Autores
- JULIA FREDERICA EFFGENUNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOEmail: julia.effgen@edu.ufes.br
- EBERVAL MARCHIOROUNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTOEmail: ebervalm@gmail.com
Resumo
No Brasil, a região Sudeste se destaca como palco de eventos de movimentos de
massa devido à sua topografia e clima quente úmido. Visando investigar a
distribuição de ocorrência de movimentos de massa em Vitória, capital do estado
do Espírito Santo, as principais tipologias, seus fatores condicionantes
preparatórios e deflagradores, foi construído um inventário para o período entre
os anos de 1999-2017 através de laudos geológico-geotécnicos do Projeto MAPENCO
(Mapeamento das áreas de Risco das Encostas do Município de Vitória). Dos 1609
laudos analisados, 548 foram de ocorrências (O) e 1061 de possibilidade de
ocorrências (P). A porção continental, formada por depósitos sedimentares
(costeiros e estuarinos), manguezais e pela Formação Barreiras, tiveram apenas 5
ocorrências registradas, enquanto a porção insular, constituída,
majoritariamente, por um maciço costeiro e diversas colinas costeiras de idade
Pré-Cambriana, registrou 543 laudos. Os escorregamentos translacionais
correspondem a 89% das ocorrências, enquanto as quedas e rolamentos de blocos
são 9,5% – os outros 1,5% se dividem entre corridas, rastejos e recalques. Os
fatores condicionantes ligados às atividades antrópicas e características de
terreno são os mais prevalentes entre as ocorrências de movimentos de massa,
enquanto precipitação é o principal fator gatilho. O ano de 2013 apresenta a
maior quantidade de laudos registrados (75 O e 70 P) e foi o de maior
precipitação no período em análise (2195mm). Em relação à precipitação mensal
média, os laudos de ocorrência apresentam aumento nos registros no período de
maior precipitação (entre os meses de novembro e janeiro), enquanto os laudos de
possibilidade aumentam no período seco (entre junho e agosto). A correlação
entre ocorrências e precipitação anual é moderada e positiva (Sρ = 0,575),
enquanto com precipitação mensal média é muito forte e positiva (Sρ = 0,814). As
correlações de possibilidades e precipitação anual e mensal não são
significativas.
Palavras chaves
escorregamentos rasos; precipitação; fatores condicionantes