• 14° SINAGEO – Simpósio Nacional de Geomorfologia
  • Corumbá / MS
  • 24 a 30 de Agosto de 2023

ANÁLISE GEOMORFOPEDOLÓGICA DE BACIA HIDROGRÁFICA NO SUDOESTE DA AMAZÔNIA – ACRE: PRESSUPOSTOS PARA O USO E OCUPAÇÃO DA TERRA

Autores

  • WALDEMIR L. SANTOSUNIVERSIDADE FEDERAL DO ACREEmail: waldemir.santos@ufac.br
  • CRISTINA H.R.R. AUGUSTINUNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISEmail: chaugustin@hotmail.com

Resumo

As mudanças no uso da terra desde a segunda metade do século XX, especialmente no estado do Acre, sudoeste amazônico, têm causado transformações na dinâmica natural. Este trabalho constitui uma contribuição ao conhecimento das condições geomorfopedológicas atuais enfocando, como estudo de caso, a bacia do igarapé Judia, localizada no leste do estado do Acre. Análises físicas, químicas e de difratometria de argilas foram realizadas em amostras de solos da bacia, indicando baixos valores de pH e elevados teores de Al+3, decréscimo na concentração de Ca2+, Mg2+, K+ e Na+ e frequência da argila caulinítica. Constatou-se, ainda, a presença de goethita e quartzo, e de ilita, indicando tratar-se de solos mais jovens, originados da Formação Solimões. Essas características, caracterizam os solos como distróficos e estruturalmente frágeis. A carência de nutrientes e a acidez, associadas às demais características, como o relevo, mostram que esses solos não são muito favoráveis para a agricultura.

Palavras chaves

Análise geomorfológica; Uso dos recursos naturais; Geoambientes; Mineralogia e geoquímica de solos; Acre

Introdução

Os estudos ambientais na região amazônica tendem a apresentar lacunas que são, contudo, essenciais para investigação da base biofísica da região, imprescindíveis para a compreensão da complexidade regional. Muitos se baseiam, fundamentalmente, em trabalhos que remontam aos meados da segunda parte do século XX, e que necessitam, frente à necessidade de exploração e ocupação da região em bases sustentáveis, ser reformulados e revisados (BRASIL, 1976a). É importante ressaltar que literatura mais recente busca cobrir essas deficiências, abordando aspectos amplos do meio biofísico que mesmo que às vezes incluam a temática climática e da cobertura vegetal (MERTES et al., 1996; RODRIGUES et al., 2002; PHILLIPS et al. 2003; HOORN et al., 2010; QUESADA et al. 2012; CINTRA et al., 2013; VAL et al., 2014; UNITED NATIONS SUSTAINABLE DEVELOPMENT SOLUTIONS NETWORK, 2021). Nesse sentido, é fundamental que os resultados dessas e de novas pesquisas sejam incorporadas à base analítica que deve orientar o desenvolvimento sustentável, visando melhor embasamento para as políticas de gestão territorial da região amazônica. A crescente necessidade de apresentar estratégias e soluções que interrompam e revertam os efeitos da degradação ambiental e do esgotamento dos recursos naturais vem se tornando cada vez mais clara, provocando uma série de questionamentos, como por exemplo: como enfrentar o conjunto de problemas ambientais, principalmente os decorrentes de ações antrópicas no âmbito das bacias de drenagem? Quais recursos naturais merecem maior atenção para manter o equilíbrio dos ecossistemas? Como elaborar e desenvolver estratégias eficazes para minimizar os efeitos negativos sobre o ambiente natural? Como garantir a sustentabilidade dos recursos naturais, notadamente os recursos hídricos e os solos, em plena região amazônica? As respostas para tais perguntas devem ir além da questão mais imediata das ações decorrentes das catástrofes naturais resultantes das mudanças da dinâmica própria dos ecossistemas, e buscar integrar os aspectos envolvidos na relação do binômio homem/natureza (NEPSTAD et al., 2007). Isso inclui aqueles relacionados à aceleração de processos erosivos (WITTIMAN et al., 2012; SANTOS, 2013; GOVIN et al, 2014; SANTOS; AUGUSTIN, 2015; FLORES, et al., 2019), com o consequente aumento da produção e descarga de sedimentos, assoreamento de canais fluviais, decréscimo da quantidade e qualidade de água potável e a perda de nutrientes do solo (LABRIÈRE et al., 2015; GUILLAUME; DAMRIS; KUZYAKOV, 2015). Deve ainda abordar a influência de outros fatores do meio físico, como o relevo e sua influência na cobertura vegetal (LUIZÃO et al., 2004; TOMASELLA, et al., 2008; PHILLIPS, et al., 2010; QUESADA et al., 2012; BALDECK et al., 2013; SCHIETTI et al., 2014;; TUOMISTO, et al. 2019; WANDERLEY- FILHO, 2019). Compreende-se que a dinâmica do uso e ocupação da terra na Amazônia deve ser acompanhada por modelos de gestão que considerem as especificidades regionais, tendo em vista, entre outros fatores, a complexidade deste ecossistema florestal (NEPSTAD, et al., 2007; CATTANEO, 2008). Nesse sentido, este trabalho objetiva analisar, em escala de detalhe, as condições geomorfopedológicas de uma bacia de drenagem, que possui semelhanças com outras em termos de características naturais,, sendo, portanto, representativa no contexto regional, considerando-se as condições do sudoeste amazônico que ao longo de cerca de quatro décadas, vem apresentando uma rápida substituição das áreas de floresta por outros tipos de uso e ocupação, sobretudo pela urbanização e formação de pastagens. Esse cenário poderá gerar problemas decorrentes do mau uso e manejo dos solos o que torna esta, uma contribuição fundamental para a compreensão dos fatores analisados, e que têm como base, dados oriundos de pesquisa sobre os solos e suas características físico-químicas e sua localização nas vertentes, utilizando-se a bacia do Igarapé Judia (AC), como representativa.

Material e métodos

A bacia do Igarapé Judia localiza-se entre as coordenadas geográficas 10º2’40’’S e 67º44’25’’W e 9º58’27’’S e 67º47’29’’W, englobando os municípios de Rio Branco (AC) - baixo e médio curso - e Senador Guiomard (AC) – alto curso. Tem uma área aproximada de 123 km2, com predomínio de atividades pecuaristas de criação de bovinos, pequena atividade de agricultura de subsistência e construção de habitações de forma rarefeita no trecho que compreende a zona rural. A bacia em estudo está inserida em uma grande planície aluvionar e, no contexto regional, está localizada na porção que compreende o Planalto Rebaixado da Amazônia Ocidental (ACRE, 2000), em região de baixa altitude, com cota máxima de 220 m e mínima de 130 m. O igarapé que dá nome à bacia possui uma extensão aproximada de 30 km, com suas nascentes a 220 m de altitude, descendo em quotas médias de 10 m até o encontro com o rio Acre, onde está situada a foz. É considerado o principal afluente da margem direita do rio Acre, com uma população residente de aproximadamente 100 mil habitantes, incluindo as áreas dos dois municípios abrangidos (SANTOS, 2005). O tipo climático predominante na bacia do igarapé Judia é o Am, (classificação de W. Köppen), correspondendo ao tropical chuvoso (quente e úmido), com ocorrências de precipitação do tipo monção, caracterizada como excessivas durante alguns meses do ano (AYOADE, 1998). O período chuvoso corresponde ao “inverno amazônico” (compreendido entre os meses de outubro a abril), e o período de estiagem caracteriza o “verão amazônico” (compreendido entre entre os meses de maio a setembro). A bacia do Igarapé Judia está situada em uma área de relevo de topo convexo separado por vales em forma de “U” com fundos planos e fraca dissecação, prevalecendo as características aplainadas com depósitos de sedimentos pliopleistocênicos da Formação Solimões, de idade Cenozóica recoberta por uma seqüência de ambiente tipicamente continental fluvial (BRASIL, 1976a apud SANTOS, 2013). Segundo Latrubesse (1996), quase a totalidade da Amazônia Ocidental está coberta por sedimentos cenozóicos, principalmente silto-argilosos e arenosos em menor proporção. As características desses sedimentos levaram Rego (1930) a denominar a área, originalmente, de Formação Solimões porque os sedimentos afloram ao longo dos rios desta bacia, ocorrendo também nos cortes de estradas expostos, compostos por duas associações deposicionais, uma de alta e outra de baixa energia. Foram selecionados 11 (onze) pontos amostrais, sendo 9 (nove) em cobertura de pastagem e 2 (dois) de floresta. Os pontos de coleta foram distribuídos ao longo da bacia, do topo até sua base, abrangendo todos os setores da mesma. Para selecioná-los, seguindo metodologia proposta por Augustin (1997), foram medidas as declividade ao longo de transectos, com o uso de 3 balizas de 2 m, locadas a cada 20 m de distância e um clinômetro Suunto de leitura direta. Com as leituras de declividade realizadas, definiu-se os pontos amostrais nas poções centrais dos segmentos com declividades mais homogêneas, onde foram abertos e descritos os perfis, seguindo procedimentos de Santos et al. (2005), com a coleta de 37 amostras de solo. No Laboratório de Fertilidade de Solos da UFAC, foram analisadas: textura, porosidade total, pH, matéria orgânica, Ca, Mg, K, Na, Al e Al saturado e a separação da fração argila para Difratometria de Raio-X. A classificação dos solos da bacia foi realizada com base no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SANTOS et al., 2018). A análise da Difratometria de Raio-X (DRX) da fração argila foi realizada no Centro de Pesquisa Manoel Teixeira da Costa (CPMTC), do Instituto de Geociências/UFMG, aonde a leitura foi feita conforme metodologia adotada por este, com equipamento de difratometria X’PertPRO, da marca Panalytical, com fendas 0,6mm e tubo de raios-X de cobre (Cu) cujo comprimento de onda (λ) = 1,540619 Å.

Resultado e discussão

Em geral, os solos do estado do Acre são bastante diversificados, seja pela existência de processos pedogenéticos acelerados, em função das características biofísicas da região, seja pelas suas características morfogenéticas, uma vez que esta fez parte de uma bacia de deposição de sedimentos inconsolidados, com predomínio de formas aplainadas, o que influenciou na formação e desenvolvimento dos solos. Os Argissolos, que correspondem a 32,9% das ocorrências na Amazônia onde o predomínio é, no entanto, dos Latossolos (41,1% da área total), cobre 63,9% do estado do Acre, são encontrados na área de estudo, com características semelhantes aos de âmbito regional. Na bacia do igarapé Judia, a situação não é muito diferente da condição regional, tendo sido detectadas cinco grandes manchas de ocorrência de solos distribuídos na sequência decrescente: Argissolos, Plintossolos, Cambissolos, Latossolos e Neossolos Flúvicos associados a Gleissolos. É possível verificar, a partir da localização e das características das formas do relevo, declividade e altimetria das áreas de ocorrência dos solos, que a bacia encontra-se dividida em 3 (três) pedoambientes bem definidos. Mostra que na alta porção a maior ocorrência é a dos Argissolos e Latossolos, formando as áreas de cabeceira da bacia, com relevo plano a suave ondulado e declividades entre 0 e 8%. Na porção média, há domínio dos Cambissolos e Plintossolos. Os primeiros são típicos das formas moderadamente onduladas a onduladas, com declividades entre 12 e 20%, e os segundos, de relevo planos a suave-ondulados com declividades entre 0 e 8%. Na baixa porção, detectou-se a presença de manchas de Plintossolos, Argissolos, Cambissolos e Neossolos Flúvicos associados aos Gleissolos. À exceção destes últimos, que ocorrem na planície de inundação do rio Acre (nível de base local), com predomínio relevo plano (declividades entre 0 e 3%), os demais ocorrem nos terraços constituídos por depósitos aluvionares, com declividades de 8 a 12%. Considerando toda a bacia, a maior ocorrência é dos Argissolos (35,73%), seguida dos Plintossolos (33,84%) e Cambissolos (18,99%). Os Latossolos apresentam-se restritos à 9,29% da área da bacia. A distribuição espacial dos tipos de solos na área de estudo sugere, portanto, uma relação com o relevo correspondente, que varia de suave a moderadamente ondulado, conforme os perfis de localização. Guarda, também, relação direta com o material de origem da Formação Solimões. Em todos os perfis analisados, a distribuição granulométrica das partículas demonstra que a fração argila tende a aumentar da superfície para a subsuperfície, em detrimento das demais frações (areia e silte) que apresentam diminuição, o que é comum em solos tropicais úmidos. Os resultados do pH indicam que os solos da bacia são ácidos, com valores de pH variando de 3,8 a 6,3, com os menores valores nas áreas de topo e alta vertente diminuindo nas baixas porções da bacia. Os valores de pH são inversamente proporcionais aos valores de Al3+, apresentando correlação negativa (r = -0,51) evidenciando a dominância de cargas superficiais líquidas negativas no pH do solo. O mesmo comportamento foi detectado nos perfis individuais nos quais o pH manteve tendência a aumentar em profundidade, o que, possivelmente, está relacionado com os valores de matéria orgânica que também diminuem na mesma proporção. Os valores da soma de bases dos solos (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+), de acordo com os limites utilizados pelo Laboratório de Fertilidade do Solo da UFAC, foram considerados baixos (< 2,0 cmolc/dm³), com tendência a decrescer com a profundidade, exceto no perfil nº 6, que apresentou valor de 2,91 cmolc/dm³. Nos perfis localizados na baixa porção da bacia (nºs. 9, 10 e 11) foram detectados os menores valores de soma de bases, possivelmente em função de processos de hidromorfismo, considerando-se a superficialidade do lençol freático, associados à característica argilosa do solo, que retém o Al3+ e ocasiona a perda das bases, principalmente de Ca2+, tornando-os pobres em nutrientes e bastante ácidos e álicos (saturação de alumínio > 50%). Os teores de Al3+ foram elevados (> 0,2 cmolc/dm³), apresentando correlação positiva com a fração argila (r = 0,72), bem como com a capacidade de troca catiônica (CTC) (r = 0,92), também apresentaram tendência de aumento com a profundidade. Corroborando esses dados, os maiores valores de Al3+ foram registrados nos perfis de solos mais argilosos, localizados em parte da média para a baixa porção da bacia do Igarapé Judia. Nesses perfis, foram registrados baixos teores de Ca2+, Mg2+, K+ e pH, verificando-se a baixa mobilidade do Al3+ frente aos demais cátions, em razão da sua carga iônica e da alta eletronegatividade da argila. Os dados também fortalecem o papel das características mineralógicas da fração argila nestes perfis que permite a lixiviação dos cátions de menor valência em função da composição da caulinita, constituída basicamente por sílica e alumínio. Os valores de Ca2+ foram considerados baixos (< 1,5 cmolc/dm³), conforme os limites estabelecidos pelo Laboratório de Fertilidade de Solos da UFAC (tab. 4). As ocorrências de teores maiores foram proporcionadas pela presença da matéria orgânica, notadamente nas camadas superficiais dos solos, com exceção do solo do perfil 3 (Cambissolo Háplico Tb Eutrófico típico), que apresentou correlação forte e positiva do Ca2+ com os teores de argila (r = 0,99) e negativa com a matéria orgânica (r = -0,67). A bacia em estudo apresentou, portanto, gradientes bem definidos em relação às variáveis analisadas. Da sua alta para a baixa porção, os solos são acrescidos em características de acidez, com a diminuição do pH. No entanto, Wadt (2002) defende que não devem ser utilizados somente os valores de Al3+ como índice de acidez para os solos do Acre, uma vez que se deve considerar haver um balanço positivo quando os valores de Al3+ são comparados com os valores de Ca2+, que também tendem a apresentar-se elevados, o que resulta, dessa forma, na desnecessária correção do solo para uso na agricultura. Portanto, os valores de Ca2+ foram considerados baixos nos solos ora pesquisados, com baixos valores de pH, enquanto o Al3+ apresentou-se, elevado, assemelhando-se ao comportamento da maioria dos solos amazônicos, resultante da perda das principais bases (Ca, Mg e K), o que resulta na condição de acidez pelos valores elevados de Al3+, condições estas associadas às características cauliníticas dos solos. Observou-se um comportamento da concentração de Al3+ e Ca2+ nos solos pesquisados ao longo do igarapé da Judia, com a identificação de um gradiente da alta para a baixa porção da bacia sendo, que, no primeiro caso, há uma diminuição com a altura do relevo, enquanto no segundo, é encontrada uma situação inversa. Dessa forma, o nível de fertilidade natural dos solos é baixo, com sérios problemas nutricionais e de alta toxicidade por alumínio extraível (> 0,2 cmolc/dm³), fatores que limitam o uso dos Latossolos e Argissolos, enquanto nos Plintossolos e Neossolos/Gleissolos, além da baixa fertilidade natural e alto nível de toxidade do alumínio, ocorre ainda uma drenagem deficiente. Os dados de difratometria da fração argila dos solos vêm confirmar o grau de evolução dos mesmos e dar respostas mais embasadas sobre a sua composição mineralógica. Os dados indicam a predominância de caulinita na maioria das amostras dos solos da porção superior da bacia (setor A), seguidas, por vezes, de quartzo, goethita e ilita. Pela composição mineralógica visualizada no âmbito da bacia, detectou- se que esses solos são constituídos de material mais antigo, altamente intemperizado com predominância de argilas do tipo 1:1 (caulinita e gipsita), refletindo a sequência mineralógica acima citada.

Figura 1 - Localização da área de estudo



Classes, relevo e perfil de localização da coleta de amostras de solo

Demonstra-se as classes, forma da vertente e localização do ponto de coleta de amostras do solo.

Difratogramas de raios-X da fração argila do perfil nº 4 – Alta porção

Demonstra-se a presença da caulinita em todas as amostras de solo.

Considerações Finais

Com o desenvolvimento da pesquisa, foi dado um passo importante para o conhecimento do meio físico e seus impactos sobre os solos na área de estudo. Isto, porque análises mais profundas no que se refere à dinâmica da composição dos solos, pode, e deve, subsidiar o entendimento dos efeitos do uso e ocupação da terra das bacias de drenagem no sudoeste amazônico. O fato, por exemplo, de haver predomínio de pastagem na bacia de dreanagem do Igarapé da Judia, pode estar associado às condições geomorfopedológicas da área, que apresenta características que dificultam o desenvolvimento, por exemplo, da agricultura em larga escala, em função da baixa fertilidade dos solos. Conforme demonstrado, os solos caracterizam-se como estruturalmente frágeis, e quimicamente pobres. Nesta região, cujas características gerais são de relevo com declividade de moderada a baixa e de condições de alta pluviosidade e temperatura, há intensa lixiviação de nutrientes e sílica. O que resta são solos cauliníticos, típico de material original muito intemperizado de regiões quentes e úmidas, com predimínio de elementos químicos pouco solúveis, como o Al e o Fe, baixos valores de pH, bem como da soma de bases. Dessa maneira, requerem manejo adequado quanto ao seu uso e ocupação, pois além de muito pobres em nutrientes, são também relativamente susceptível à ação de processos erosivos. As análises de Difratometria de Raios-X (DRX), indicam a predominância do argilomineral caulinita. Conclui-se que a temática e metodologia desenvolvidas nesta pesquisa mostraram importante contribuição para que o entendimento das condições hidroecogeomorfológicas de outras bacias da região amazônica possam ser conhecidas, especialmente considerando o avanço dos núcleos urbanos e atividades rurais, nos dias atuais.

Agradecimentos

À Universidade Federal do Acre e ao Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais pelo apoio à pesquisa.

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