Autores
- STEFANIA CRISTINO DE OLIVEIRAUSPEmail: steoliveira@usp.br
- FABIANO DO NASCIMENTO PUPIMUNIFESPEmail: f.pupim@unifesp.br
Resumo
Atividades humanas juntamente com as influências naturais alteram os atributos
da morfologia do canal, como a largura, profundidade, sinuosidade e padrão do
canal. O conhecimento baseado em causa e efeito sobre a capacidade de resposta
morfológica dos canais fluviais às alterações naturais e antropogênicas são
importantes para avaliar a influência da atividade humana nos sistemas fluviais
e, assim, definir uma perspectiva geomorfológica fluvial no Antropoceno. Diante
disso, avanços tecnológicos em sensoriamento remoto melhoraram a capacidade de
analisar quantitativamente as paisagens em dimensões e detalhes como nunca
antes. Na Bacia do Alto Paraguai (BAP), que abriga a planície do Pantanal, a
ocupação antrópica das áreas dos planaltos, desde meados da década de 70, tem
alterado sensivelmente o transporte da carga sedimentar dos rios, podendo
ocorrer processos de agradação ou degradação que afetam a morfologia do canal.
Neste contexto, a quantificação das mudanças morfológicas a partir de parâmetros
morfométricos (barras fluviais, largura, comprimento e taxa de migração)
possibilitou avaliar a dinâmica fluvial e seus ajustes frente às transformações
do uso do solo na BAP, desde 1985 até os dias atuais. Para atingir este objetivo
foram utilizadas imagens de satélites da série Landsat, pois apresentam quase
três décadas de imagens, com grande cobertura espacial, moderada frequência
temporal e distribuídas gratuitamente. O processamento e interpretação das
imagens foram realizados a partir da plataforma do Google Earth Engine, o qual
permitiu descrever um conjunto de instruções em código para reprodução nos
principais rios da bacia. Resultados preliminares sugerem que as respostas dos
principais sistemas fluviais que compõem a BAP são espacialmente heterogêneas e
não lineares, dependendo do tipo de impacto antrópico e de condições naturais de
contorno.
Palavras chaves
Sensoriamento Remoto; Landsat; Google Earth Engine