Autores
- JOSÉ LUIS ZÊZERECEG-IGOT-ULISBOAEmail: zezere@campus.ul.pt
- SÉRGIO CRUZ OLIVEIRACEG-IGOT-ULISBOAEmail: cruzdeoliveira@campus.ul.pt
- SUSANA PEREIRACEG E UNIVERSIDADE DO PORTOEmail: sspereira@letras.up.pt
- RICARDO GARCIACEG-IGOT-ULISBOAEmail: rgarcia@campus.ul.pt
- RAQUEL MELOCEG-IGOT-ULISBOAEmail: raquel.melo@campus.ul.pt
- TERESA VAZCEG-IGOT-ULISBOAEmail: teresagvaz@gmail.com
- ALEXANDRE TAVARESCES E DEP. CIENCIAS DA TERRA U COIMBRAEmail: atavares@ci.uc.pt
- CARLOS BATEIRACEG E UNIVERSIDADE DO PORTOEmail: carlosbateira@gmail.com
- PEDRO SANTOSCEG-IGOT-ULISBOAEmail: pmpsantos@campus.ul.pt
Resumo
Este trabalho apresenta a avaliação da suscetibilidade a movimentos de vertente
em Portugal Continental, com base em três inventários de instabilidades. O
primeiro inventário, extraído da base de dados DISASTER, contém 235 pontos que
representam movimentos de vertente que causaram vítimas mortais, feridos,
desaparecidos, evacuados ou desalojados, que foram reportados por jornais em
Portugal entre 1865-2010. O segundo inventário baseia-se igualmente em notícias
de jornais e cobre o mesmo período do anterior. É composto por 1421 pontos,
incluindo o inventário DISASTER e outras ocorrências independentemente da
magnitude das respetivas perdas. O terceiro inventário contém 7387 movimentos de
vertente datados de 1950 até 2015, representados por polígonos, produzido com
fotointerpretação e trabalho de campo em 14 áreas de estudo selecionadas,
cobrindo 13% da superfície do país. A tipologia dos movimentos de vertente é
desconhecida em muitos casos, pelo que a modelação é feita sem distinguir o tipo
de movimento.
Foram considerados sete fatores de predisposição para a modelação da
suscetibilidade: altitude, declive, índice de posição topográfica (TPI),
litologia, tipo de solo, unidades ecológicas e água disponível (diferença entre
precipitação e evapotranspiração potencial). Todos os fatores de predisposição
foram classificados e representados numa estrutura de dados matricial, com
células de 25m.
A suscetibilidade foi avaliada utilizando o método estatístico do Valor
Informativo e uma AHP (Analytic Hierarchy Process) para estabelecer pesos
relativos aos fatores de predisposição. Foram realizados cinco modelos de
suscetibilidade, que foram validados e comparados com taxas de sucesso e de
predição.
Os resultados apontam dois modelos de suscetibilidade a movimentos de vertente
como os mais confiáveis: o modelo produzido com a AHP e o modelo estatístico
produzido com o inventário de movimentos de vertente obtido em áreas-amostra,
que foi extrapolado com sucesso a todo o país.
Palavras chaves
suscetibilidade; movimentos de vertente; Portugal continental