Autores
- NATIÉLY HONORATO ARAÚJOUNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOEmail: natiely.araujo@unemat.br
- MICAEL DE OLIVEIRA DOS SANTOSUNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOEmail: micael.santos@unemat.br
- MANOEL DIEGO SANTOS HURTADOUNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOEmail: diego.hurtado@unemat.br
- LEILA NALIS PAIVA DA SILVA ANDRADEUNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOEmail: leilaandrade@unemat.br
- MAXSUEL FERREIRA SANTANAUNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOEmail: maxfsantana@hotmail.com
Resumo
O presente estudo teve como objetivos identificar os processos morfoestruturais
e morfoesculturais da Serra das Araras, localizada no distrito de Vila Aparecida
zona rural em Cáceres/Mato Grosso, bem como a avaliar as características
morfológicas e fisiológicas da área em estudo. Para tanto, foi utilizado como
método de análise o estudo de campo, onde foi possível observar diretamente as
características de composição do relevo tal como os processos de transformações
e as formas de uso/ocupação ativas na região. Ademais, também se utilizou de
parte do acervo bibliográfico sobre a região para enfatizar a pesquisa. Dessa
maneira, constatou-se a unidade de relevo sob o qual está localizado a cidade de
Cáceres na província serrana, com registro das geossinclinais e várias formações
que compõem a paisagem. Pode-se observar que nesse ponto da serra existem
pequenos sítios com atividade leiteira. E os agentes intempéricos físicos
naturais estão contribuindo com a esculturação do relevo local.
Palavras chaves
Província Serrana;; Morfologia; Fisiologia; Uso e ocupação; Intemperismo físico
Introdução
O relevo terrestre é o alicerce para as pessoas se estabelecerem para
desenvolver suas atividades econômicas, políticas, cultural e outras ações que
lhe são atribuídas (MARQUES, 2013). Nesse contexto, Casseti (2005) ressalta a
importância do relevo terrestre no processo de ocupação do espaço tanto pelo
fator de base ou como recurso.
A cidade de Cáceres localizada no sudoeste do estado de Mato Grosso, é uma das
regiões do estado onde encontra-se as maiores diversidades na fauna e na flora
regional. Também conhecida como a “Princesinha do Paraguai”, o município se
situa sobre o domínio morfoclimático do Cerrado (AB’ SABER, 2003), em uma região
de planaltos, planícies e depressões na unidade intitulada Depressão do rio
Paraguai, contendo em sua formação uma parte expressiva do relevo residual
denominado de Província Serrana (BRASIL, 1982).
Banhada pelo Pantanal mato-grossense, o município é conhecido nacionalmente por
suas belezas naturais e por sua significativa participação no PIB (Produto
Interno Bruto) do estado de Mato Grosso, destacando-se como a maior produtora de
bovinos pelo sexto ano consecutivo em 2023 (INDEA, 2023). A localidade
privilegia-se de uma porção relevante do bioma Pantanal (IBGE, 2023) que fica
estritamente situado entre o rio Paraguai e a Chapada dos Parecis, tendo como
limitação ao norte a Serra das Araras (BRASIL, 1982), uma das principais serras
da região, marcada por um conjunto vasto de morros que compõem a paisagem da
Província Serrana local.
Desta forma, a Província Serrana “compreendem os maiores táxons na
compartimentação do relevo” a morfoestrutura. “Ocorrem em escala regional e
organizam os fatos geomorfológicos segundo o arcabouço geológico marcado pela
natureza das rochas e pela tectônica que atua sobre elas”. Esse processo, “sob
efeitos climáticos variáveis ao longo do tempo geológico”, contribui para
morfoescultura do relevo, “cujas feições embora diversas, guardam, entre si, as
relações comuns com a estrutura geológica a partir da qual se formaram” (IBGE,
2009, p. 28).
Entre essas formações, registra a Serra das Araras. Nessa está localizada a
Estação Ecológica da Serra das Araras (EESA), uma Unidade de Conservação Federal
Brasileira criada pelo Decreto N° 87.222 de 31 de maio de 1982, pertencente à
Secretaria Especial do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (SEMA/MT) (BRASIL,
1982).
Sendo assim, o presente estudo teve como objetivos identificar os processos
morfoestruturais e morfoesculturais da Serra das Araras, localizada no distrito
de Vila Aparecida, zona rural do município de Cáceres/Mato Grosso, bem como a
avaliar as características morfológicas e fisiológicas da área em estudo.
Material e métodos
Área de estudo
A serra das Araras situada entre os munícipios de Barra do Bugres, Porto Estrela
e Cáceres, encontra-se especificamente ao norte do Pantanal mato-grossense, em
trecho de transição com o Cerrado, sendo parte integradora da unidade
geomorfológica denominada Província Serrana. Caracterizada pela presença de
sinclinais e anticlinais alçadas em seus morros, com topos aplainados e marcados
por vegetações e espécies oriundas do bioma Cerrado, ela se destaca por
encontrar-se fisicamente isolada e conservada, com nascentes bem preservadas,
apresentando também relevos e altitudes bem variados, entre 300 m a 800 m (SILVA
e ONIKI, 1988).
A observação é um método de investigação que varia de acordo com o nível de
inserção do pesquisador. Essa participação, segundo Lüdke e André (1986) pode ir
da imersão total na realidade até um completo distanciamento, o que pode
inclusive variar durante uma investigação, segundo as necessidades surgidas.
A área analisada fica na zona rural do município de Cáceres, no distrito de Vila
Aparecida, e no município de Porto Estrela no sudoeste do estado de Mato Grosso.
O objeto de estudo é a Serra das Araras (Figura 1).
Quanto à formação geológica a Serra das Araras possuí em sua composição,
sedimentos da Formação Araras e da Formação Raizama (BRASIL, 1982) “datadas do
período Pré-Cambriano Superior marcada pela presença de calcários, arenitos
finos e médios e dolomitos” (ROSS, 1991, p. 22). Seu surgimento deu-se a partir
do depósito dessas rochas, a milhares de anos atrás, em partes mais profundas da
Província através da ação dos fatores exógenos do relevo, que foram compactando
essas partículas cristalinas e sedimentares, originando os morros que compõem o
conjunto.
A Serra também apresenta em seu conjunto uma grande variedade no que concerne
sua flora. Arbustos típicos do Cerrado e Matas Ciliares são exemplos de
vegetações encontradas ao longo da EESA. Esses tipos de vegetações se
desenvolvem bem graças ao clima favorável da região, que segundo a classificação
de Köppen-Geiger pode ser definido como Aw (Tropical de Savana), contendo ambas
as estações, seca e chuvosa, bem definidas ao longo do ano (GONÇALVES e
GREGORIN, 2004, p. 144).
Procedimentos metodológicos
Como método de coleta e análises de informações, foi-se utilizado tanto o estudo
de campo, como a revisão de parte do acervo bibliográfico existente sobre a
temática. In loco foram empregadas também as categoriais taxonômicas propostas
por Ross (1992) para auxiliar na classificação morfoestrutural e a
morfoescultural do local.
Para tanto, partimos dos princípios do autor que classifica as formas de relevo
de acordo com seus graus de detalhamento. Nesse sentido, a classificação inicia-
se pelas grandes estruturas (unidades morfoestruturais) que constitui o 1°
táxon. Seguidamente, partimos para a 2ª unidade taxonômica que equivale a
morfoescultura local. Para Ross (1990, p. 59) essa segunda unidade taxonômica
“(...) correspondem aos compartimentos e subcompartimentos do relevo
pertencentes a uma determinada morfoestrutura e posicionados em diferentes
níveis topográficos. Estes são representados por uma determinada família de cor
(...)”.
Resultado e discussão
A serra analisada no estudo faz parte do conjunto integrador da Estação
Ecológica da Serra das Araras (EESA), localizada no distrito de Vila Aparecida,
zona rural do município de Cáceres/Mato Grosso. Ela apresenta uma vegetação bem
preservada, levando-se em consideração o seu difícil acesso e assim, a
impossibilidade de ocupações com culturas que venham a destruir a sua flora
nativa.
Empregando a metodologia descrita acima, observa-se como classificação: 1°
Táxon: Morfoestrutura – Serra das Araras (Província Serrana). 2° Táxon:
Morfoescultura – processos intempéricos ativos ou não, ocasionados pela ação dos
fatores exogenéticos.
Em observações, nota-se na geossinclinal a presença de anticlinais e sinclinais,
cuja linha de charneira encontra-se mergulhando em direção sul, bem como os
flancos que atuam ligando essas curvaturas. Constata-se também a existência da
crista anticlinal do relevo, que equivale às dobras da serra com concavidade
voltadas para baixo, além das sinclinais alçadas que são as dobras opostas com a
concavidade para cima. Essas características são particulares das serras e
morros que compõem a Província Serrana, cuja “rochas apresentam-se intensamente
dobradas, falhadas e erodidas (...) a feição geomorfológica é caracterizada pela
presença de uma sucessão de anticlinais e sinclinais” (BRASIL, 1982, p. 213).
Denota-se na região a presença de relevos convexos, particularidade exclusiva
das Formações Raizama e Araras que compõem o pacote de rochas que formam a
Província Serrana. Ainda, é possível observar que em todo o entorno da Serra das
Araras há presença de pequenos morros com as cristas mais baixas, possivelmente
esculpidos pelos calcários da Formação Araras (Figura 2).
Quanto à existência e a disposição do relevo, percebe-se a presença de dois
tipos de posição em relação a forma como é transportada os materiais pelos
agentes intempéricos: o elúvio onde o processo erosivo é mais intenso, o colúvio
que transporta os fragmentos erodidos depositando no alúvio/tálus. Pode-se
verificar ainda que a rampa de colúvio possui um perfil retilíneo, côncavo e
convexo.
Baseado nas observações diretas e na análise do Mapa Geomorfológico do Projeto
RadamBrasil, constatou-se na região a existência de dois modelos de relevos
frequentes: “o tabular, presente principalmente entre as Serras da Camarinha e
Araras e o convexo, dispostos na parte leste entre as serras Araras e Água-
Limpa”. Vale ressaltar que “neste último modelado permanece em abundância os
sedimentos de arenitos da Formação Raizamas” (BRASIL, 1982, p. 215) (Figura 3).
Diante as observações realizadas na Serra das Araras, constatou-se o processo
ativo de formação do solo (pedogênese) através do próprio intemperismo sofrido
sobre a rocha mãe, o arenito, que é uma rocha sedimentar mais friável. A rocha
inalterada é afetada pela radiação solar e pela variação de temperatura, vindo
posteriormente a se dilatar/contrair e subsequentemente, a se fraturar, formando
novos solos. De forma geral, os solos da região da Província Serrana encontram-
se em constante transformação, apresentando em suma, uma pequena variedade
(BRASIL, 1982, p. 216). Em conjunto a esses fatores, soma-se os processos de
erosão física, química e biológica que vem contribuindo para o desgaste e para a
desintegração das rochas do solo, fazendo com que o transecto se torne um pouco
perigoso devido ao deslizamentos destas rochas.
Quanto à morfoestrutura da Serra, nota-se que “sua estruturação é bem antiga com
presença de formações como a Araras e a Raizamas datadas do período Pré-
Cambriano Superior e marcada pela presença de rochas sedimentares como
calcários, arenitos e dolomitos” (ROSS, 1991, p. 22).
Em relação às paisagens pode-se observar que grande parte da fauna é oriunda do
bioma Cerrado, com presença também de Matas Ciliares. Nas áreas de maior
declividade desenvolvem-se vegetações do tipo Savana, enquanto nas regiões mais
planas e fundas há predominância de pequenas florestas. Ainda assim, denota-se
na área a existência de nascentes importantes como a do córrego Cachoeirinha,
que é um afluente do rio Paraguai.
Vale frisar que nos topos das serras da estação ecológica há predominância de
variadas espécies arbóreas populares do Cerrado, tais como ipês, angicos e
jatobás, entre tantas outras (WIKI PARQUES, 2019). As orquídeas e os cajueiros,
plantas nativas do bioma, são as que mais se adaptaram e resistiram às
características litológicas desse relevo, sendo observadas durante todo o
transecto do campo.
Valadão (2012), a partir dos estudos sobre a avifauna de Silva e Oniki (1988) e
Willis e Oniki (1990), determinou a existência de mais de 400 espécies de aves,
sendo algumas típicas do Cerrado e outras, nacionalmente ameaçadas de extinção.
Essa abundância se deve, sobretudo, ao fato de a Serra encontrar-se fisicamente
isolada, com baixa atividade explorativa pelo homem.
Somente em alguns pontos do percurso, precisamente na base da Serra e nas
localidades próximas, foi que se encontrou algumas propriedades rurais com o uso
da região para a cultura de plantas como a mandioca e o milho, conjuntamente da
criação de animais como porcos, galinhas e gado. A utilização desse espaço se dá
apenas da necessidade de sobrevivência dos proprietários, com rebanhos e
culturas pequenas, apenas para a autoalimentação e venda do excedente, como
acréscimo de renda.
Além disso, mesmo com a necessidade do desmatamento para o funcionamento dessas
atividades, os proprietários têm tomado medidas de preservação das áreas de
nascentes contidas nas propriedades, prevenindo não somente as matas ciliares,
bem como contribuindo para a desenvolução das espécies de peixes presentes
naquela porção. Sendo assim, Casseti (1991, p. 36) reforça a importância da
fisiologia (função) do relevo, pois o uso adequado desse recurso natural,
“constitui-se em importante referencial para a manutenção e estruturação dos
sistemas físicos-naturais diante das transformações sociais, o que justifica a
função ambiental”
Localização da Serra das Araras, Mato Grosso
Morfologia da serra das Araras
Relevo tabular na serra das Araras
Considerações Finais
O contato direto com o objeto de estudo permitiu a verificação pessoal dos
processos fisiológicos do relevo, bem como dos processos morfoesculturadores,
possibilitando a identificação de cada um destes. Desse modo, identificou-se uma
área bem preservada, com potencial de uso e ocupação quase nulos em decorrência da
dificuldade de acesso às serras. Somente nas regiões ao entorno, em propriedades
privadas é que se desenvolveram atividades como a pecuária e a agricultura,
todavia, com total preservação da fauna nativa e das nascentes ali presentes.
Agradecimentos
Referências
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