et al., 2006). A Serra do Espinhaço Meridional – SdEM é um dos mais estudados compartimentos do relevo do estado de Minas Gerais, tendo sido palco de diversas pesquisas sobre a organização do relevo e o papel dos processos fluviais na configuração do modelado. Estudos pedológicos e geomorfológicos têm mostrado registros de atividade neotectônica regional e ajustes nos sistemas fluviais, como alterações na cobertura pedológica, encaixamento da rede de drenagem e presença de terraços fluviais escalonados (CARVALHO et al., 2018; CARVALHO, 2019; CARVALHO, MAGALHÃES JUNIOR, 2021a; 2022; MAGALHÃES et al., 2022). Alguns desses estudos utilizaram técnicas morfométricas, mas com foco em sistemas fluviais da bacia do rio São Francisco (AUGUSTIN, FONSECA, ROCHA, 2011; FONSECA, AUGUSTIN, 2014; MILAGRES, AUGUSTIN, FONSECA, 2016; LOPES et al., 2016; CARVALHO, MAGALHÃES JUNIOR, 2021b). Desta forma, os sistemas da bacia do rio Jequitinhonha ainda não foram adequadamente estudados e caracterizados em termos morfométricos, mas há indícios de registros semelhantes que indiquem a mesma dinâmica neotectônica da porção da bacia do São Francisco. Visando contribuir para os avanços de conhecimentos neste contexto, o trabalho objetiva caracterizar morfometricamente os vales fluviais e bacias hidrográficas de afluentes da margem esquerda do Alto Jequitinhonha, fornecendo subsídios para a análise da dinâmica dos sistemas hidrográficos e dos condicionantes da configuração e evolução do modelado regional. Desse modo, foram selecionados os seguintes cursos d’água: rios Jequitinhonha e Pinheiro, ribeirões Acaba Saco, das Lajes, dos Borbas, Inferno, São Bartolomeu e córregos Lambari, Samambaia e Santa Maria.

Material e métodos

A área de estudo compreende parte do alto curso do rio Jequitinhonha e as bacias hidrográficas de afluentes da sua margem esquerda. A área se localiza nas superfícies elevadas da porção oeste da SdEM, cuja altitude reflete a maior resistência de quartzitos e metaconglomerados aos processos de desnudação. A SdEM possui altitude média de 1.250m e as áreas deprimidas intramontanas têm cotas médias entre 950 e 1.000m. (ALMEIDA-ABREU; RENGER, 2002; SALGADO; VALADÃO, 2003; CHAVES; COELHO, 2013; MAGALHÃES JÚNIOR; BARROS; FELLIPE, 2015). A região possui falhas inversas e de empurrão e dobras com orientação N-S, associadas a um encurtamento geral com sentido E-W. As anticlinais escavadas e as sinclinais suspensas refletem o papel da erosão diferencial (KNAUER, 2007; ALKMIN et al. 2007). A área é marcada por um complexo quadro litoestrutural, composto por rochas arqueanas e paleoproterozoicas do embasamento e supracrustais dos supergrupos Espinhaço e São Francisco, além de intrusões máficas pós-Espinhaço (ALKMIN et al., 2007; CORDEIRO et al., 2008). As bases cartográficas da bacia do rio Jequitinhonha que foram utilizadas forneceram as seguintes informações: topográficas (curvas de nível de 12,5 m), extraídas de imagens Alos Palsar, hidrográficas (IDE SISEMA - 1:100.000) e geológicas (CODEMIG - 1:100.000). Realizou-se o mapeamento dos canais principais (rios Jequitinhonha e Pinheiro, ribeirões Acaba Saco, das Lajes, dos Borbas, Inferno, São Bartolomeu e córregos Lambari, Samambaia e Santa Maria), utilizando imagens do Google Earth. Foram utilizados os seguintes índices morfométricos: Índice de sinuosidade (Is), Relação declividade-extensão (RDE), Relação de relevo (Rr), Densidade de drenagem (Dd) e Fator de Assimetria de Bacia de Drenagem, além dos perfis longitudinais. O perfil longitudinal é o gradiente de sua linha de superfície da água desde a nascente até a foz (HUGGETT, 2002). A forma côncava ou convexa e as rupturas de declive (knickpoints) podem refletir as condições do leito, como as influências litoestruturais e/ou tectônicas (SILVA et al., 2006; ZANCOPE et al., 2009). O Is (HORTON, 1945) reflete o grau de divagação de um canal e condições de energia. Utiliza-se a equação Is=L/dv. Onde L é o comprimento total do canal e dv corresponde à distância vetorial entre os pontos extremos do canal. O índice RDE (HACK, 1973) permite analisar perfis longitudinais ou segmentos e identificar anomalias (FUJITA, 2009). São utilizadas as equações RDEtotal=∆H/lnL e RDEtrecho=(∆H/∆l)L, onde ∆H é igual à diferença altimétrica entre os extremos do canal ou do trecho analisado, lnL é o logaritmo natural, L é a extensão total do canal e ∆l é a extensão do trecho analisado. A relação RDEtrecho/RDEtotal permite identificar anomalias no perfil longitudinal. Trechos sem anomalia possuem valores inferiores a 2, com anomalia de 2ª ordem têm valores entre 2 e 10 e com anomalia de 1ª ordem possuem valores acima de 10 (QUEIROZ, SALAMUNI, NASCIMENTO, 2015). A Rr (SCHUMM, 1956) serve como um indicativo das condições de energia nos canais de uma bacia (CHRISTOFOLETTI, 1980). Utiliza-se a equação Rr=∆a/L. Assim, ∆a é a amplitude altimétrica e L é o comprimento do canal principal. A Dd (HORTON, 1945) é utilizada para compreender o comportamento hidrológico dos substratos (CHRISTOFOLETTI, 1980) ou como um indicador de atuação de processos erosivos e produção de sedimentos (SANTOS et al., 2005). Ela é calculada pela equação Dd= Lt/A. Onde Lt é o comprimento total dos canais e A é a área total da bacia. O FABD (HARE, GARDNER, 1985) permite identificar deslocamentos laterais do curso d’água principal. Ele é calculado pela equação FABD=100(Ra⁄Ta), onde Ra é a área da bacia localizada na margem direita do canal e Ta representa a área total da bacia. Valores próximos a 50 indicam que não houve deslocamento ou deslocamentos insignificantes, já valores próximos de zero ou de 100 indicam o contrário.

Resultado e discussão

Verificou-se que todos os canais investigados apresentam valores de Is que podem ser associados a canais retilíneos ou intermediários. Os valores variaram da seguinte forma: c. Samambaia, 1,03 a 1,62; c. Lambari, 1,01 a 1,38; rib. Acaba Saco, 1,0 a 1,55; rib. das Lajes, 1,03 a 1,67; rib. São Bartolomeu, 1,03 a 1,83; rio Pinheiro, 1,0 a 1,93; c. dos Borbas, 1,01 a 1,64; c. Santa Maria, 1,0 a 1,92; r. Inferno, 1,0 a 1,87; e rio Jequitinhonha, 1,0 a 1,49. Os valores mais baixos são um indicativo de existência de cursos d’água com maior potencial energético. Neles, a incisão fluvial é um processo geomorfológico importante, provavelmente condicionada pelo rebaixamento do nível de base regional representado pelo rio Jequitinhonha. O Is também pode ser relacionado à carga sedimentar, à litologia e à declividade dos canais (LANA, 2004). Nos casos investigados, o Is apresenta indícios de maior relação com a declividade dos canais e, portanto, com a estabilização de níveis de base locais/regional. No caso do RDEs/RDEt, a interpretação dos resultados tem sido tradicionalmente associada a controle litoestrutural e tectônico (ETCHEBEHERE et al.; 2004; FUJITA, 2009; CAMOLEZI, FORTES, MANIERI, 2012). Todos os canais investigados possuem anomalias de 1ª e 2ª ordens. Nos 100 km do rio Jequitinhonha investigados (da nascente até a foz com o rio Pinheiro) é possível distinguir dois compartimentos: nos primeiros 60 km, a partir da nascente, ocorrem anomalias de 1ª e 2ª ordem, enquanto nos 40 km a jusante não há trechos “anômalos”. Entre os km 26 e 36 e entre os km 80 e 100, foram identificados segmentos sem anomalias associados a zonas de acumulação de sedimentos. No rio Pinheiro, a maior parte das anomalias está associada a mudanças litológicas. A FM São João da Chapada (quartzitos médios) e a FM Galho do Miguel (quartzitos puros) se destacam suportando elevadas altitudes e valores de RDEs/RDEt mais elevados. Os quartzitos da FM Galho do Miguel também ocorrem na bacia do rib. das Lajes, onde podem ser associados a anomalias de 1ª e 2ª ordens no alto curso. No rib. Inferno, a litologia pode ser associada a anomalias verificadas no alto curso, enquanto no baixo curso elas devem ser resposta do canal ao rebaixamento do nível de base no r. Jequitinhonha. No rib. São Bartolomeu e nos córregos Lambari e Santa Maria e no rib. dos Borbas, os canais atravessam apenas as rochas da FM Sopa-Brumadinho (filitos, quartzitos, entre outras) e possuem anomalias de 1ª e 2ª ordens. Nesses cursos d´água, as anomalias também devem resultar da incisão fluvial induzida pelo rebaixamento do nível de base (rio Jequitinhonha) ou das variações litológicas que não são diferenciadas na carta geológica. No rib. Acaba Saco as anomalias ocorrem ao longo de todo o canal e, assim como no c. Lambari, elas devem estar associadas a pulsos de erosão remontante devido à incisão fluvial no rio Jequitinhonha. No c. Samambaia, as anomalias podem ter relação com a variação das rochas identificadas (FM Sopa Brumadinho e Suíte Pedro Lessa – metabasitos). Com relação aos knickpoints verificados, é possível distinguir dois grupos de cursos d´água. Em um, os knickpoints têm relação com a variação litológica, bastante complexa em termos de tipos, idades e graus de resistência à desnudação (Fig. 1 e 2). O outro grupo é composto por segmentos nos quais ocorrem anomalias de 1ª e 2ª ordens, apesar da ocorrência de uma única litologia. Esse é o caso dos córregos Santa Maria (Fig. 3) e Lambari e dos rib. dos Borba e São Bartolomeu que atravessam apenas rochas da FM Sopa-Brumadinho (filitos, quartzitos, entre outras). No córrego Samambaia (Fig. 3) e no ribeirão Acaba Saco, o curso d’água as litologias da Suíte Pedro Lessa (metabasitos) e FM Sopa- Brumadinho (filitos, quartzitos, entre outras) se alternam, não sendo possível associar os knickpoints às variações dessas duas formações. Nesses casos, as anomalias devem ser reflexo de pulsos de erosão remontante provenientes da incisão fluvial do rio Jequitinhonha. A dinâmica neotectônica pode ser responsável por inputs de energia que geram knickpoints em substratos homogêneos litologicamente. A atividade neotectônica regional tem sido apontada em diversos trabalhos geomorfológicos, com pulsos diferenciais de blocos fazendo parte da dinâmica soerguimento epirogenética do Escudo Brasileiro (SAADI; VALADÃO, 1987; SAADI, 1995; BUENO, TRINDADE, MAGALHÃES JUNIOR, 1997; CARVALHO et al., 2018; CARVALHO, 2019; CARVALHO, MAGALHÃES JUNIOR, 2021a; 2021b; 2022;). O cálculo da Rr revelou os seguintes valores que variaram entre 14,6 (rio Jequitinhonha) e 60,3 (c. Samambaia – Fig. 2). A Rr permite a comparação entre bacias hidrográficas quanto à energia disponível para a ocorrência de processos geomorfológicos. A Rr pode ser utilizada como um indicativo da capacidade energética de bacias. As bacias potencialmente com mais energia são as dos córregos Samambaia (60,3), Lambari (46,1) e Santa Maria (40,5) e do rib. dos Borbas (37,2). Esses cursos d’água têm em comum o fato de atravessarem apenas as rochas da FM Sopa-Brumadinho (c. Lambari, Santa Maria e dos Borbas) ou as rochas da FM Sopa-Brumadinho e Suíte Pedro Lessa (c. Samambaia). Destaca-se que nos altos cursos dos c. Santa Maria e rib. dos Borbas ocorrerem rochas da FM São João da Chapada, composta por quartzitos médios, que sustentam maiores altitudes na região, justificando a maior amplitude altimétrica e Rr nas referidas bacias. As bacias investigadas apresentaram valores de Dd que variaram entre 1,1km/km² (rib. dos Borbas) e 1,8km/km² (c. Samambaia e Lambari) (Fig. 3). Como a Dd está associada à energia e às características dos substratos, áreas com rochas permeáveis tendem a apresentar valores mais baixos. Além disso, infere-se que em bacias com input de energia importante a incisão fluvial seja intensificada e, consequentemente, ocorra o aumento do número de canais e de sua extensão, aumentando a Dd. Em áreas mais estabilizadas, espera-se o contrário, com menor Dd. Os valores mais elevados foram identificados em bacias de afluentes do Jequitinhonha localizados em áreas nas quais predominam rochas metabásicas – Suíte Pedro Lessa (rib. Acaba Saco e c. Lambari e Samambaia, 1,8km/km² em cada). Assim, a Dd pode estar sendo condicionada tanto pelos diferentes graus de resistência litológica quanto pela resposta dos canais ao rebaixamento do nível de base na alta bacia do Jequitinhonha. Os córregos Samambaia e Lambari apresentam valores de Dd e Rr que os colocam como de maior potencial de energia entre os cursos d’água investigados, sendo estes os afluentes do rio Jequitinhonha mais a montante. Embora Santos et al. (2005) tenham relacionado a Dd à produção de sedimentos, as bacias hidrográficas investigadas e com menores valores de Dd são justamente as que apresentam maiores depósitos sedimentares em forma de barras arenosas associadas aos canais (rio Pinheiro – 1,2 – e rib. Inferno – 1,3). O FABD revelou o predomínio de leves deslocamentos dos canais, seja para W (c. Samambaia - 62,0), para NW (rib. Acaba Saco - 72,5; rio Pinheiro - 59,0), para E (c. Lambari - 35,9 e rio Jequitinhonha - 40,3), para SE (rib. das Lajes – 43,4) e para S (rib. São Bartolomeu - 40,4 e Inferno - 31,0). O c. Santa Maria não apresenta deslocamento (50,3 – Fig. 3). Não há evidências de um controle tectônico que estaria condicionando esses deslocamentos, os quais ocorrem em diferentes direções. Carvalho e Magalhães Junior (2020) identificaram deslocamentos generalizados de canais para E na bacia do rio Paraúna, ao sul da área investigada, na SdEM, associando-os ao mergulho das camadas e dobramentos das rochas. Desse modo, nas bacias investigadas, os deslocamentos em sentidos diferentes, em cada caso, parecem estar associados mais ao condicionamento litoestrutural do que a basculamentos, conforme alerta Rubin (1999).

Figura 1

Quadro geológico regional e mapa hipsométrico.

Figura 2

Perfis longitudinais com anomalias condicionadas pela litologia e tabela com valores de Rr.

Figura 3

Perfis longitudinais com anomalias possivelmente sem relação direta com a litologia e tabelas com valores de Dd e FABD.

Considerações Finais

As bacias hidrográficas e cursos d´água investigados apresentam indícios de controle litoestrutural e knickpoints que podem ser reflexos das respostas do nível de base regional à dinâmica neotectônica. Os parâmetros morfométricos são auxiliares nas investigações geomorfológicas e não podem, isoladamente, suscitar afirmações sobre a dinâmica da rede de drenagem e do relevo. O Is, a Dd e a Rr indicam que praticamente todas as bacias investigadas apresentam elevados potencial energético e que, atualmente, a incisão fluvial se destaca como um dos principais processos geomorfológicos regionais. Embora o quadro litológico regional não seja marcado, em sua maioria (quartzitos) por fragilidade mecânica à incisão fluvial, a dinâmica de encaixamento tem ocorrido de forma importante. Por fim, o cálculo do FABD revela que não há deslocamentos significativos nos cursos d ´água investigados. Os deslocamentos verificados devem ter maior relação com aspectos litoestruturais do que com a dinâmica neotectônica (basculamentos), haja vista a diversidade de sentido dos deslocamentos observados nas superfícies elevadas da Serra do Espinhaço Meridional. Este quadro difere do encontrado em vales da bacia do rio São Francisco na SdEM.

Agradecimentos

À FAPEMIG pelo apoio financeiro (Projeto APQ 00511-21); ao CNPq pela bolsa de produtividade; ao IFMG e CAPES pelas bolsas PIBIC e de mestrado; aos grupos de pesquisa RIVUS e Geoquímica e Paisagem.

Referências

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