Autores

Campos, F.L.M. (IFES) ; Vevloet, R.J.H.M. (IEMA)

Resumo

Para a grande maioria da população os princípios básicos de formação e modelado do relevo são uma grande incógnita. A despeito disso, o patrimônio geomorfológico e as diversas feições do relevo que compõem a superfície terrestre são frequentemente tidos como importantes atrativos turísticos. Diante dessa dicotomia, resolveu-se investigar a possibilidade de utilização do conhecimento geomorfológico em meio a execução dos roteiros turísticos tradicionais, de forma que os Guias de Turismo divulguem informações que sejam interessantes para os turistas que eles conduzem e esses últimos tenham a oportunidade de acesso ao conhecimento científico sobre o relevo de uma forma descontraída e lúdica. Para isso, desenvolveu-se uma metodologia para inserção das informações geomorfológicas como forma simultânea de divulgação científica e entretenimento. Essa metodologia foi aplicada num roteiro turístico executado na Cidade de Vitória–ES e as avaliações foram bastante satisfatórias.

Palavras chaves

Roteiro Turístico; Conhecimento Geomorfológico; Patrimônio Geológico

Introdução

A importância do estudo da geomorfologia e do entendimento dos processos de formação e transformação da crosta terrestre é muito bem conhecida pelos profissionais que atuam diretamente com o conhecimento geomorfológico e/ou cujas profissões demandam um entendimento do modelado da paisagem. Contudo, para grande parte da população esse conhecimento é abstrato e as interferências da dinâmica do relevo em suas vidas cotidianas é pouquíssimo percebida. Diante disso, um esforço de difusão do conhecimento geomorfológico básico pode ser grande valia para a difusão desta ciência. Este seria um passo para a sensibilização dos entes públicos e dos tomadores de decisão de maneira geral para a importância dos conhecimentos geomorfológicos no planejamento das intervenções territoriais. A difusão de qualquer conhecimento científico para o público em geral, no entanto, exige um ambiente propício para recepção das informações, onde essas podem ser absorvidas sem que isso seja tomado como um fardo e uma obrigação. Uma tentativa de difusão do conhecimento geológico e geomorfológico já vem se disseminando em nível nacional e mundial, criando uma categoria de turismo chamada Geoturismo, que possui bases e princípios próximos aos do Ecoturismo, mas com foco no patrimônio geológico e geomorfológico. Este segmento do turismo busca interpretar a paisagem geológica e geomorfológica, explicando através de meios interpretativos diversos seu surgimento e importância, destacando as singularidades paisagísticas de cada local. O desenvolvimento do geoturismo está, contudo, em seu estágio inicial e seu público-alvo é consideravelmente restrito se comparado com o montante total de turistas que circulam mundo afora, haja vista que o interesse do público em geral é bastante disperso, havendo pouco interesse em informações mais rebuscadas acerca dos aspectos geológicos e geomorfológicos dos locais visitados. No entanto, na prática do turismo (mesmo no turismo de massa) há um ambiente propício para que as informações geológicas e geomorfológicas mais básicas possam ser difundidas a um público muito mais amplo e sem nenhum interesse particular em geoturismo: Os roteiros turísticos comerciais. Os roteiros turísticos são itinerários de visitação organizados e são uma importante ferramenta para a leitura da realidade (TAVARES, 2002), eles podem variar de poucas horas a dias e são conduzidos por um profissional bem conhecido: o Guia de Turismo. Esse profissional é o responsável por executar os roteiros e prestar todo tipo de informação sobre os locais visitados (históricas, geográficas, artísticas, culturais, etc.), que são transmitidas de forma agrupada e muitas vezes aleatória, não havendo aprofundamento em nenhuma categoria em especial. Em meio a seleção das informações serem transmitidas é muito comum que o processo de formação do relevo ocupe uma posição desprivilegiada ou seja completamente ignorado. Porém, esse ambiente é propício para que o conhecimento geomorfológico pode ser disseminado, através da atuação dos Guias de Turismo. Mesmo não sendo um geomorfólogo ou um profissional que atue diretamente com a geomorfologia o Guia de Turismo deve estar capacitado para interpretar o ambiente a sua volta nos mais diversos aspectos. Para que isso possa ser realizado com propriedade pelos guias é preciso que haja uma sistematização das diretrizes para interpretação do patrimônio geológico e geomorfológico sem o comprometimento da qualidade percebido pelos turistas e pelas agências de turismo. Assim, este trabalho objetiva reunir os conhecimentos já acumulados acerca da interpretação ambiental e adaptá-los para que esses sejam utilizados nos roteiros turísticos tradicionais, sistematizando uma forma de difusão dos conhecimentos geomorfológicos no guiamento turístico para os diversos roteiros comerciais praticados.

Material e métodos

O ponto de partida para a difusão do conhecimento geomorfológico junto ao guiamento turístico, como é proposto neste trabalho, deve ser a identificação dos locais onde há uma paisagem geomorfologicamente relevante, cuja a interpretação agregará algum conhecimento interessante aos participantes da excursão/ passeio. Por isso, algumas diretrizes foram selecionadas para que esta identificação ocorra. Buckley (2006) destaca que as belezas cênicas com características geológicas são uma motivação de viagem mais frequente que os aspectos bióticos (plantas e animais). Essa observação é relevante para inserirmos uma diretriz importante para a seleção dos locais: Procurar os locais onde a beleza cênica possa ser contemplada ao mesmo tempo em que patrimônio geológico seja interpretado e os conhecimentos geomorfológicos sejam transmitidos. A tarefa de identificar as paisagens cuja beleza cênica chama a atenção dos turistas é uma tarefa que já está realizada pelas agências e pelos guias de turismo que oferecem os passeios turísticos comerciais. Cabe, portanto, na grande maioria dos casos, apenas a tarefa de identificar a relevância geológica e geomorfológica da paisagem, o que é relativamente simples para os profissionais da área. Identificados os potenciais locais, a interpretação dos aspectos formadores do relevo pode ser iniciada. A interpretação de ambientes naturais tem sido estudada e executada há algum tempo pelos profissionais e organizações envolvidas com o ecoturismo e mais recentemente adaptadas para a interpretação específica do patrimônio geológico e geomorfológico por uma vertente turística chamada de Geoturismo. Por isso, o segundo passo consistiu numa análise das técnicas de interpretação ambiental, que é a arte de explicar o significado de determinado recurso, tratando-se de proporcionar o entendimento do ambiente natural, despertar a atenção e o interesse do visitante em relação à natureza e à cultura, esclarecendo dados, fatos e correlações que normalmente não são claros ao simples olhar (BRASIL, 2008). Já Vasconcelos (2003) destaca que objetivo fundamental da interpretação não é a instrução, mas a provocação; deve despertar curiosidade, ressaltando ao que parece, a princípio, insignificante. Há, obviamente, uma infinidade de diretrizes e recomendações acerca das práticas para interpretação do ambiente e, por isso, aqui serão destacadas somente algumas das mais relevantes. A principal diretriz diz respeito à forma como o conhecimento geomorfológico será transmitido, a fim de que as informações sejam, ao mesmo tempo, tecnicamente corretas e turisticamente atrativas. Para que isso ocorra, seguiu-se as orientações de Vasconcelos (2003) que alerta que as pessoas de forma geral demonstram atrair-se mais por atividades que compreendem, em ordem de importância o “envolvimento sensorial”, o “ humor”, “novas informações inteligíveis” e um “intérprete entusiasmado”. Enquanto que as “leituras”, as “apresentações longas” e os programas mais técnicos são desestimulantes. Entre os meios personalizados, que são aqueles cuja interpretação é realizada com o auxílio de uma pessoa, Morales (1992, apud VASCONCELOS, 2003) destacou as excursões com Guias entre um dos mais utilizados. Por fim, após identificados os locais e as paisagens que serão alvo do trabalho, deve-se planejar a interpretação da paisagem propriamente dita. Para elaboração desse planejamento, observou-se os princípios para a interpretação ambiental contidos em Brasil (2006) e os passos sugeridos por Vasconcelos (2003), dos quais destacamos os principais: • Não apenas instruir, mas provocar, estimular a curiosidade do visitante com o uso dos sentidos. • Buscar a interface nos dados técnicos com causos, lendas, histórias de ocupação territorial. • Identificação das questões a serem tratadas em cada local. • Elaboração das mensagens a serem transmitidas ao público-alvo. • Seleção das atividades, recursos, meios e métodos a serem utilizados na transmissão de cada mensagem.

Resultado e discussão

Para demonstração dos resultados, aplicou-se a metodologia num City Tour, um roteiro turístico comercial operado na Cidade de Vitória – ES. O Itinerário deste roteiro prevê visita a 6 a 7 diferentes pontos da cidade (a depender das condições de tempo e trânsito), com paradas para observação e fotos. Dentre esses pontos foram escolhidos 3 locais cujas características geomorfológicas foram consideradas relevantes, onde seriam planejadas as estratégias de difusão do conhecimento geomorfológico. São eles: O Parque Estadual da Fonte Grande, localizado no maciço central de Vitória; O Morro do Penedo, um pontão rochoso próximo ao Centro da Cidade; e a Praia de Camburi, principal praia da Capital. No Parque da Fonte Grande, uma das principais atrações é a Pedra da Batata (Fig. 1), um grande matacão que chama atenção por estar com seus flancos completamente livres e com outros matacões em suas proximidades, que demostram as fraturas existentes no terreno. Neste Ponto é muito interessante abordar a história de criação do Parque, que foi motivada após uma tragédia que ocorreu nos limites atuais da Unidade de Conservação em 1985, que provocou 40 mortes, 150 feridos e 600 famílias desabrigadas. O movimento de massa foi gerado após o deslocamento de um bloco rochoso de aproximadamente 150 toneladas. A informação que houve o deslocamento de uma grande rocha, imediatamente leva muitas das pessoas que estão conhecendo o local a se perguntarem se a própria pedra da batata não poderia se deslocar morro abaixo. Isso é um gatilho para informar que além da criação do Parque foi instituído pelo município de Vitória um projeto de mapeamento das áreas de risco das encostas do município, denominado Projeto Mapenco, e sensibilizar os participantes acerca da importância do entendimento da dinâmica do relevo através observação do modelado das vertentes que circundam a área. Durante esta explanação, além da sensibilização provocada, será comum que alguns termos como “matacão”, “fratura” e “movimentos de massa” sejam ouvidos com estranheza por muitos turistas. E este é um momento em que o Guia poderá/ deverá utilizar os conceitos geomorfológicos para informação dos turistas, neste caso em especial pode-se elucidar os termos a partir das definições do Dicionário Geológico-Geomorfológico (GUERRA, 2011): Fratura / Diáclase – Aberturas que aparecem no corpo de uma rocha, principalmente por causa dos esforços tectônicos. Matacão/ Boulder – Bolas de rocha compactas produzidas pela esfoliação das em forma de casca de cebola. Mesmo sabendo dos conceitos técnicos, o Guia deve ser habilidoso o bastante para comparar a expressão “fratura” com outras situações mais cotidianas como a fratura de um osso, por exemplo, podendo também utilizar-se do senso de humor para brincar com a expressão matacão, fazendo referência ao animal. Ou ainda associar a expressão movimentos de massa à deslizamentos de terra. Em algum momento deste processo é interessante que a estimulação sensorial seja despertada convidando os turistas a empurrarem a Pedra da Batata para que ela role morro abaixo, tornando o momento lúdico e aprazível. O Penedo é dos mais importantes cartões postais da cidade, a beleza do rochedo e de seu entorno chama imediatamente a atenção de quem passa e é improvável que a grande dos turistas não queira registrar fotografias. O momento de registros e à admiração da paisagem é extremamente propício para o Guia fazer uma intervenção que provoque a curiosidade dos turistas, a partir de uma simples pergunta: “Sabiam que o Penedo já esteve a 3 km abaixo da terra ?” A curiosidade dos turistas, abre espaço para que o Guia explique que o penedo é formado por rochas de origem magmática intrusiva, que se formam a grandes profundidades na crosta terrestre e explicar o processo de erosão diferencial que provocou o rebaixamento da área onde hoje encontra-se o canal da baia de Vitória e manteve destacadas as massas rochosas existentes em ambos os lados da mesma. De acordo com o interesse dos participantes da excursão, pode-se ainda abordar as marcas existentes na base do Penedo, que segundo Ab’Saber (2003) consistem em marcas de abrasão produzidas pela elevação nível do mar entre 5500 e 6000 anos atrás, para falar sobre as transgressões marinhas. Ou ainda, utilizar a paisagem do entorno para relatar eventos de movimentos de massa que ocorreram ou as alterações humanas no relevo costeiro, que podem ser realizadas por meio de comparação de fotos antigas com a paisagem atual. O conjunto de possibilidades de abordagem para chamar atenção para ao patrimônio geomorfológico, no entanto, é imenso e uma conversa entre um Guia de Turismo e um profissional da área poderia fazer surgir muitas outras possibilidades de abordagem. Na Praia de Camburi, alguns aspectos da paisagem que normalmente poderiam passar despercebidos, podem ser destacados pelo Guia para estimular os turistas a quererem saber um pouco mais sobre a dinâmica costeira. Um desses aspectos refere-se à faixa de areia. Ao longo dos 5 km da praia, o comprimento da faixa de areia entre o calçadão e a linha d’água muda consideravelmente e isso pode ser flagrantemente percebido num dos píeres existentes na praia. Tal diferença muitas vezes sequer é notada pelos turistas, porém um simples convite para observação da diferença entre as faixas de areia desperta a curiosidade dos turistas e abre a oportunidade do Guia explicar o processo de transporte de sedimentos provocado pela corrente longitudinal. Além disso, o fato da Praia de Camburi ter sido alvo de um processo de engordamento (aumento artificial da faixa de areia) como resposta à crescente erosão que se instalou nas décadas de 80 e 90, possibilita que o Guia chame atenção para a importância da vegetação de restinga no processo de acumulação de sedimentos eólicos que posteriormente serão úteis para proteção das áreas construídas em eventos de ressaca do mar. Outros aspectos relacionados ainda podem ser destacados no local, haja vista que a região encontra-se sobre um terreno de natureza sedimentar formado por depósitos marinhos litorâneos, que deram suporte à vegetação de restinga e acumularam-se sobre um terreno cristalino, que pode ser constatado pelos afloramentos rochosos pré-cambrianos que podem ser observados em forma de ilhas costeiras e morrotes nas proximidades do litoral. Em todos os locais visitados, o auxílio de diagramas esquemáticos, imagens aéreas e de fotografias antigas podem estar a mão para uma explicação mais detalhada e ilustrada (como pode ser visto nas figuras 1c, 2d e 3b). Diante do roteiro planejado para apresentação das informações geomorfológicas, fez-se uma primeira experimentação na condução de um grupo, a fim avaliar a qualidade do serviço prestado e os conteúdos abordados. O grupo foi convidado a avaliar três diferentes aspectos relacionados ao roteiro executado, atribuindo notas de 1 a 5, onde 5 representava o grau mais alto de satisfação e 1 o grau mais baixo, as perguntas elaboradas foram: a) Como você avalia desempenho dos responsáveis pela condução do grupo ? b) O que você achou dos conteúdos abordados ? c) O que achou dos locais visitados ? Cabe lembrar que o roteiro foi avaliado como um todo, ou seja, houveram outros pontos de parada que foram avaliados em conjunto com os pontos destacados neste trabalho. Nos demais pontos de parada praticamente não houve a transmissão de informações relacionadas a geomorfologia. A resposta ao questionário era facultativa e foram registradas 36 avaliações, cuja distribuição da pontuação está explicitada na figura (fig.4).

Figura 1: Parque da Fonte Grande

Pedra da Batata (a, b) e fotografia antiga que ilustra as informações passadas no local (c).

Figura 2: Penedo

Foto do Penedo (a), seu entorno (b, c) e fotografia mostrando o processo de aterro do Centro de Vitória (d).

Figura 3: Praia de Camburi

Foto panorâmica da praia de Camburi (a), Imagem aérea do local (b) e Placa localizada nas proximidades (c).

Figura 4: Avaliações do Guiamento Realizado

Resultados da avaliação realizada com o grupo sobre o guiamento e o roteiro turístico executados.

Considerações Finais

A metodologia de adaptação dos conhecimentos geomorfológicos para exposição juntamente a informações turísticas mais tradicionais proposta neste trabalho, aparentou ser bastante eficiente no campo, prendendo a atenção dos expectadores no mesmo nível que as demais informações transmitidas. Moreira (2014) considera o geoturismo um segmento turístico no qual conhecer mais os aspectos geológicos e geomorfológicos de um determinado local é a principal motivação de sua viagem. O público normalmente encontrado em passeios turísticos tradicionais não tem isso como a principal motivação, por isso a abordagem aplicada não tem a intenção de se denominar como Geoturismo. Os bons resultados obtidos nas avaliações demonstram que a inserção de assuntos ligados à formação e à dinâmica do relevo foram bem aceitos pelo grupo, contudo, admite-se que uma avaliação mais extensa é necessária para que isso possa ser extrapolado para a população em geral. Imagens aéreas e fotografias antigas que poderiam enriquecer as explanações não foram utilizados no tour em que a avaliação foi realizada, pois entendeu-se no momento que isso prejudicaria o dinamismo do guiamento. Contudo, esses materiais devem estar disponíveis e podem ser utilizados caso houvesse algum questionamento particular. Ressalta-se que trabalhos como esse podem auxiliar consideravelmente a difusão da geomorfologia e sugere-se uma aproximação dos geomorfólogos aos profissionais da área de turismo, especialmente os Guias Regionais.

Agradecimentos

Referências

AB'SABER, Aziz Nacib. (2003). Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. 3. ed. São Paulo: Ateliê Editorial.
BRASIL. MINISTÉRIO DO TURISMO. Ecoturismo: orientações básicas. / Ministério do Turismo, Secretaria Nacional de Políticas de Turismo, Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico, Coordenação Geral de Segmentação. – Brasília: Ministério do Turismo, 2008
BUCKLEY, R. Geotourism. Annals of Tourism Research, v. 33, n. 2, p. 583-585, 2006
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antônio José Teixeira. Novo dicionário geológico-geomorfológico. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
MOREIRA, Jasmine Cardozo. Geoturismo e interpretação ambiental; 1 ed. rev. atual. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2014.
TAVARES, Adriana de Menezes. City tour. São Paulo: Aleph, 2002.
VASCONCELLOS, Jane Maria de Oliveira. Interpretação ambiental. In: MITRAUD, S. (Org.). Manual de ecoturismo de base comunitária. Brasília: WWF Brasil, 2003.