Autores
Pinton, L.G. (PROF. DR. DO IFSP - CÂMPUS SÃO CARLOS) ; Oliveira, L.C. (ALUNO DO ENSINO MÉDIO DO IFSP - CÂMPUS SÃO CARLOS)
Resumo
Este trabalho teve como objetivo apresentar os resultados de ensaio cartográfico realizado por discente do ensino médio para a identificação de morfologia do relevo mediante informações extraídas das cartas topográficas. Com base nessa apresentação, destacar os conceitos elementares da geomorfologia desse nível de ensino que subsidiam a análise dos dados obtidos no mapeamento. Para a execução do mapeamento, foram utilizados os pressupostos teórico-metodológicos de abordagens da cartografia no ensino médio e da cartografia geomorfológica de detalhe. Os resultados deste trabalho demonstraram a potencialidade da utilização das cartas topográficas na atribuição de maior significado aos fatos geomórficos presentes no espaço vivido do aluno.
Palavras chaves
Geografia escolar; Formas de vertentes; Bacia hidrográfica
Introdução
A carta topográfica consiste numa representação bidimensional que permite reconhecer informações tridimensionais da superfície terrestre por meio da configuração de seus elementos altimétricos (curvas de nível e pontos cotados), subsidiando a identificação e descrição de formas do relevo. A realização desse exercício exige habilidades espaciais de alto nível para decodificar o complexo sistema de símbolos que envolve essa representação. Ao lado disso, o sujeito deve possuir o domínio de conceitos geomorfológicos. Alguns estudos têm demonstrado os desafios cognitivos inerentes à leitura das cartas topográficas por estudantes do ensino médio. De acordo com Carter et al. (2005, 2008), a maior dificuldade dos estudantes desse nível de ensino na interpretação desse material cartográfico está atrelada à construção mental da visão tridimensional da paisagem. Esse impasse converge para os resultados obtidos por Boardman (1989). O autor acrescenta que muitos desses estudantes se mostraram confusos pela ausência dos valores de elevação em curvas de nível; outros não entenderam a relação existente entre a proximidade das curvas de nível e a declividade do terreno. No Brasil, Granell-Pérez (2004) sugere a incorporação das cartas topográficas no processo de aprendizagem da geografia escolar. Todavia, as lacunas existentes na literatura nacional sobre a temática evidenciam um suposto quadro de subutilização desse material cartográfico como recurso às aulas de geografia no ensino médio, especialmente na abordagem de conteúdos da geomorfologia que envolvem esse nível de ensino. A prática indica a consideração das cartas topográficas restrita à definição das curvas de nível e a sua relação matemática como fator esclarecedor da inclinação do terreno e; o seu uso na construção de maquetes e perfis topográficos. Diante dessa conjuntura, verifica-se a necessidade do desenvolvimento de estudos que ampliem a importância das cartas topográficas na sala de aula por meio da elaboração de propostas que associem os dados desses documentos com as informações geoespaciais de outra natureza para a compreensão do relevo. Ao considerar a disponibilidade desse material cartográfico em escala de detalhe, tais estudos respaldam análises em nível local, imprescindíveis para atribuição de significado à concepção do espaço vivido pelo aluno (CASTELLAR, 2011; RODRIGUES; ADAMI, 2011; ROSS; FIERZ; VIEIRA, 2011). Desta forma, este trabalho teve como objetivo apresentar os resultados de ensaio cartográfico realizado por discente do ensino médio para a identificação de morfologia do relevo mediante informações extraídas das cartas topográficas. Com base nessa apresentação, destacar os conceitos elementares da geomorfologia desse nível de ensino que subsidiam a análise dos dados obtidos no mapeamento. Na execução do ensaio, optou-se pela extração das formas de vertentes em função de sua importância para o entendimento da apropriação do relevo pelo homem, a qual se constitui como conteúdo significativo dos parâmetros curriculares nacionais para a abordagem de situações-problemas que abarcam o cotidiano do aluno. A bacia hidrográfica do Córrego da Água Quente – São Carlos (SP) foi selecionada como área de estudo em razão de seu elevado potencial para enquadramento na referida perspectiva. Além disso, De Mauro (1989) reconheceu a interferência de variáveis naturais e antrópicas sobre esse sistema ambiental, reforçando a necessidade de investigações sobre as suas formas de relevo. Essa bacia está localizada no setor centro-leste do estado de São Paulo, entre as coordenadas geográficas de 22º01’46” e 22º03’48” de latitude Sul e 47º52’32” e 47º56’01” de longitude Oeste, possuindo uma área de 12,6 km².
Material e métodos
Na fundamentação teórico-metodológica deste trabalho foram aplicados pressupostos da cartografia no ensino médio (SIMIELLI, 2011) e dos sistemas de cartografia geomorfológica de detalhe das escolas francesa (TRICART, 1965) e holandesa (VERSTAPPEN; ZUIDAM, 1975). Ao considerar que o aluno do ensino médio dispõe de competências para a sua configuração como agente ativo no processo de mapeamento, foi de sua responsabilidade a execução e análise dos produtos cartográficos. A base de dados digitais da bacia do Córrego da Água Quente – São Carlos (SP) foi elaborada no ambiente do software AutoCAD® 2016, compreendendo o georreferenciamento das cartas topográficas que envolvem a área de estudo na escala 1:10.000 e a vetorização dos elementos de interesse à pesquisa (limite da bacia hidrográfica; cursos d’água; represas; lagos; curvas de nível; pontos cotados; sistema viário; edificações e; toponímias). Ressalta-se que os dados das feições antrópicas das cartas topográficas foram atualizados com base nas imagens do Google EarthTM datadas de 2017. O tempo gasto para a conclusão desse produto cartográfico foi de 20 dias. Na delimitação da bacia hidrográfica, destaca-se a adoção das recomendações de Rodrigues e Adami (2011). Durante a vetorização dos cursos d’água, realizou-se o procedimento de enriquecimento da drenagem proposto por Hubp (1988). A base de dados foi transferida ao ambiente do software CorelDRAW X8 para o mapeamento das formas de vertentes. Para a identificação das formas de vertentes, foi estruturada uma chave de interpretação com base nas diretrizes de manuais técnicos de cartografia (FONSECA, 1973; IBGE, 1999; USGS, c2015) e na revisão da literatura geomorfológica (CASSETI, 2005; CHRISTOFOLETTI, 1974; GUERRA, 1972; GROTZINGER; JORDAN, 2013). O conjunto de feições identificadas na área de estudo foi organizado conforme grupos de morfogênese definidos por Tricart (1965). Em relação à representação das formas de relevo, evidencia-se a utilização de símbolos das propostas de Tricart (1965), Verstappen e Zuidam (1975) e Rodrigues (2005). Na elaboração da carta das formas de vertentes, foram contabilizados 20 dias de trabalho. Para a condução da análise, correlação e síntese dos dados pelo estudante do ensino médio, foram formulados dois conjuntos de questões norteadoras, sendo o primeiro atrelado à distribuição espacial das formas de vertentes, e o segundo direcionado aos fatos geomórficos passíveis de discussão segundo a configuração do sistema ambiental em questão, com destaque aos efeitos das ações antrópicas sobre o relevo. Os questionamentos do primeiro conjunto foram: 1. Como as formas de vertentes estão distribuídas na bacia hidrográfica? 2. Existe algum padrão na distribuição dessa morfologia? Para a resolução do último questionamento, o aluno foi orientado a quantificar os dados das formas de vertentes mapeadas na área de estudo. Previamente a realização do segundo conjunto de questões, o docente forneceu informações sobre as características físicas da área de estudo, em específico, os seus aspectos climáticos, litopedológicos e a sua disposição na macrocompartimentação do relevo paulista segundo a proposta de Ross e Moroz (1997). Ademais, realizou-se uma discussão sobre as relações existentes entre as atividades antrópicas e o relevo. O segundo conjunto de questões foi composto pelos seguintes itens: 1. Quais as possíveis razões para o padrão verificado na distribuição espacial das formas de vertentes? 2. Como as formas de vertentes podem influenciar no desenvolvimento das atividades antrópicas? 3. Existem indicativos de possíveis alterações na forma da vertente em razão de atividades antrópicas?
Resultado e discussão
Distribuição espacial das formas de vertentes. No total, 59 vertentes
foram mapeadas na bacia do Córrego da Água Quente (Figura 1). De acordo com
a análise da figura 2, verificou-se o predomínio de vertentes convexas e
côncavas e, ainda, a existência de vertentes irregulares e retilíneas em
menor quantidade. A análise da carta das formas de vertentes da área de
estudo (Figura 1) revela o seguinte padrão de distribuição espacial: •
Vertentes convexas: ao longo da escarpa erosiva (apesar de não ter sido
mapeada em razão da impossibilidade de identificação precisa de seu traçado
segundo a organização das curvas de nível, a escarpa erosiva é reconhecida
nos trechos de maior proximidade das curvas de nível, os quais configuram a
sua rampa) situada na margem direita do Córrego da Água Quente e, em sua
margem esquerda, especialmente, no médio curso; • Vertentes côncavas:
nas zonas de cabeceiras do rio principal e de seus afluentes da margem
direita e; associadas aos cursos d’água sazonais da margem esquerda do rio
principal; • Vertentes irregulares: restritas ao alto e médio curso
da bacia; • Vertentes retilíneas: predominantemente associadas à
escarpa erosiva do Planalto Residual de São Carlos e; em algumas colinas
localizadas na margem esquerda do rio principal. Discussão sobre os dados
obtidos no mapeamento com base nos conceitos elementares da geomorfologia no
ensino médio. De acordo com a proposição de Ross e Moroz (1997) para a
representação do relevo paulista, a área de estudo está disposta no limite
entre o Planalto Residual de São Carlos (setor da margem direita do curso
d’água principal da bacia) e o Planalto Centro Ocidental (setor da margem
esquerda do curso d’água principal da bacia), sendo esse contato marcado
pela eminente presença de escarpas erosivas. Nesse setor transicional, o
Planalto Residual de São Carlos é composto por colinas de topos convexos
(Dc22). No âmbito do Planalto Centro Ocidental, a área de estudo está
localizada em setor constituído basicamente por colinas amplas e baixas com
topos tabulares (Dt11). Diante dessa conjuntura, verifica-se a convergência
entre o padrão de distribuição espacial das vertentes convexas mapeadas na
área de estudo e as características apresentadas por Ross e Moroz (1997) aos
atributos do padrão de formas semelhantes (Dc22) do Planalto Residual de São
Carlos. Tal situação evidencia que o mapeamento das formas de vertentes
fornece subsídios aos alunos do ensino médio para a compreensão da complexa
questão da taxonomia do relevo presente na proposta do mapa geomorfológico
do estado de São Paulo na escala 1:500.000. Acredita-se que esse exercício
pode ser incorporado na sala de aula desse nível de ensino, com elevado
ganho ao processo de ensino-aprendizagem de sistema de classificação do
relevo. Além disso, tal exercício permite a discussão de outros fatos
geomórficos que norteiam a abordagem de conceitos elementares da
geomorfologia no ensino médio. Nessa perspectiva, destaca-se a abordagem de
processos morfodinâmicos e a sua relação com as atividades antrópicas. Na
área de estudo, o predomínio de vertentes convexas e côncavas (Figura 2)
pode ser relacionado à ação da dinâmica climática local, marcada pela
elevada umidade, que favorece a esculturação desses tipos de vertentes. No
âmbito das relações com as atividades antrópicas, as vertentes côncavas
estabelecem maiores dificuldades à ocupação. Além de fornecer indicativo de
fragilidade litológica, tais vertentes potencializam a concentração do fluxo
do escoamento superficial e a umidade no solo, conformando o escoamento de
base que pode danificar a pavimentação em área urbana. Os nichos de
nascentes antropizados mapeados, predominantemente localizados nas zonas de
cabeceiras de afluentes da margem direita do Córrego da Água Quente, são
áreas potenciais para o desenvolvimento do referido quadro. Além das
implicações sobre a circulação d’água, a expansão da área urbana sobre esses
terrenos revela o conflito existente com dispositivo da Lei n. 12.651 –
“Código Florestal Vigente” (BRASIL, 2012), em específico, a violação da Área
de Preservação Permanente no entorno das nascentes e dos olhos d’água
perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50
(cinquenta) metros. Na análise correlativa entre os dados provenientes de
carta topográfica datada de 1990 e imagem recente do Google EarthTM (Figura
3), foi possível verificar a expansão do cultivo da cana-de-açúcar no baixo
curso da bacia. Nesse setor, a vertente retilínea preteritamente mapeada na
margem direita do curso d’água principal aparenta ter sido modificada pelos
terraços agrícolas, haja vista que a incorporação dessa prática mecânica
resulta na descaracterização da paisagem. Diante dessa situação, admite-se
que o presente exercício também induz o aluno do ensino médio a refletir
sobre as implicações de morfologias antropogênicas na dinâmica evolutiva de
feições geomorfológicas sob uma perspectiva espacial e temporal.
Mapeamento das formas de vertentes executado por discente do ensino médio por meio da interpretação de dados das cartas topográficas.
Gráfico do número total de vertentes identificadas na área de estudo.
Dados provenientes de carta topográfica datada de 1990 e imagem recente do Google EarthTM (2017).
Considerações Finais
O mapeamento das formas de vertentes com base na interpretação de aspectos geométricos das curvas de nível e dos cursos d’água demonstra a potencialidade da carta topográfica como recurso no processo de ensino-aprendizagem da geomorfologia no ensino médio. Ao considerar o reduzido custo na aquisição de cartas topográficas, muitas vezes disponibilizadas gratuitamente em instituições públicas, admite-se a viabilidade de réplica deste ensaio em outros sistemas ambientais representados em escala de detalhe. Além de colocar o discente em contato direto com fatos geomórficos e problemas existentes em seu espaço vivido, o desenvolvimento da cartografia geomorfológica exigiu a reflexão sobre os seguintes temas relacionados à geomorfologia, tais como: bacia hidrográfica como unidade de análise e planejamento ambiental; parâmetros geomórficos da legislação ambiental; evolução do uso e ocupação da terra e as suas implicações sobre os processos morfodinâmicos e; sistemas de classificação do relevo.
Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (PIBIFSP) pelo apoio ao desenvolvimento da pesquisa.
Referências
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