Autores
Junior, D. (UNIFESSPA) ; Rodrigues, A. (UNIFESSPA) ; Neto, J. (UNIFESSPA) ; Alencar, D. (UNIFESSPA) ; Moreira, T. (UNIFESSPA) ; Mascarenhas, A. (UNIFESSPA)
Resumo
Pretende – se nesse artigo demonstrar uma nova forma metodológica de ensino, indo além da forma teórica que é passado em sala de aula, para essa nova metodologia foi utilizado jogos lúdicos com a realização da oficina pedagógica de construção de mapas e maquetes geomorfológicos na formação em geografia. A oficina ocorreu nos dias 12 e 13 de abril, e teve como público alvo graduandos do curso de Geografia da universidade federal do sul e sudeste do Pará, campus Marabá-PA. A oficina foi elaborada por bolsistas e voluntários vinculados ao Laboratório de Geografia Física, com a pretensão de demonstrar para os professores para aplicar no ensino básico.
Palavras chaves
GEOMORFOLOGIA; ENSINO; OFICINA
Introdução
O constante uso da metodologia teórica como umas das formas de ensino mais utilizada, reflete no desinteresse que grande parte dos alunos possuem, devido à falta de integração e interação para com os mesmos dentro das salas de aulas. Ainda há professores que tentam inovar no ensino, todavia são prejudicados devido à precarização e ausência de professores nas escolas, sobretudo na rede de ensino público. Dessa forma, caso algum professor queira propor uma aula diferenciada, terá que arcar do próprio salário. O ensino de Geografia nas escolas continua muito tradicional por conta das dificuldades encontradas para se aplicar a aula, consequentemente torna-se desinteressante para os alunos. Segundo Cavalcante (2012) “ao ensinarem os conteúdos escolares a jovens e crianças, os professores têm observado as dificuldades de aprendizagem e, em muitos casos, a falta de interesse pelas atividades de ensino de geografia por parte dos alunos”. Tendo como novo método alternativo de ensino, a utilização de atividades lúdicas faz-se presente na busca por um novo ensinar geográfico. Através destas atividades, os alunos poderão ter novas percepções de assuntos que antes eram abstratos. Segundo Castrogiovanni (et al., 2013), “É necessário desenvolver atividade lúdicas, práticas e concretas que abranjam diferentes linguagens, pois educar é dar novos sentidos a vida através da compreensão provisória do mundo. Este recurso de ensino pode auxiliar a esta apreensão de saberes geográficos, de maneira mais interessante e positiva frente aos alunos pós-modernos e inquietos que se encontram nas salas de aula atuais. ” Se a didática da geografia é compreender os elementos e suas relações de contextos e sujeitos envolvidos, a utilização de atividades lúdicas se torna um fator relevante na mediação da didática aplicada em sala. É perceptível uma maior dificuldade dos alunos. Como nos demais conteúdo da geografia física, o ensino de geomorfologia é abordado na sala de aula - em sua grande maioria - de forma superficial e conteudista, de modo que os alunos não entendam a importância do conteúdo, uma vez que toda sua vivência se dá sobre o relevo. Essa problemática se dá devido à má formação dos professores de geografia, que não buscam aprofundar nos assuntos físicos da geografia, e também pela abordagem dos livros didáticos que relata de forma insuficiente para o aprendizado. Um aspecto importante no ensino da geomorfologia é a utilização de atividades lúdicas como forma representativa-visual do conteúdo. Deste modo, objetivo do trabalho é descrever a realização de uma oficina pedagógica voltada para a construção de mapa didático geomorfológico e uma maquete da cidade de Marabá-PA, realizado no Laboratório de Geografia Física.
Material e métodos
Para a realização da oficina, se fez necessário uma equipe de 6 pessoas, na qual a partir de leituras tanto pedagógicas, quanto geomorfológicas, fizeram acontecer a formação que tinha como público alvo era voltada para graduandos do curso de Geografia da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. A oficina foi dividida em dois momentos, com uma introdução de conceitos geomorfológicos, e segundo momento a montagem da maquete. Fez-se uso de materiais como carta topográfica com auxilio da ferramenta Qgis 2.18. Uma das aéreas escolhidas foi o perímetro urbano da cidade de Marabá. Como nesse perímetro podemos encontrar unidades geomorfológicas como planícies fluvial, terraço fluvial dissecação tabular, dissecação conexa, pediplanos retocado desnudado. ( Mascarenhas e Vidal, 2015) foi uma área adequada para execução da maquete. Utilizaram outros materiais na confecção dessa maquete, como placas de E.V.A, isopor, estiletes, alfinetes, cola de isopor, e placas de E.V.A foram utilizadas cores quentes para ressaltar cada curva de nível da maquete, os alunos também prestaram atenção a detalhes como as escalas. A escolha das escalas horizontal e vertical vai depender, portanto, das dimensões que se quer obter no trabalho ou dos objetivos a que se propõe e do grau de generalização dos fenômenos representados, que por sua vez dependem do uso a que se destina a maquete. (Simielli, 1990). Durante a execução das maquetes era para os participantes entenderem que as formas do relevo constituem o objeto da geomorfologia, e que houve um processo que levaram para aquela configuração da paisagem morfológica.
Resultado e discussão
A geomorfologia é caracterizada por ser a
ciência responsável por estudar,
compreender e analisar as formas de
relevo, colocando a natureza como forma
de
abordagem principal (Cassetti 2001).
Torna-se necessário o ensino de
geomorfologia nos âmbitos educacionais,
como escolas, meios acadêmicos e como
forma de planejamento, seja ele
relacionado ao meio ambiente, como também
uma
estratégia de ocupação urbana, na qual o
homem possa habitar sabendo utilizar
de forma adequada os recursos naturais
que se fazem presente.
Os estudos geográficos de uma forma
geral, deve-se ser ensinado utilizando-se
da teoria fenomenológica e marxista, na
qual correlacione os estudos teóricos
com a forma de vivência de cada aluno,
discutindo e propondo a solução para
problemas diários. Tendo em mente essa
concepção, pode-se compreender que a
mesma importância que se dá a respeito do
ensino perante a alfabetização,
sobretudo a leitura e a escrita, torna-se
crucial que os alunos tenham a
compreensão e a “alfabetização
cartográfica” para que se possa utilizar
recursos didáticos como por exemplo mapas
geomorfológicos, despertando assim a
curiosidade e apreensão a respeito de tal
tema.
Há uma tendência perceptivo-conceitual
característica nas crianças pela qual
eles tendem a se concentrar em aspectos
limitados da informação contida em um
mapa. Por isso, tornam-se importantes as
instruções claras do professor no
sentido de orientar o que pode ser visto
e depreendido dos recursos de imagem
utilizados. Caso contrário, professor e
aluno observarão coisas diferentes
(Graves 1985).
Muito se utiliza do livro didático como
principal e única forma de recurso
didático, todavia os professores não
inovam sua forma de ensino, fazendo assim
apenas uma didática na qual os alunos
decorem conceitos simplistas sobre a
geomorfologia.
Tendo em vista tal discussão, o
laboratório de geografia física da
UNIFESSPA
proporcionou uma oficina da qual os
graduandos realizaram a elaboração de um
mapa geomorfológico no qual o objetivo
era compreender que a geomorfologia vai
para além de apenas relevo, mas que
através da geomorfologia, podemos
analisar
diversas espacialidades ocorridas no
espaço, e por fim, didatizar em sala de
aula.
FONTE: SRTM, EMBRAPA, 2012, IBGE, 2010, ELABORADO POR NETO, 2017
Considerações Finais
A possibilidade de utilização dos instrumentos cartográficos e gráficos dentro do aprendizado de geografia, possibilita a compreensão da realidade de cada aluno, sua rotina, seus afazeres e seu lazer, em que estão entrelaçados dentro do contexto geográfico e representado dentro da maquete. Assim, permite que os mesmos desenvolvam uma maior interação entre teoria e prática, o que possibilita, escolas e professores desenvolverem e consolidarem uma base mais ampla de conhecimento pautado não só em um único tipo de material didático (livro didático), mas tendo em vista outras formas de aprender inúmeras categorias, ações e acontecimentos geográficos. Desta forma, possibilitando uma grande quantidade de interação entre geografia acadêmica com a geografia escolar, mais interativa entre o aluno e professor, por outras palavras sendo um método de interação com a área da geografia física e da geografia relacionada as salas de aula, uma relação entre cursos de graduação que facilitam a transmissão de entendimento e o aprendizado.
Agradecimentos
Referências
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, CALLAI, Helena C., KAERCHER, Nestor André. Ensino de Geografia e textualização no cotidiano. ______.. Porto Alegre: Meditação,2014.
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Geomorfologia. São Paulo, Editora Blucher, 1980.
SIMIELLI, M.E.R. Temas da geografia na escola básica. 1ª Ed; São Paulo: Papirus, 2013.
SANTANA, Valdir Rocha. A importância de aprender brincando: uma proposta pedagógica no ensino de Geografia. 2014.
GUIMARÃES, Rosiane Correa. Ensinando geografia de forma lúdica através do mapa em quebra-cabeça. revista online caminhos de geografia, Mar/2014, p.70-79, Uberlândia-MG.
MASCARENHAS, A.L.S.; VIDAL, M.R. Cartografia digital e geomorfologia urbana apontamentos para o ensino de geografia.