Autores
- GABRIELLA BRANDINO DE CAMPOSUNIFAL-MGEmail: gabriella.campos@sou.unifal-mg.edu.br
- GABRIEL GOUVEA DA SILVAUNIFAL-MGEmail: gabriel.gouvea@sou.unifal-mg.edu.br
- FELIPE GOMES RUBIRAUNIFAL-MGEmail: felipe.rubira@unifal-mg.edu.br
Resumo
O ritmo e a frequência das avulsões fluviais decorrentes da migração de meandros
são controlados pelo grau de erodibilidade das margens, tamanho do canal,
velocidade do fluxo, sazonalidade da precipitação e uso da terra nas encostas. A
partir dessa perspectiva, nosso estudo objetivou mapear a dinâmica fluvial de um
trecho do rio Mogi-Guaçu entre 1985 e 2021, a fim de investigar os processos
avulsivos influenciados pelo uso da terra na APP. A área localiza-se entre o
município de Mogi-Guaçu (SP) e o distrito de Martinho Prado Junior (SP), nordeste
do Estado de São Paulo. Nossa metodologia consistiu em uma análise multitemporal
a partir de imagens Landsat 5 TM Collection 2 Tier 1 TOA Reflectance e Sentinel-2
MSI Multiespectral Instrument Level-2a. Para extração das massas d’água foi
utilizado o Índice de Água de Diferença Normalizada Modificada (MNDWI) via Google
Earth Engine. Em seguida, no software QGIS 3.16.16 foram realizados os seguintes
procedimentos: (i) vetorização do rio (1985 e 2021); (ii) mapeamento da diferença
para quantificação das taxas de migração lateral do canal fluvial
(erosão/deposição); (iii) mapeamento do uso e cobertura da terra (Pluggin
MapBiomas Collection 7.1) e conversão do raster para vetor; (iv) recorte pelo
Buffer vinculado à APP (100 metros); e (v) cálculo dos dados de área em m².
Nossos resultados evidenciaram uma taxa de migração lateral do canal fluvial de
13,13m² com 5 avulsões fluviais por erosão de cutbank. As taxas de migração
vinculadas às margens erosivas foram mais elevadas em setores com predomínio de
atividades agropecuárias (51,47m² em 1985 e 33,11m² em 2021) e de agricultura
(3,48m² em 1985 e 7,77m² em 2021). Em contrapartida, as menores taxas erosivas
vincularam-se às margens onde prevaleceu a expansão da mata nativa (35,0m² em
1985 e 62,23m² em 2021). A vegetação influenciou a forma do canal e a
estabilidade da margem, apresentando-se determinante para a redução da erosão
devido ao reforço coesivo exercido pelas raízes.
Palavras chaves
Migração do Canal; Uso da terra; Vegetação