Autores

Cheliz, P.M. (UNICAMP)

Resumo

Apresenta-se contribuição a discussões das sucessões cronomorfológicas da Antiga Araraquara, com ênfase em parcela de detalhe das Terras Baixas do rio Jacaré-Guaçu (TBJG). Efetuou-se contextualização das TBJG nos compartimentos de relevo regionais. Realizou-se nos baixos terraços das TBJG 2 novas unidades de escavação - com análise micromorfológica e coletas de amostras para LOE, C-14, petrografia e granulometria - e refinamento de pedossequências. Na parcela das TBJG apontou-se manifestações quaternárias das sucessões cronomorfológicas mescladas a contexto de flutuações ambientais. Incluindo transições climáticas (semi-árido para úmido), hidrológicas (canais efêmeros para distintos tipos de canais perenes, ligados a diferenciados tipos de meandros abandonados), e alternância entre paleosuperfície estável e ascensão do nível de base. Com dados de LOE e C-14 sugerindo tais processos se estenderem ao menos da transição Pleistoceno-Holoceno ao Holoceno Médio.

Palavras chaves

Araraquara; rio Jacaré-Guaçu; sucessões cronomorfológicas

Introdução

Como contribuição a caracterização dos quadros de relevo e sucessões cronomorfológicas da Antiga Araraquara (interior de São Paulo, figura 1), procura-se apresentar novos dados e discussões referentes a contextualização na compartimentação de relevo e da análise da estrutura superficial local. Com ênfase especial em parcela de detalhe correspondente a um segmento das Terras Baixas do rio Jacaré-Guaçu (TBJG), e intervenções concentradas nos baixos terraços locais. Dados e discussões aqui expostas envolvem sínteses de Trabalho de Conclusão de Curso e resultados parciais da pesquisa de doutorado em andamento do autor. As discussões referentes a geomorfogênese da parcela de detalhe remetem originalmente as unidades de escavação (UEs) conjugadas ao trabalho de pesquisa arqueológica de Santos (2011) nos baixos terraços das TBJG. Nele, o autor foi responsável como assistente de campo pelas descrições geomorfológicas e pedológicas das etapas de campo de 2010. Recebendo autorização do arqueólogo responsável pelo referido estudo, pode incorporar os dados recolhidos nas escavações (que incluíram datação de LOE) para uma série de análises e discussões referentes a geomorfogênese do segmento da parcela das Terras Baixas onde efetuou-se o estudo arqueológico original (Cheliz, 2011, 2012, 2013 e 2015; Cheliz e Oliveira, 2011 e Santos e Cheliz, 2017). Nos conjuntos de trabalhos relacionou-se a morfogênese desses baixos terraços as mudanças climáticas da transição Pleistoceno-Holoceno (Ab`Saber, 1998), pautando-se pela passagem de condições assemelhadas ao semi-árido (ligados a cascalheiras basais tidas como depósitos de canais efêmeros torrenciais) para outras de maiores condições de umidade e regimes hidrológicos perenes, mas distintos dos atualmente predominante na área (ligados a coberturas areno-argilosas gleissificadas, e a meandros abandonados de larguras muito maiores dos que os atualmente visualizados no topo dos terraços). Conjugadas as mudanças ambientais, haveria uma elevação do nível de base e depositados sedimentos espessos de planícies de inundação. Seguidas de rebaixamento do nível de base de idade não identificada, busca pelo nível de base atual do Jacaré-Guaçu e formação das atuais planícies de inundação locais. Apontou-se semelhanças desses processos com as sucessões cronomorfologicas e mudanças ambientais descritas por Ab`Saber (1998) como típicas para a transição Pleistoceno-Holoceno, e as que Celarino e Ladeira (2011) e Sousa (2010) indicavam para segmentos da vizinha bacia do Mogi-Guaçu algumas dezenas de km a nordeste - sugerindo algum tipo de controle regional. Posteriormente, visando fornecer dados para o trabalho de conclusão de curso do autor (Cheliz, 2016) e ao trabalho de doutorado de Santos, foram realizadas novas etapas de campo em 2015 – com a coordenação de Francisco Ladeira e Astolfo Araújo. Novas contribuições as discussões geomorfogenéticas foram efetuadas com bases nos dados levantadas, e sumarizadas em Cheliz (2016) e Cheliz e Ladeira (2017). Valézio (2016) ao realizar estudo nos conjuntos do rio Jacaré-Guaçu e Jacaré-Pepira incluiu discussões que abrangiam a parcela em questão, sugerindo que parte dos processos morfogenéticos pontuados na área estariam presentes em segmentos mais amplos das 2 bacias por ele estudadas. Buscando contribuir para esse conjunto de discussões em curso, presente trabalho apresenta dados e análises integradas referentes a inserção da parcela específica das TBJG na compartimentação de relevo regional e local. Bem como dados referentes a refinamento de pedossequências e de duas novas UEs realizadas em 2017 nos baixos terraços das TBJG. Baseadas numa análise integrada entre compartimentação da paisagem e análise da estrutura superficial (Ab`Saber, 1969), esperamos que esses novos elementos possam contribuir para acréscimos das discussões sobre as sucessões cronomorfológicas locais.

Material e métodos

Uma série de procedimentos diferentes e sucessivos foram utilizados para pesquisar os atributos dos quadros geomórficos locais. No final deles, uma análise ampla foi buscada para evitar a realização de um trabalho excessivamente segmentado, buscando uma integração efetiva entre os vários níveis de análise empregados (Cheliz, 2016). Inicialmente, realizou-se uma revisão bibliográfica da área de estudo, seguida de procedimentos de mapeamento geológico e morfométrico. Esses materiais resultaram em mapas geológicos, altimétricos e clínicos necessários para marcar o nível de análise do Compartilhamento da Paisagem (Ab`Saber, 1969). Os procedimentos em questão foram feitos integrando atividades de mapeamento de campo, com cerca de 190 pontos de campo descritivos organizados ao longo da área de estudo, com análise de imagens aéreas e orbitais. Com base na sobreposição dos dados listados, o Quadro de Compartimentos de Relevo foi realizado. Todos os materiais cartográficos acima foram elaborados na escala 1: 70000. Também foi realizado trabalho de gabinete vinculado à coleta e inventário da coleção de sítios arqueológicos líticos regionais resguardados pelo Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara (MAPA), com ênfase no registro de algumas de suas características essenciais e localização da planta. Depois de concluir esses de procedimentos, tentamos analisar e discutir a distribuição dos sítios, seus atributos sumários e sua inserção nos compartimentos de relevo levantados na etapa anterior. Após o conjunto de levantamentos regionais, escolheu-se área do fundo do vale do rio Jacaré- Guaçu, onde mostram-se melhores preservados registros da estrutura superficial ligada à dinâmica do Quaternário da Araraquara Antiga. Neles, realizaram-se delimitação de subcompartimentos de relevo em nível de detalhe - escala 1:25000 (Cheliz, 2016). Além de um levantamento tridimensional da variação lateral das coberturas superficiais, dentro do conceito de Análise Estrutural de Solos (Queiroz Neto, 2002) para aprofundamento de levantamentos anteriores (Santos, 2011; Cheliz e Oliveira, 2011, Santos e Cheliz, 2017). Este segundo conjunto de procedimentos, vinculados à análise estrutural dos solos, foram elaborados a partir da integração do trabalho de campo realizado em conjunto com Santos em 2010 e com Araújo, Rodrigues, Santos e Ladeira entre 2015 e 2017. Ênfase especial será dado aos resultados obtidos em 2017, que incluem o refinamento das pedossequências, e abertura de 2 novas UEs para realização de descrições dos solos, e coletas de amostras para lâminas petrográficas, análise químicas, granulométricas, amostras para datação por LOE e C-14 e registro das peças arqueológicas recolhidas. As referidas escavações de 2017 foram feitas sob a supervisão dos arqueólogos Robson Rodrigues e Fábio Santos, e respaldadas por portaria do Iphan em nome de Robson Rodrigues. Procuramos realizar uma integração dos dados macroscópicos já obtidos e os dados analíticos que pudemos ter retorno dos laboratórios, elaborando quadro prévio das sucessões cronomorfológicas locais e tecendo considerações de ramificações e ênfases específicas.

Resultado e discussão

Com sobreposição dos mapeamentos geológico, clinográfico e altimétrico pudemos delimitar 3 compartimentos de relevo na escala de semi-detalhe (figura 1) ligados à antiga Araraquara. São as Terras Baixas de Jacaré-Guaçu e Mogi- Guaçu (490-530m), Patamares Transicionais (530-670m) e Planaltos Residuais (670- 710 m). Suas associações de padrões de declives, altimetria e litologias encontram-se registrados no perfil da figura 1. Sítios arqueológicos líticos locais concentram-se no compartimento dos Patamares Transicionais (maior disponibilidade de afloramentos rochosos de arenitos, fontes de matéria- prima para ferramentas dos respectivos sítios). Discute-se possibilidade de alternância entre fases de aplainamento (sugerido por diversos níveis aplainados, destacados por tracejado na figura 1) e estabilidade do nível de base alternadas com episódios de incisão verticais (conjuntos de vertentes entre os diversos níveis semi-aplainados) como mecanismos morfogenéticos predominantes no pós-cretáceo da área. Os locais em que alternância entre dois conjuntos de processos estariam melhor preservados correspondem as Terras Baixas, justificando a parcela de detalhe das TBJG para a abordagem em escala de detalhe (figura 2). A parcela pauta-se pela combinação de amplas e assimétricas vertentes (até 5 vezes mais íngremes na margem direita que esquerda), planícies de inundação e terraços fluviais com distintos tipos de meandros abandonados conjugados as duas últimas unidades morfológicas. Pautam-se por amplitudes verticais locais dificilmente superiores a 30 metros, e declives raramente dificilmente superiores a 10%. O rio Jacaré-Guaçu perfaz ali nítido seccionamento de sua margem direita, com planícies de inundação mais enxutas na margem direita por vezes bordejando terraços intermediários e vertentes. Os baixos terraços da margem esquerda, melhor preservados, foram tomados para o refinamento de pedossequências e realização de UEs (figuras 2, 3 e 4). O refinamento das pedossquências registrou a presença de solos gleissificados com granulometria areno-argilosa, pautados por 2 conjuntos de cascalheiras. As do tipo I de clastos de 0,5 a 2 cm de quartzo e ferro incapazes de interromper as sondagens. As do tipo II impedem a continuidade das perfurações e marcam a ponta do trado com marcas de óxidos de ferro. Em adição a dados anteriormente levantados (Cheliz, 2016), acrescentou-se o registro de novo corte lateral. Sendo ele adjacente a meandro do tipo II que secciona os Baixos Terraços 1a em seus limites com as planícies de inundação. Referente as novas UEs (figura 4), ressaltam-se as UE02-2017 (dimensões 1x1x0,9m) e UE03-2017 (dimensões 1x1x1,2m). Pautam-se por nível de coberturas areno-argilosas gleizadas e cascalheira basal (majoritariamente arenitos) de matriz de areia grossa pautada por seixos de granulometrias predominantes de 5 a 20 cm na UE03, e de 2 a 13cm na UE02. Aumento da concentração e granulometria de seixos dispersos com a profundidade mostra-se presente nos horizontes sobrejacentes em ambas UEs Tratam-se das primeiras UEs que pudemos obter resultados referentes a caracterização química básica dos horizontes de solo. Dentre os dados obtidos, realça-se a descontinuidade química de fósforo observada ao longo dos perfis verticais. Na UE03-2017 a concentração apresenta um decréscimo relativamente contínuo do horizonte A (54mg/dm3) até o horizonte 2CG2 (6 mg/dm3), quando ao chegar no nível da cascalheira e sua matriz de areia grossa registra um valor (15 mg/dm3), mais do que duas vezes superior ao do horizonte imediatamente superior. A UE 02-2017 também apresenta descontinuidade de fósforo similar. Com valores de 6mg/dm3 no horizonte 2C3 (rente a cascalheira basal) mais do que o dobro do que registrado (2mg/dm3) no horizonte 2C2 sobrejacente. A UE03-2017 apresenta enxuto nível de cascalheira em meio as próprias coberturas areno-argilosas, com topos e bases semi-horizontais e clastos de granulometria de 2 a 4 cm. A UE02-2017 por sua vez apresenta um horizonte (2C1) que não chega a se pautar como uma cascalheira, mas apresenta significativa concentração de seixos de granulometria entre 0,5 e 3 cm. Guardam nisso certa semelhança com a UE02-2010 vinculada a Santos (2011). Adicionalmente, a UE03-2017 apresenta horizonte C em que visualizam-se estruturas sedimentares (camadas plano- paralelas alternadas com outras assemelhada a suavizada estratificação cruzada). As novas UEs reforçam as cascalheiras do tipo II das pedossequências serem associadas com uma vasto depósito de canais efêmeros torrenciais. Tais como os anteriormente documentados nas UE01-2010 e UE01-2015. A presença de horizontes de solos areno-argilosos gleizados recobrindo cascalheiras basais e sua associação com as pedossequências refinadas reforçam a interpretação de elevação do nível de base após a deposição das cascalheiras basais. Rumo ao nível contíguo ao meandro abandonado do tipo I presente adjacente ao topo das pedossequências. Bem como mudanças nas condições climáticas e ambientais. Pontua-se que tais processos se estenderiam ao menos da transição Pleistoceno- Holoceno (datações de LOE de 14500+-3000 anos A.P no topo da cascalheira da UE01-2010, Santos 2011, e de C-14, 8830 anos A.P nos níveis basais das coberturas areno-argilosas da UE01 2016, data compartilhada junto a Araújo e Santos) até ao menos o Holoceno Médio (datações proximais a 6000 anos de LOE obtidas nos níveis superficiais das coberturas areno-argilosas da UE01-2015). O seguinte rebaixamento do nível de base se daria em algum momento posterior a essas datas. O novo corte lateral documentado nas pedossequências também merece comentários. Permite aprofundar discussão que rebaixamento do nível de base que seguiu a deposição das coberturas e formação do meandro do tipo I próximo ao topo dos Baixos Terraços 2a pode não ter sido linear (Cheliz, 2016). Cabe também pontuar se nível enxuto de cascalhos em meio a coberturas areno-argilosas da UE02-2017 poderia ser associado com fase de acentuação erosiva em meio as oscilações de nível de base. Envolvendo plainamento lateral seguido de transporte e deposição por fluxos superficiais (menor competência energética que os que depositaram cascalheiras) dos clastos menores da cascalheira basal, temporariamente expostos em segmentos dos Baixos Terraços a. Determinados traços observados – como estruturas sedimentares preservadas – permitem também discutir se seriam somente unidades geomórficas de planícies de inundação as responsáveis pelas deposição dos sedimentos das coberturas. Discute-se outras unidades que possibilitariam distintos ambientes deposicionais, sendo que posterior estabelecimento de planícies de inundação exporiam o conjunto todo a gleização. As descontinuidades de fósforo observadas nas UE 02-2017 e 03-2017 tem especial significado referente a sucessões cronomorfológicas. Permitem sugerir a presença nas UEs de dois conjuntos de solos – uma vez que é esperado um decréscimo em profundidade da concentração de fósforo em um mesmo solo. Para a formação do primeiro solo haveria a existência de uma relativa atenuação das dinâmicas de erosão e sedimentação por tempo suficiente para a pedogênese. O topo da cascalheira corresponderia a uma paleosuperficie que teria ficado relativo longo intervalo de tempo exposta, não sendo capeada pelos sedimentos que atualmente lhe recobrem imediatamente após sua própria deposição. Contribuindo para discussão da diferença expressiva de idade entre as datações obtidas até o momento no nível superior da cascalheira (14500+-3000 anos a.p, LOE) e de obtidas nos horizontes areno-argilosos sobrejantes (8830 anos a.p, C-14, e cerca de 6000 anos a.p, LOE). Também ajudaria a explicar concentração de peças arqueológicas encontradas nas UEs rente ao topo da cascalheira (seixos constituindo boas fontes de matérias-primas).

Figura 1

Compartimentação de semi-detalhe da Antiga Araraquara, e perfil ilustrativo

Figura 2

Compartimentação de Detalhe das TBJG, pedossequências dos Baixos Terraços e detalhes de meandros abandonados.

Figura 3

UEs efetuadas em conjunto com MAE-USP (Araújo e Santos) e Fundação Araporã. Artes de Santos, e descrições do autor (2010, 2015) e Ladeira (2015).

Figura 4

UEs de 2017 nos baixos terraços das TBJG em conjunto com Mae-USP (Araújo e Santos) e Fundação Araporã. Descrições do autor e Ladeira

Considerações Finais

Sugere-se alternância de fases de plainação lateral com outras de dissecação vertical por flutuação do nível de base como um dos mecanismos geomorfogenéticos da Antiga Araraquara. Sendo manifestações quaternárias dessa dinâmica as melhor registradas. Aponta-se na parcela de detalhe das TBJG relação entre sucessões cronomorfológicas quaternárias e contexto de transições climáticas (assemelhadas a semi-aridez para outras de maiores condições de umidade) e hidrológicas (canais efêmeros e torrenciais basais passando para um regime hidrológico conjugando espessas planícies de inundação e canal perene, mas distinto do atual – paleocanais dos meandros abandonado do tipo I muito mais largos que canais atuais no topo dos terraços investigados). Bem como por alternância entre formação de paleosuperfície estável vinculada ao topo dos canais torrenciais efêmeros de antiguidade que remontaria ao menos até transição Pleistoceno-Holoceno, e ascensão do nível de base até ao menos o Holoceno Médio. Em algum momento posterior planícies de inundação de então seriam abandonadas, gerando os atuais Baixos Terraços a, com intensa migração sul-norte do canal, sucessivas flutuações dos níveis de base e ajustes no regime hidrológico (meandros do tipo II). Parcela das coberturas superficiais dos terraços seriam erodidas nas fases de incisão do canal. Sendo que tais oscilações de níveis de base rumo ao atual nível, e mesmo as da ascensão prévia, não seriam lineares ou contínuas.

Agradecimentos

Ao CNPQ pelo financiamento da presente pesquisa. A Robson Rodrigues, Cleso Mendes Jr e equipe (Fundação Araporã) pelo apoio aos trabalhos de campo, e obtenção da portaria do IPHAN (protocolo no 01506.007340/2017-90) que permitiu desenvolver as intervenções de campo nas áreas arqueológicas dos Baixos Terraços das TBJG. A Astolfo Araújo, Francisco Ladeira, Regina Celia de Oliveira e Fabio Grossi Santos pela parceira nos trabalhos de campo e nas diversas etapas dessas pesquisa.

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