Autores
Rodrigues, A.A.S.R. (UECE) ; Meira, S.A. (UFC) ; Morais, J.O. (UECE)
Resumo
A Geodiversidade, enquanto conceito e temática das Geociências é composta pela variedade natural (diversidade) geologica (rochas, minerais, fósseis), geomorfológica (relevo, processos) e propriedades isoladas. Incluem suas montagens, relacionamentos, propriedades, interpretações e sistemas (GRAY, 2004). Gutierrez e Martinez (2010) referem-se dividem a tipologia dos geossitios em cinco classificações: pontual, área, panorâmico ou pontos de vista, seções e áreas complexas. A categoria temática pode ser relacionada às composições de cada geossitio. Dos nove lugares foram inventariados cinco geossítio, sendo realizada uma descrição enquanto ao potencial do valor cientifico, o potencial de uso, voltado para questões como a acessibilidade e visualização da feição, a necessidade de proteção, estando associadas à vulnerabilidade e deterioração e uso e gestão, voltadas a vulnerabilidade e estado de conservação dos geossitios.
Palavras chaves
Geodiversidade; Inventário qualitativo; Geologia – geomorfologia
Introdução
O estado do Ceará tem uma área total de 148.825,6 km², com uma extensão litôranea de 573 km (IPECE 2016). Os municípios que fazem fronteira com o mar têm as maiores densidades populacionais do estado. Tal fato se deve ao processo de povoamento estadual ter ocorrido pelo litoral, sendo que o maior indice encontra-se na capital Fortaleza e sua região metropolitana (IPECE 2016). De acordo Pinheiro et al. (2016), a zona costeira cearense se estende para o interior por cerca de 2 a 5 km. A constituição dessa unidade geomorfológica compreende-se, especialemente, por praias de arenosas, dunas transgressivas, flechas litorâneas de areia, sistemas estuarinos com manguezais, canais de maré, lagoas e promontórios. A Geodiversidade, enquanto conceito e temática das Geociências é composta pela variedade natural (diversidade) geologica (rochas, minerais, fósseis), geomorfológica (relevo, processos) e propriedades isoladas. Incluem suas montagens, relacionamentos, propriedades, interpretações e sistemas (GRAY, 2004). Os estudos de geodiversidade litorânea no estado do Ceará iniciaram recentemente com trabalhos de Sousa e Nascimento (2007), no municipio de Icapuí com ênfase nas fálesias da região, dando destaque à propota de inserção do Geoturismo na comunidade. Meira & Morais (2016) realizaram estudos no Parque Nacional de Jericoacoara, propondo um roteiro geoturistico de fácil interpretação aos visitantes, através do Patrimonio Geologico, contemplando a relevancia Geologica – Geomorfologica dessa Unidade de Conservação Costeira. Rodrigues et al. (2016), prôpos um inventário cientifico para as feições da Planície Costeira de Almofala. Os autores realizam um resgate dos trabalhos clássicos realizados na zona costeira do estado do Ceará com enfâse geologica-geomorfologica, propondo ainda que devem ser realizados estudos de cunho cientifico aplicado para a promoção do conhecimento a respeito da dinâmica e do passado geográfico do litoral cearense. Diante o exposto, o objetivo desse artigo foi elencar os possíveis geossítios presentes na paisagem do litoral oeste do estado do Ceará. Tem-se como foco principal a porção oeste-leste, do litoral oeste do Ceará. Buscou- se a seleção de feições geológicas-geomorfológicas, que atendam aos critérios de classificação na categoria de geossitios científicos, objetivando a valoração cientifica, assim como a definição de seu potencial de uso e a necessidade de proteção enquanto as variáveis naturais ou antropogênicas, voltadas para utilização em visitações cientificas.
Material e métodos
A etapa de campo ocorreu no mês de novembro de 2016, em maré interdiária, a partir da expedição de reconhecimento de área do Projeto de excelência PRONEX-Cnpq/Funcap (Geodiversidades interações de impactos socioambientais no sistema praia-plataforma da costa oeste do litoral do Ceará), que realiza trabalhos relacionados à geodiversidade e à biodiversidade no litoral. Além do reconhecimento das áreas a serem contempladas pelo projeto, foi realizado também o inventário dos possíveis geossítios litorâneos da porção oeste-leste do litoral oeste do Ceará, entre os municípios de Itarema até Camocim. O levantamento de dados referente aos aspectos qualitativos das feições geológicas - geomorfológicas foi realizado com o auxilio de uma ficha de caracterização dos locais de interesse geológico (possíveis geossítios), sendo esta uma adaptação das propostas por Pereira (2006) e Pinto (2011). A ficha conta com a localização dos locais de interesse geológico, o tipo do local, descrição geológica sucinta, breve análise de parâmetros de uso e gestão do território e avaliação preliminar das potencialidades e vulnerabilidades, voltadas para a visitação cientifica nos geossitios. Alguns parâmetros foram totalmente preenchidos ainda durante o trabalho de campo, enquanto outras necessitaram de pesquisa bibliográfica para complementar as percepções empíricas. A mesma almejou atender a diversidade abiótica da zona costeira cearense. Gutierrez e Martinez (2010) referem-se dividem a tipologia dos geossitios em cinco classificações: Pontual: que apresenta características isoladas, sendo frágil ou não, sempre são vulneráveis devido às suas dimensões. Área: que tem de maior tamanho, entretanto inclui apenas um uma feição de interesse. Sua fragilidade e vulnerabilidade são baixas devido às suas dimensões. Panorâmico ou pontos de vista: inclui dois elementos diferentes: uma grande área de interesse geológico e um observatório de onde essa área pode ser vistada. Nenhum desses dois elementos é frágil: a área devido às suas grandes dimensões e ao observatório por causa da localização externa do seu geossitio. No entanto, a qualidade panorâmica da paisagem visualizada pode ser extremamente vulnerável a qualquer atividade que cause impacto visual. Seções: seqüências cronológicas (estratigráficas) e / ou características com desenvolvimento espacial linear (por exemplo, um desfiladeiro ou alguns canais trançados ao longo de um rio). Geralmente são compostos por afloramentos menores. No caso de um elemento estar danificado, toda a sequência perderia valor. Isso aumenta à fragilidade e a vulnerabilidade das seções. Áreas complexas: grandes geossites com homogeneidade fisiográfica. Eles são compostos por vários pontos, seções, áreas e / ou pontos de vista. Esse conceito coincide com o que Wimbledon et al. (2000) chamou Geosites de interesse complexo ou sites com alta geodiversidade. A fragilidade e a vulnerabilidade do todo são bastante baixas, mas deve ser entendido que são compostas por elementos cujo status pode ser diferente. A categoria temática pode ser relacionada às composições de cada geossitio, podendo ser classificadoos em eólico, metamórfico, sedimentar ou outro. A etapa de campo ainda foi acompanhada de registros fotográficos e pela aquisição dos dados referente às coordenadas geográfica de cada elemento da geodiversidade. O equipamento receptor de dados GPS (Global Positioning System) utilizado na campanha de campo era da marca GARMIN, modelo map 60CS. O Datum utilizado foi o SIRGAS 2000. Para a confecção do mapa de localização da Geodiversidade do litoral oeste foi utilizado imagens do programa Google Earth, com o auxilio do software Qgis Las Palmas, versão 2.18. Resultados e discussões A primeira etapa da inventariação ocorreu em campo, onde foram selecionados nove possíveis geossitios costeiros, que se estendem desde o trecho da desembocadura do rio Aracatimirim, em Itarema, até as proximidades do Rio Coreaú, em Camocim (Figura 1).
Resultado e discussão
Geossitios costeiros do litoral oeste e o inventário qualitativo
Dos nove lugares inventariados cinco foram salientados enquanto geossítio,
sendo válido nesse momento ser realizada uma descrição pormenorizada desses
geossitios.
Eolianitos do Rio Aracatimirim
O geossitio em questão aflora na desembocadura do rio Aracatimirim em
Itarema, nas coordenadas UTM 0411651/9673664, é do tipo isolado, ou seja,
apresenta uma delimitação pontual. Na categoria temática são classificados
em eólico.
Salientasse que os eolianitos são feições de composição sedimentar
proveniente de antigas dunas eólicas que passaram por processo de cimentação
carbonática de seus grãos constituintes. São compostos por areias quartzosas
e grande quantidade de carbonato originário de organismos (carbonato
biogênico). As mesmas ainda possibilitam a interpretação das condições
paleoambientais do local, ou seja, o regime dos ventos no momento da sua
formação (CARVALHO et al. 2009).
Quanto à representatividade do valor científico, o geossitio apresenta alta
potencialidade devido aos serviços prestados enquanto suporte para a
biodiversidade, uma vez que as características abióticas propicia a
proliferação de algumas espécies. Em relação à potencialidade de uso, o
mesmo apresenta fácil acesso e ótima visibilidade das feições.
A necessidade de proteção de geossítio é elevada, uma vez que o ambiente
apresenta vulnerabilidade acentuada. Os elementos de relevância científica
são facilmente deterioráveis tanto em relação aos aspetos naturais, como
ação de intempéries oceanográficas como atmosféricas, como por ação
antrópica, uma vez o grau de proteção legal insuficiente.
Em relação às propostas de uso e gestão o geossítio apresenta alta
vulnerabilidade por causa de intervenções antrópicas, pois nesse local há
demarcação de lotes sobre as feições de interesse, assim como o próprio
avanço do mar oriundo de influencias locais e regionais de alteração da
paisagem da linha de costa. Diante disso, percebe-se que o baixo estado de
conservação. Apesar das feições representarem potencial cientifico e
didático, sem a proteção necessária a visitação por excursões cientificas
ficará comprometida.
Eolianito de Almofala
O geossítios dos Eolianitos de Almofala se localiza nas coordenadas UTM
0409019/9675570, pertence à categoria temática eólica e sendo do tipo
panorâmico, já que se obtêm uma boa visão dos outro subsistema (no caso a
faixa de praia).
Em relação ao potencial enquanto o valor científico do geossítio foi
considerado de muito alta, pois nessa feição é possível observar as
estratificações do tipo plano-paralelo, formadas no momento deposicional dos
sedimentos. Em relação à potencialidade de uso o mesmo tem fácil acesso e
muito boa visibilidade do geossitio.
Entretanto apresenta elevada vulnerabilidade, por ser um depósito eólico de
baixa consolidação. Em contrapartida o grau de proteção é insuficiente,
tendo em consideração a dinâmica local e os impactos antrópicos.
O uso e gestão do geossítio remete à alta vulnerabilidade presente oriunda
das condicionantes naturais, como o ciclo diário de maré, onde em sua maior
amplitude acaba por solapar a feição. O estado de conservação é baixo,
necessitando de medidas efetivas para a manutenção das potencialidades
científicas.
Eolianitos de Camocim
Os Eolianitos de Camocim se localizam nas coordenadas UTM 0305538/9684803,
estando paralelo a faixa de praia. Compreende a categoria eólica e a
tipologia panorâmica, tendo uma boa visibilidade da faixa de praia.
Apresenta valor científico muito alto, estando sobreposta a uma duna. Em
relação à potencialidade de uso, é um local de difícil acesso, onde o
trajeto só realizado durante a maré baixa e com transporte motorizado, tendo
em vista que esse trecho do litoral não se encontra ocupado, mas apresenta
uma visibilidade muito boa.
A necessidade de proteção mediante as componentes naturais e antrópicas que
possam deteriorar a feição foi considerada fraca. Entretanto a proteção é
adequada, tendo em consideração a ausência de contingente demográfico.
Em relação a propostas de uso e gestão para futuras visitações, o geossitio
apresentou uma vulnerabilidade baixa, sendo modelado apenas pelas
condicionantes naturais, como o fator de retrabalhamento eólico, logo o
estado de conservação é moderado, atestando que a feição apresenta um
excelente potencial cientifico para a região, mas que demanda certo custo
para ser possíveis visitações ao geossitio.
Paleomangue de Almofala
São compostos principalmente por sedimentos síltico-argilosos, ricos em
restos de vegetais conservados advindos do mangue e fragmentos de conchas
proveniente do ambiente marinho. Esses depósitos foram recobertos por
antigos bancos de areia ao longo da zona de estirâncio, ou até mesmo pelas
dunas, durante uma fase regressiva. (MEIRELES, 2002).
O Paleomangue de Almofala foi identificado no estirâncio da praia homônima,
nas coordenadas 0408036/9676317. O mesmo é retrabalhado pela dinâmica
costeira local. Essa feição é considerada do tipo pontual (que só ocorre
naquele local). Em relação à categoria temática foi classificada como sendo
deposicional.
A potencialidade do valor científico geodiversidade é muito alta. Em relação
à potencialidade de uso, para futuras visitações, tem um acesso facilitado e
visibilidade moderada da feição, uma vez que apenas durante um período do
ano a feição é observada.
A necessidade de proteção a agentes que possam deteriorar a feição é
considerada fraca e a proteção do geossitio relacionado às condições
naturais e antrópicas foi adequado, por conta da sua sazonalidade anual,
onde no primeiro semestre se encontra recoberto por sedimentos, e no segundo
completamente exposto, testemunhando o ciclo dinâmico de variação
morfológica daquela praia.
Em relação a propostas de uso e gestão para visitações cientificas do
geossitio, apresentou uma vulnerabilidade baixa, em relação às
condicionantes naturais, e um estado de conservação alto, atestando assim
que essa feição tem um excelente potencial enquanto para visitações.
Paleomangue de Aranaú
O geossítio foi identificado na praia de Aranaú, localiza-se nas coordenadas
0363494/9688807. O paleomangue é retrabalhado pela dinâmica costeira local,
entretanto é protegido por um condão arenoso que se formou na sua frente.
Essa feição é considerada do tipo área, pois se repete na paisagem local. Em
relação à categoria temática foi classificada como sendo deposicional.
A representatividade da valoração cientifica é considerado muito alta. Em
relação à potencialidade de uso, tem acesso muito difícil ao local, pela má
infraestrutura das vias, mas com uma visibilidade boa do depósito. A
necessidade e o grau de proteção é moderada, em virtude das condicionantes
naturais da dinâmica praial.
Em relação a propostas de uso e gestão o geossitio tem uma vulnerabilidade
moderada, pois os impactos antrópicos são visíveis, como o descarte de
resíduos sólidos pela comunidade, e também em relação às condicionantes
naturais. Apresenta um estado de conservação baixo, atestando mesmo com a
degradação da área o depósito tem um excelente potencial para visitações.
FLocalização dos elementos da geodiversidade do litoral oeste do Ceará.
mosaico geodiversidade
Considerações Finais
As potencialidades dos geossitios enquanto a valoração cientifica voltada a visitações cientificas foram consideradas muito altas em todos os cinco geossitios inventariados. Entretanto as componentes avaliadas como o potencial de uso, estando relacionado aos acessos e visibilidades das feições foram diferenciadas, estando associado à densidade populacional do litoral oeste, assim como na sua infraestrutura das vias de acesso as praias. A necessidade de proteção enquanto as condicionantes naturais e antrópicas foram diversas, entretanto, as diferenciações enquanto as feições inventariadas são notórias, pela forma que afloram no sistema onde estão inseridos e o seu retrabalhamento, dos eolianitos e arenitos, condicionantes eólicas e de maré, respectivamente, e os paleomangues estão sujeitos ao regime de maré. Em relação a propostas de uso e gestão para visitações cientificas dos geossitios, apresentaram suas respectivas vulnerabilidades, em relação às condicionantes naturais e antrópicas, de acordo com suas inserções na dinâmica costeira e um estado de conservação propício para uma representação do potencial que essas feições litorâneas apresentam para visitações de cunho cientifico.
Agradecimentos
Ao CNPq pela bolsa de Iniciação Científica disponibilizada a primeira autora. Ao apoio recebido pelo projeto Geodiversidades, interações e impactos socioambientais no sistema Praia-Plataforma da Costa Oeste do Estado do Ceará (PRONEX-CNPq-FUNCAP). Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceanica (LGCO).
Referências
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