Autores
- JOSIANE S. B. CARIOCA DE PAULAUNEMATEmail: josiane.santos3@unemat.br
- ERNANDES SOBREIRA OLIVEIRA JUNIORUNEMATEmail: ernandes.sobreira@gmail.com
Resumo
O estudo sobre os gases de efeito estufa (GEE), em especial o CO2, em águas
interiores tem sido fundamental para somar a contribuição desses ambientes no
balanço global do Carbono. Neste quesito, as águas urbanas compostas por rios,
córregos, ou canais têm servido como potenciais pontos de emissão de gases de
efeito estufa. Desse modo, este trabalho objetivou analisar o impacto dos
córregos e canais urbanos do município de Cáceres no fluxo de CO2 na interface
água-atmosfera e sobre as macrófitas aquáticas presentes nestes locais. A
pesquisa à campo foi realizada em quatro córregos/canais urbanos, que deságuam
em um dos principais rios do Pantanal (rio Paraguai). Para tal, usamos uma
câmara flutuante com sensor de CO2 sobre macrófitas aquáticas e leito aberto,
considerando o fluxo (emissão e/ou absorção de CO2). No canal em que havia
retilinização e cimentação, o fluxo de CO2 foi mais de três vezes maior que o
córrego com melhor condição ambiental e sem cimentação do fundo e margens
(10.369,73 ± 5.539,90 mg CO2 m-2 d-1 – com cimentação; e 3.372,42 ± 1.814,35 mg
CO2 m-2 d-1 – sem cimentação). A cobertura de macrófitas sobre o leito dos
córregos/canais oscilou entre 80% e 100% (durante o período da seca). No canal
que apresentou cimentação do fundo e das margens, as macrófitas ali presentes
não atuaram absorvendo CO2, tal como foi encontrado nos demais córregos/canais,
mas sim emitindo CO2 para a atmosfera. Esse fator indica uma saturação dos GEE
presente no ambiente aquático, bem como, indicação de um corpo d’água com maior
alteração ambiental. O córrego com menor emissão de CO2 para atmosfera
apresentou uma melhor condição ambiental, tal como, fundo e margens não
cimentados e resquício de vegetação ciliar. Visto isso, concluímos que córregos
e canais urbanos podem ser fontes emissoras de GEE quando são submetidos às
alterações antrópicas, além de serem ambientes extremamente negligenciados pelas
políticas públicas como espaços importantes para a sociedade.
Palavras chaves
Águas urbanas; CO2; Macrófitas aquáticas