Autores

Von Ahn, M.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS) ; Nascimento, M.A.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE) ; Simon, A.L.H. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS)

Resumo

Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a inserção dos 5 G’s dentro da geologia e da geografia física, tomando como base o panorama das publicações realizadas nos principais eventos destas duas especialidades das geociências: o Congresso Brasileiro de Geologia e o Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, a fim de identificar como se deu a inserção do estudo da geodiversidade na geologia, e como ela reflete e vem crescendo no âmbito da geografia física. Foi realizado um levantamento e análise dos artigos publicados em 13 edições destes dois eventos, abrangendo a temática da geodiversidade. Com base nas interpretações, observou-se que na Geologia as pesquisas estão mais diretamente ligadas aos 5 G’s, enquanto que na geografia física estes 5 G´s se capilarizam por entre temas tradicionais desta grande área da geografia como a análise ambiental, a análise em unidades de conservação da natureza, a avaliação de impactos ambientais e os diagnósticos ambientais.

Palavras chaves

Geodiversidade; Geoconservação; Pesquisa científica

Introdução

A geodiversidade abrange o conjunto de recursos geológico-geomorfológicos, seus fenômenos e processos ativos, incluindo suas relações, propriedades e sistemas que dão origem às paisagens. Esse fato demonstra a representatividade que a geodiversidade possui no cenário de conservação da natureza, sendo considerada como o substrato para a sustentação da biodiversidade na Terra (STANLEY, 2001; NIETO, 2001; PROSSER, 2002; GRAY, 2004; BRILHA, 2005; PEREIRA, 2010; GRAY, 2013). O conceito de geodiversidade é relativamente recente se comparado com os demais conceitos da área de geociências, porém, cabe destacar que já se passaram pouco mais de duas décadas desde que esse termo começou a ser utilizado no meio científico (GRAY, 2004). De acordo com Nascimento et al. (2015) é difícil precisar quando o termo foi referido pela primeira vez. Para Gray (2004), o termo surgiu por ocasião da Conferência de Malvern sobre Conservação Geológica e Paisagística, realizada em 1993 no Reino Unido, sendo inicialmente utilizado por Sharples (2002) em estudos de conservação geológica e geomorfológica. Após os primeiros estudos sobre geodiversidade realizados na Austrália com Sharples (2002) e na Inglaterra com Gray (2004), ações voltadas a esta temática começam a receber uma política de reconhecimento e visões mais amplas em outros países da Europa como Portugal (BRILHA, 2005) e Polônia (KOZLOWSKI, 2004), consolidando-se como uma abordagem integradora das especialidades das geociências. Estes estudos possuem uma forte incidência na geologia, que foi a primeira especialidade das geociências a buscar compreender os 5 G’s oriundos de estudos acerca da geodiversidade, geopatrimônio, geoconservação, geoturismo e geoparques. Na Geologia o tema vem sendo trabalhado desde o seu início (em 1993), contudo, no Brasil apenas no final dos anos 1990. Até o ano de 2004, por exemplo, não havia nada sobre os 5G´s sendo apresentado no Congresso Brasileiro de Geologia – CBG, este sendo realizado desde 1947. Porém, de lá pra cá, já se passaram 13 anos (e 7 eventos) e muito se mudou, sendo hoje, a geodiversidade, um tema de referência dentro da programação do CBG e compondo simpósio(s) específico(s). Na Geografia Física o processo é mais tardio (final da década de 2000), sendo que o reconhecimento e os estudos sobre geodiversidade se dão principalmente dentro da geomorfologia (REYNARD et al., 2007), mas também se tornam alvo de pesquisas em outras especialidades, como a biogeografia, hidrogeografia e a pedologia. Este fato fica evidente a partir do momento em que esta temática ganha espaço no mais tradicional evento da Geografia Física do Brasil, como é o caso do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada – SBGFA. Diante destas considerações, este trabalho tem como objetivo avaliar a inserção dos 5 G’s dentro da geologia e da geografia física, tomando como base o panorama das publicações realizadas nos principais eventos destas duas especialidades das geociências: o Congresso Brasileiro de Geologia e o Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, a fim de identificar como se deu a inserção do estudo da geodiversidade na geologia, e como ela reflete e vem crescendo no âmbito da geografia física. Este tipo de estudo se torna importante para que se possa compreender onde estão os centros de produção científica, e quais são os principais especialistas dentro da geologia e da geografia física que estão desenvolvendo pesquisas dentro desta temática, a fim de compreender como se dará o fomento a estas pesquisas, tanto na formação de recursos humanos, como em recursos financeiros para investigações futuras e sua relação com geossítios e geomorfossítios já reconhecidos, bem como geoparques existentes ou em proposição.

Material e métodos

Para o desenvolvimento desta pesquisa foi realizado um levantamento e análise dos artigos publicados no Congresso Brasileiro de Geologia que abrangessem a temática da geodiversidade. Foram selecionadas as seguintes edições do evento: 42º CBG - Araxá/MG, 2004; 43º CBG – Aracaju/S, 2006; 44º CBG – Curitiba/PR, 2008; 45º CBG - Belém/PA, 2010; 46º CBG – Santos/SP, 2012; 47º CBG – Salvador/BA, 2014; e 48º CBG – Porto Alegre/RS, 2016. A seleção e análise de artigos também considerou os anais do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, onde foram selecionadas as seguintes edições do evento: 12º SBGFA – Natal/RN, 2007; 13º SBGFA – Viçosa/MG, 2009; 14º SBGFA – Dourados/MG, 2011; 15º SBGFA – Vitória/ES, 2013; 16º SBGFA – Teresina/PI, 2015; e 17º SBGFA – Campinas/SP, 2017. A fim de identificar e analisar a produção atrelada à geodiversidade nas edições dos eventos, foram selecionados os 5 G’s (geodiversidade, geopatrimônio, geoconservação, geoturismo e geoparque) enquanto palavras- chave para a busca e análise dos artigos publicados. Em decorrência da dificuldade de distinguir os artigos referentes às temáticas de geodiversidade e do geopatrimônio, decidiu-se analisá-los de forma conjunta, visto que o geopatrimônio é considerado a geodiversidade com valor patrimonial. A busca das palavras-chave ocorreu em todos os anais, a partir da análise do título, resumo e palavras-chaves de todos os artigos. A pesquisa final levou à seleção de 680 artigos. Dentre as referências selecionadas, 570 delas correspondem ao Congresso Brasileiro de Geologia, e 110 foram publicadas em edições do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada.

Resultado e discussão

A análise dos resultados se dará a partir de uma análise individual por evento, levando em consideração as temáticas mais abordadas, a concentração geográfica dos trabalhos analisados com base nas regiões da federação, e também a concentração espacial da produção científica por dentre as universidades. CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA A análise da produção científica nas edições do CBG mostra um total de 570 artigos publicados. A Figura 1 permite observar como se deu a evolução dos estudos sobre os 5 G´s ao longo do período analisado (2004 – 2016), mas, sobretudo, possibilita compreender quais as temáticas mais abordadas na produção científica nacional ao longo das sete últimas edições do CBG. Fica evidente que o tema Geodiversidade/Geopatrimônio é o principal, com o maior número de artigos em todas as edições (262 artigos), seguido pelo tema Geoturismo (146 artigos). Este perdendo para o tema Geoparques apenas na edição 45º CBG – Belém/PA, em 2010. Geoparques é o terceiro a ser mais abordado (66 artigos) seguido por Geoconservação (38 artigos). Vale salientar que existe ainda “outros temas” (58 artigos) que estão relacionados a trabalhos que envolvem as questões arqueológicas, laboratoriais, análise ambiental, entre outras e que estão direta ou indiretamente ligados aos 5 G´s. Os artigos contemplados pela temática geodiversidade/geopatrimônio compreendem desde estudos sobre definições/conceitos, até trabalhos mais específicos ligados a descrição de locais de interesse geológico ou geossítios; inventários; valoração qualitativa e quantitativa da geodiversidade; e, mais recentemente, sobre definição de índices e estudos ecossistêmicos. As publicações acerca do tema geoturismo compreendem inúmeras abordagens, com destaque para estudos de potencial geoturístico; roteiros geoturísticos; trilhas interpretativas, percepção de caráter geoturístico; geoturismo e educação ambiental; além da prática do geoturismo em unidades de conservação. Os geoparques passaram a ter maior destaque a partir da 44º edição do CBG – Curitiba/PR, em 2008, com a publicação dos primeiros resultados do Projeto Geoparque do Brasil, promovido pelo Serviço Geológico – CPRM, atingindo na edição 45º CBG – Belém/PA, em 2010, mais artigos (15 trabalhos) que o tema geoturismo (11 trabalhos). Estes artigos centram-se na apresentação de regiões propícias a geoparques mostrando muitas vezes apenas o inventário. Mais recentemente alguns artigos passaram a mostrar resultados acerca do desenvolvimento da região na ótica de um geoparque, mas também discutem definições/conceitos sobre tema. Analisando os 570 artigos publicados por regiões e estados do Brasil (Figura 2) fica claro que a região Sudeste é a que apresenta a maior quantidade de publicações (224 artigos), seguida pelo Nordeste (117 artigos), Sul (77 artigos), Norte (40 artigos) e Centro-Oeste (20 artigos). A concentração no Sudeste se deve a vários fatores, mas um dos principais é a quantidade de instituições (35 ao todo) que já publicaram artigos no CBG. Para se ter uma ideia a região Sul, que fica em segundo lugar, conta com 20, enquanto que no Nordeste são 18. As demais regiões somam apenas 11 instituições ao todo. A figura 2 deixa clara ainda quais são as instituições que mais publicam artigos (16 a 44 artigos) sobre os 5 G´s. Os destaques ficam para as universidades (USP, UFRJ, UFMG, UFOP, UFES) e o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), no Sudeste; no Nordeste é a UFRN que desponta, enquanto que no Sul que publica mais é a UEPG. Vale salientar que na análise da quantidade de artigos publicados por instituições, ficou de fora da figura 2 o Serviço Geológico do Brasil – CPRM por esse, muitas vezes, realizar trabalhos em nível de Brasil ou contemplar áreas com mais de um estado. Porém é importante mostrar que a CPRM é a instituição que mais publicou, contando com 69 artigos distribuídos ao longo das 7 edições do CBG. Em segundo lugar tem-se a UFRJ com 44 e em terceiro a USP com 40 artigos. As três instituições somam 153 trabalhos, o que representa pouca mais de 1/4 das publicações nacionais (27% do total de 570 artigos). SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA FÍSICA APLICADA A análise da produção científica nas edições do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada aponta para um total de 110 artigos publicados. A figura 3 permite observar como se deu a evolução dos estudos sobre geodiversidade ao longo do período analisado, mas, sobretudo possibilita compreender quais as temáticas mais abordadas na produção científica nacional ao longo das edições do SBGFA. Os trabalhos sobre geoturismo estiveram presentes em todas as edições do evento, e mesmo não sendo a temática mais abordada, atuaram de uma forma a dar mais visibilidade aos estudos de geodiversidade, o que pode ter contribuído para a evolução das pesquisas sobre geopatrimônio e geoconservação no território nacional. A geodiversidade e o geopatrimônio compreendem as temáticas mais abordadas (Figura 3), e os artigos compreendem pesquisas envolvendo: estudos de definição/conceitos de geodiversidade; patrimônio geomorfológico; patrimônio geológico; patrimônio arqueológico; patrimônio espeleológico; metodologias de avaliação de geossítios; geomorfossítios; ameaças à geodiversidade; entre outros. A geoconservação também possui destaque enquanto uma das temáticas mais abordadas (Figura 3), e os artigos analisados compreendem estudos de caso em geossítios, unidades de conservação, e áreas de proteção ambiental. As abordagens compreendem ações de inventariação de geossítios; ensino de geoconservação; inventariação e quantificação do patrimônio geomorfológico; educação ambiental para a geoconservação; entre outros. O Geoparque vem sendo pouco explorado por parte dos geógrafos físicos, onde se observou que em todas as edições do SBGFA apenas um artigo foi publicado abrangendo a temática. Este fato evidencia que os geógrafos físicos, mesmo tendo uma produção considerável em estratégias de geoconservação, estão aplicando-as em outras áreas de estudo como geossítios e unidades de conservação. Os demais artigos enquadrados em “outros temas” distribuem-se por abordagens que envolvem o planejamento ambiental, caracterizações geomorfológicas e geológicas, zoneamento geoambiental, conflitos ambientais, entre outros, e que estão direta ou indiretamente ligados aos 5 G´s. No que se refere à concentração geográfica trabalhos analisados, a figura 4 apresenta a concentração espacial da produção científica brasileira atrelada à geodiversidade, destacando as regiões da federação e as instituições envolvidas nestas publicações nas edições do SBGFA. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) é a universidade com o maior numero de artigos publicados (13 artigos), que estão vinculados, sobretudo as temáticas do patrimônio geomorfológico e geoturismo. A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também se destaca com 10 artigos publicados, contribuindo com estudos sobre geopatrimônio; patrimônio natural; patrimônio paisagístico; e desenvolvimento local. Estas universidades se consolidam enquanto instituições com grande preocupação com os estudos de geografia física com a temática da geodiversidade, sendo considerados centros de produção científica desta temática. Outras universidades também se destacam a partir das suas publicações nas edições do evento: Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (5 artigos); Universidade Estadual do Ceara – UECE (5 artigos); Universidade Federal de Goiás – UFG (4 artigos); Universidade Estadual da Paraíba – UEPB (4 artigos); e Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ (4 artigos). Além destas últimas, outras 43 instituições submeteram 1 a 3 artigos para alguma edição do SBGF, e merecem reconhecimento enquanto instituições onde provavelmente existam grupos de estudos que estejam desenvolvendo estudos iniciais dentro da temática da geodiversidade.

Figura 1

Análise comparativa entre os diferentes temas ligados aos 5 G´s ao longo das últimas sete edições do Congresso Brasileiro de Geologia.

Figura 2

Análise das instituições que publicaram sobre os 5 G´s ao longo das últimas sete edições do Congresso Brasileiro de Geologia, por regiões do Brasil.

Figura 3

Análise comparativa entre os diferentes temas ligados aos 5 G´s nas últimas seis edições do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada.

Figura 4

Análise das diferentes instituições que publicaram sobre os 5 G´s nas últimas seis edições do Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, por regiões do Brasil.

Considerações Finais

Com base nas interpretações realizadas, observou-se que na Geologia os 5 G´s balizam o desenvolvimento das pesquisas, ou seja, elas estão mais diretamente ligadas aos 5 G’s, enquanto que na geografia física estes 5 G´s se capilarizam por entre temas tradicionais como a análise ambiental, a avaliação de impactos ambientais e os diagnósticos ambientais. Outra questão importante diz respeito aos centros de produção científica. A Região Sudeste se destaca dentro das edições do CBG com 224 artigos publicados (39,29% do total), o que se deve a vários fatores, mas um dos principais é a quantidade de instituições (35 ao todo) que já publicaram artigos no CBG. A Região Nordeste possui destaque nas edições do SBGFA com 48 artigos publicados (43,63% do total), o que pode estar atrelado, principalmente, à existência em seu território do Geopark Araripe – Ceará), bem como a existência de unidades de conservação com forte apelo aos elementos da geodiversidade. O presente trabalho mostra que a Geologia já possui uma discussão maior acerca dos 5 G´s e que os conceitos já se consolidaram, enquanto que a Geografia começa a expandir a temática e efetivamente se inserir nas discussões acerca dos 5 G´s. Contudo, fica claro a necessidade de uma maior aproximação entre as duas grandes áreas das Geociências, para assim unindo forças a presença dos 5 G´s nas discussões nacionais seja maior forte e possa trazer resultados mais concretos a favor da proteção e divulgação da natureza abiótica.

Agradecimentos

Referências

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