Autores
Rocha, H.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Cavalcante, D.R. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Maia, Rubson. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ) ; Holanda, F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)
Resumo
A geodiversidade apresenta aspectos geológico e geomorfológico que sobressaem na paisagem, e demonstram relevância científica e turística. O relevo cárstico da Furna dos Ossos, no município de Tejuçuoca - CE, possui potencial nesse aspecto, uma vez que evidencia a ocorrência um paleoclima pretérito no semiárido e antigas tensões da Província Borborema. Neste trabalho, foram destacados seus elementos geológicos e geomorfológicos, que podem ser utilizados para o geoturismo. Os locais selecionados apresentam características que demonstram a importância da geodiversidade para a compreensão da história da Terra e sua preservação.
Palavras chaves
Geodiversidade; Carste; Furna dos Ossos
Introdução
A biodiversidade conta com diretrizes internacionais que velam por estratégias de sua preservação e conservação, em função dos movimentos ecológicos, principalmente após os acordos da Rio-92. É inquestionável a relevância da biodiversidade para o planeta, principalmente como fonte de sobrevivência. Contudo, outro aspecto natural, e de semelhante importância, acaba sendo negligenciado e esquecido pela sociedade e pelos mecanismos de proteção da natureza. Na década de 90 surge o termo geodiversidade, ou seja, a diversidade natural dos recursos geológicos (rochas, estruturas, minerais, fósseis), geomorfológicos (formas do terreno e processos) e solos, incluindo suas relações, propriedades, interpretações e sistema (GRAY, 2004), sendo as medidas de sua proteção denominada geoconservação (SHARPLES, 2002). Esta é fundamental para a manutenção da biodiversidade e da sociedade. Para Sharples (2002), um processo de conservação da Natureza só será bem executado, se englobar a conservação da biodiversidade e da geodiversidade. O semiárido, com uma paisagem rústica do sertão, com a presença da caatinga, afloramentos rochosos, baixa umidade, principalmente no período da estiagem, oculta uma riqueza geológica e geomorfológica ainda pouco explorada. Estas podem ser trabalhadas em diversas perspectivas que contribua no desenvolvimento sustentável, dentre elas o geoturismo, uma vez que resguardam registros da história da Terra, como por exemplo o relevo cárstico de Tejuçuoca, que têm sua evolução associada a um paleoclima úmido, onde atualmente está submetido a semiaridez. No que se refere aos ambientes cársticos, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 347/2004, corresponde ao “conjunto de elementos bióticos e abióticos, socioeconômicos e histórico- culturais, subterrâneos ou superficiais, representados pelas cavidades naturais subterrâneas ou a estas associadas”.
Material e métodos
A Furna dos Ossos possui 1200 ha e situa-se a cerca de 13 km a SW da sede municipal de Tejuçuoca-CE. A área do carste leva o nome de Parque Ecológico Furna dos Ossos (PEFO) e está numa área que corresponde a 20% da Reserva Legal do Assentamento Macaco (TEIXEIRA, 2014). O PEFO foi estabelecido em 1998, sob tutela da Prefeitura Municipal de Tejuçuoca e da Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (SEMACE). Esta conta com boas estruturas para a recepção de turistas em busca de diversos tipos de atividade. Destaca-se pela sua diversidade florística e faunística da Caatinga, relativamente, conservadas e por abrigar cavernas em metacalcários (mámore), que sofreram carstificação (XIMENES, 2005). A Furna dos Ossos, está sobre o Complexo Ceará, especificamente, na Unidade Independência, a qual é composta por rochas metamórficas: xistos, quartzitos, gnaisses, calcários cristalinos (mármores) e rochas calcissilicáticas pré-cambrianas (CAVALCANTE; PADILHA, 2005; ARTHAUD, 2007). Sendo assim, o referido estudo tem como objetivo pontuar elementos da geodiversidade, destacando locais com relevante interesse científico, educativo e turístico no relevo cárstico. Para o desenvolvimento do estudo, o trabalho obedeceu três etapas: levantamento bibliográfico, pesquisa de campo e trabalho de gabinete. No levantamento bibliográfico foram utilizados livros, dissertações, artigos publicados em periódicos científicos, leis, jornais e mapas. Durante as pesquisas de campo foram realizados registros fotográficos das diversas feições presentes no local. E o trabalho de gabinete foi de suma importância para a integralização dos dados bibliográficos com a realidade obtida em campo. Desse modo, foi elaborado o mapa de localização do município com destaque para a área de ocorrência de cavernas. Para uma excepcional prática da valorização da Geodiversidade é necessário a realização de um conjunto de tarefas de forma sistematizada e sequencial. O presente estudo focou-se na etapa qualitativa da inventariação, na qual consiste na identificação elementos da geodiversidade. A inventariação, segundo Pereira (2010), permite identificar e caracterizar os elementos representativos de uma determinada área. Para tanto é fundamental a escolha do critério de acordo com o objetivo para o qual o inventário está sendo proposto. Evocaremos os valores científico (importância para o conhecimento geológico no desenvolvimento de pesquisas, e sua relevância para compreensão da história geológica da Terra), educativo (utilizado como ótima ferramenta de ensino ao ilustrar processos geológicos) e turístico (elevada oferta turística na qual a geodiversidade é o principal atrativo devido a sua beleza).
Resultado e discussão
Kohler (1989) define relevo cárstico como um relevo que se
desenvolve sobre rochas solúveis, com predomínio de processos corrosivos
através do intemperismo químico por águas superficiais e subterrâneas
ácidas, ocasionando a dissolução da rocha e o desenvolvimento de feições
cársticas.
Para uma melhor carstificação, Piló (2000) destaca o papel significativo da
porosidade secundária na evolução e pleno desenvolvimento de um relevo
cárstico. Essa porosidade é representada por planos de acamamento, fraturas
e falhas, entre outras estruturas que representem descontinuidades formadas
após a diagênese.
A disponibilidade hídrica é imprescindível, já que o principal processo na
morfodinâmica cárstica é a dissolução. Nesses casos a presença de rios e
elevados totais pluviométricos são fatores que influenciarão diretamente na
forma como o carste se apresenta (KARMANN, 2000). Salienta-se aqui a notável
função exercida pela vegetação e pela cobertura pedológica para o pleno
desenvolvimento cárstico.
A ocorrência do referido carste é pouco extensa (Figura 1), limitando-se a
um afloramento de mármores da Unidade Independência, inserida no Complexo
Ceará. Este afloramento está localizado na vertente setentrional do maciço
cristalino do Machado, que, de acordo com Ximenes (2005), leva o topônimo de
Serra da Catirina, com um relevo acidentado com topografias que se aproximam
dos 400 m.
Arthaud (2007) afirma que o Complexo Ceará é uma sequência
proterozóica de margem passiva, onde sua deposição se iniciou em torno de
800 Ma, em consequência de um rifting e afinamento crustal, que também
formou um oceano. Logo após, houve o fechamento do oceano, onde essa
sequência foi envolvida numa colisão sofrendo grande metamorfismo, conhecido
como Orogênese Bralisiana. Posteriormente, ocorreu o processo de fissão do
Godwana, individualizando os continentes da África e da América do Sul.
Na Unidade Independência prevalece a ocorrência de rochas metamórficas,
tendo como exemplos os xistos, quartzitos, gnaisses, calcários cristalinos
(mármores) e rochas calcissilicáticas (CAVALCANTE; PADILHA, 2005). Apesar de
ser constituída por rochas metamórficas, esta unidade apresenta um nítido
controle geomorfológico, com a manutenção de topografias aguçadas elevadas.
Os mármores da Unidade Independência possuem reflexos geomorfológicos muito
expressivos, como o desenvolvimento de feições cársticas.
Esses mármores encontram-se bastante fraturados (correspondendo aos seus
planos de acamamento) e dobrados em sentidos multi-direcionais, documentando
assim, antigas tensões tectônicas ocorridas na história geológica da
Província Borborema, além disso, pode-se identificar o alto grau de
impurezas nos mármores que afloram na região. A estrutura do carste é
predominantemente carbonática, sendo esculpido em rocha metamórfica. Sendo
assim, a estrutura onde o relevo cárstico se desenvolveu é muito antiga
(CAVALCANTE, 2016).
A acumulação de processos ao longo de sua história e as oscilações
climáticas tiveram expressivas contribuições para a evolução do carste.
Bigarella, Becker e Santos (2009) afirmam que as feições cársticas sob
climas áridos ou semiáridos podem ser explicadas como relíquias formadas
durante regimes climáticos úmidos.
O relevo cárstico da Furna dos Ossos apresenta uma morfologia notável,
com expressivas feições exocársticas e endocársticas, ocorrendo presença de
lapiás variados, kamenitzas, arcos, entre outras formas externas. No que
tange às feições endocársticas as estalagmites, estalactites e colunas são
bem representativas, ocorrendo por quase todas as cavernas (CAVALCANTE,
2016).
No entanto, a forma como o carste se apresenta não reflete os
processos predominantes do sistema morfoclimático atual. O clima semiárido,
com elevadas temperaturas médias diárias e totais pluviométricos
irregulares, não permite que a dissolução seja o principal processo
morfodinâmico no carste em questão.Entretanto, não se pode desconsiderar que
exista, mesmo que de forma pouco expressiva, dissolução da rocha carbonática
por águas meteóricas. Porém, se faz necessário destacar o papel das
oscilações climáticas ao longo do Quaternário para tentar justificar a
presença de tal morfologia cárstica tão significativa.
Behling et al. (2000) através de registro palinológico encontrado em
amostras retiradas na plataforma continental leste do Estado do Ceará,
inferiram que a pluviosidade era mais expressiva nos períodos de 40, 33 e 24
mil anos A.P., sendo que a maior taxa de precipitação já registrada no
Nordeste brasileiro ocorreu entre 15.500 e 11.800 anos A.P. Os autores ainda
afirmam que foi nesse período de maior taxa de precipitação que ocorreu a
expansão das florestas úmidas. Fazendo uma relação, com o referido relevo
cárstico, fica claro que esse relevo teve seu mais expressivo
desenvolvimento ao longo do Pleistoceno tardio.
Diante do exposto, cabe aqui destacar os elementos do carste da
Furna Feia. Os aspectos abióticos são de consideráveis relevâncias, pois
existe um apelo científico na área por se tratar de um relevo cárstico bem
desenvolvido numa região com clima semiárido. Esta área possui registros
paleoclimáticos expressos de diferentes maneiras, sendo nos espeleotemas as
mais comuns. Desse modo foram identificadas feições e estruturas com as mais
variadas tipologias.
- Cabeça do Índio: corresponde aos fraturamentos horizontais e verticais no
mármore. Os fraturamentos documentam antigas tensões tectônicas ocorridas na
história geológica da Província Borborema. Muitas fraturas horizontalizadas
nos mármores correspondem aos seus planos de acamamento. Os processos
intempéricos e erosivos atuaram/atuam nessas áreas mais tenras,
proporcionando uma feição antropomórfica (Figura 2A).
- Dobramentos em mármores: são dobramentos em sentidos multi-direcionais,
documentando assim, antigas tensões tectônicas ocorridas na história
geológica da Província Borborema (Figura 2B), como a Orogenia Brasiliana e a
separação do continente sul-americano e africano.
- Mirante do Furna dos Ossos: ampla visualização do exocarste, dos maciços
cristalinos, de inserlberg e da depressão sertaneja, demonstrando a
diversidade geomorfológica e geológica da região (Figura 2C).
- Lapiás: modelado que forma a porção externa do relevo cárstico.. Devido à
existência de fracturas e fendas, a infiltração da água é facilitada. Estas
aberturas alargam por dissolução (Figura 2D). A carstificação não se
processa de uma forma homogénea: determinadas áreas são facilmente erodidas,
enquanto outras oferecem maior resistência, permanecendo como formas
residuais isoladas ou em grupo.
- Arco de Deus: levantou-se a hipótese de que o arco pode ser uma antiga
entrada de caverna (Figura 2E)., mas existe também a presença expressiva de
alvéolos muito bem alinhados horizontalmente nas paredes escarpadas, o que
pode levar a outros tipos de interpretações, tendo em vista que a gênese dos
alvéolos na literatura é muito divergente, sendo de difícil afirmação como
se formou o Arco de Deus.
- Gruta do Veado Campeiro: identificou-se uma claraboia, bem como a presença
de coraloides que correspondem a variedades de depósitos de calcita
microcristalinos, que se distinguem por apresentarem superfícies curvas. Os
coraloides são depósitos de calcita de superfície rugosa e porosa que cobrem
paredes, pisos ou outros espeleotemas, que, por vezes, lembram uma couve-
flor (Figura 2F).
- Gruta do Sino: foi identificada uma micro-represa de travertino na base de
uma coluna (Figura 2G). Em períodos de estiagem a feição passa despercebida
devido à ausência de água, porém no período da quadra chuvosa após o
preenchimento pela água da chuva tal feição representa um notável
espeleotema. Além disso também há estalagmites, estalactites, colunas e
cortinas.
- Pedra da Borboleta: feição que se assemelha as asas de uma borboleta
(Figura 2H). Apresenta essa forma em função da dissolução do mármore
associada a um colapso de bloco que gerou a abertura.
Posição do carste no município de Tejuçuoca-CE. (Fonte: Elaborado por Hudson S. Rocha, 2017)
Potenciais locais de interesse da geodiversidade no carste da Furna dos Ossos. (Fonte: Daniel R. Cavalcante, 2015, 2016)
Considerações Finais
Os registros paleoclimáticos no relevo evidenciam um clima pretérito diferente do atual, de forte cunho científico, assim como documentam antigas tensões tectônicas da Província da Borborema. Já o papel singular das cavernas na manutenção dos ecossistemas cavernícolas demonstra perfeitamente a interação entre a geodiversidade e a biodiversidade. Além disso, socialmente, fica claro a importância das cavernas, pois existem práticas turísticas religiosas na área. A própria origem do nome Furna dos Osso remonta à história local. Por volta dos anos 1910/1930, a área teria sido um local de queima de arquivo onde as vítimas eram ali exterminadas e despejadas, ficando conhecido como Furnas dos Ossos (Diário do Nordeste, Caderno de Turismo, 07 de maio de 2010). Sendo assim, o geoturismo torna a geodiversidade um recurso passível de uso para as comunidades locais. Moreira (2014) define geoturismo como um turismo sustentável, realizado por pessoas com o interesse em conhecer aspectos geológicos e geomorfológicos de um determinado local, sendo essa a sua motivação na viagem. Diante disso, Brilha (2005) é categórico ao defender que o geoturismo possui vantagens sobre o ecoturismo, uma vez que não está sujeito às variações climáticas sazonais e não está dependente dos hábitos ou condicionalismos de fauna ou de flora. Por isso também, são importantes medidas que busquem preservar essas formas em função de seu potencial e como manutenção da biodiversidade.
Agradecimentos
Agradeçemos a CAPES e a Universidade Estadual do Ceará – UECE pela fomentaçãos de bolsas, contribuindo para a execução desse estudos.
Referências
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