Autores

Ferreira, R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ) ; Santos, R. (UNICAMP) ; Belém, F.L. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ)

Resumo

O trabalho teve por objetivo, realizar a compartimentação geomorfológica do município de Ferreira Gomes-AP, para a identificação das feições naturais foi considerando os geossistemas e as ações do sistema antrópico. O procedimento metodológico foi subdividido em três etapas; Pré-Geoprocessamento, levantando dos dados bibliográficos e trabalho de campo; Geoprocessamento, com o tratamento dos dados levantado, em formato de arquivo shapefiles, utilizando o software Arcgis 10.2 para a elaboração do mapa da compartimentação geomorfológica da referida área e Pós processamento, que verificou e fez as correções cabíveis para a finalização do mapa. Assim, foram consideradas quatros unidades geomorfológicas a saber; I Planaltos Residuais,II Colinas do Amapá, III Tabuleiros (IIIa Tabuleiro dissecado e IIIb Tabuleiro Aplainado) e Planície Fluviolacustre.

Palavras chaves

Geomorfologia; compartimentação; Planejamento Ambiental

Introdução

O processo de crescimento das áreas urbanas em países emergentes, possui uma dinâmica própria, marcada por discordâncias entre a gestão e o planejamento urbano e ambiental das cidades. Fato que coloca em risco a população que habitam áreas susceptíveis a deslizamento de massa, alagamento, inundações entre outros. O reflexo da falta de planejamento territorial é apresentado de vários modos, bem como, através da utilização de áreas com relevante interesse econômico e socioambiental, que são ocupadas sem a aplicação de um planejamento, legitimando a degradação da mesma em pouco tempo e a perda de seu valor, seja econômico ou ambiental (SILVA e TAVARES, 2004). De acordo com Penteado (1985), a geomorfologia é uma ciência semelhante às outras geociências. Têm seus princípios básicos, leis gerais e objeto próprio, com utilização de métodos e técnicas especificas. Desta maneira, a análise geomorfológica insere-se nos estudos ambientais, contribuindo, por seu turno, para orientar a instalação das atividades humanas (CHRISTOFOLETTI, 2001). Segundo Casseti (2005), o relevo assume importância fundamental no processo de ocupação do espaço, fator que inclui as propriedades de suporte ou recurso, cujas formas ou modalidades de apropriação respondem pelo comportamento da paisagem e suas consequências. Guerra e Marçal (2012), consideram que a geomorfologia no estudo integrado da paisagem passa pela compreensão inicial de qual seja seu objetivo de estudo. Enfatiza-se ainda em sua análise que nesta deve estar inserida a compreensão das relações processuais pretéritas e atuais, que são também importantes na compreensão racional da forma de apropriação do relevo, considerando a conservação das propriedades geoecológicas (suporte e recurso) e sócio reprodutoras (CASSETI, 1994). Ao se apresentar um estudo do relevo, deve-se levar em consideração a alguns níveis de abordagens, sistematizada por Ab’saber (1969), onde um deles se trata da Compartimentação Morfológica. Esta abordagem se trata de observações relativas aos diferentes níveis topográficos e características do relevo, que apresentam uma importância direta no processo de ocupação. Nesse aspecto, a Geomorfologia assume importância ao definir os diferentes graus de risco que uma área possui, oferecendo subsídios ou recomendações quanto à forma de ocupação e uso. Ainda nessa linha de compartimentação, como sugere Ross (1992), nessa linha de compartimentação, propondo uma classificação em níveis taxonômicos, com base na morfologia e na gênese. E de todo modo às recomendações cartográficas devem andar lado a lado em busca de encontrar os mais adequados métodos a serem usados para as representações ambientais. Pois o mapeamento geomorfológico pode se constituir um importante instrumento de análise ambiental, apresentando através de metodologias apropriadas, informações que irão subsidiar propostas de planejamento e áreas de preservação. O trabalho teve como objetivo realizar a compartimentação geomorfológica do município de Ferreira Gomes-AP, para que esta, possa ser utilizada como ferramenta metodológica na elaboração de um planejamento ambiental para o município citado, contribuído para a gestão dos recursos ambientais e das áreas ocupada pela população.

Material e métodos

1.1. Área de estudo O município de Ferreira Gomes está localiza no estado do Amapá, correspondendo as coordenadas geográficas Lat. 00º 51’17 “N e Long. 51º10’25” W, com população média de 6.901 habitantes e com área de 4.973,852km² (IBGE, 2015), Fig.1. Segundo o plano diretor de Ferreira Gomes (2013), a cidade encontra-se dividida em dois bairros (bairro Centro, bairro Montanha) e duas ocupações (ocupação Ameixal e ocupação Portelinha). O município foi criado em 17 de dezembro de 1987 de acordo com a Lei 7.639/87. O processo de urbanização em Ferreira Gomes vem ocorrendo de maneira rápida para a região, com crescimento populacional de 65,5% para a última década (2000 a 2010) com média de 21 habitantes por hectares para a área total do munícipio (IBGE, 2010). Tendo economia baseada em serviços públicos, e com o setor agropecuário com crescimento modesto. Os aspectos físicos de município apresentam; clima tropical chuvoso, com alto índice de precipitação, principalmente entre os meses de dezembro a agosto cuja precipitação atinge mais de 2.500 ml. a estação seca corresponde aos meses de setembro até meados de dezembro com elevação também da temperatura que sobressaem os 30ºC. 3.2 Procedimentos Metodológicos Para alcançar o objetivo do trabalho o procedimento metodológico foi subdividido em três etapas: Etapa 1- Pré-geoprocessamento dos dados a) Investigação, organização de materiais e aquisição dos dados. Nessa fase foi executado um levantamento bibliográfico para contextualização do trabalho, levantamento de dados espaciais em formato shapefile para a elaboração do mapa, busca está na base de dados dos órgãos, INPE 2011, IBGE 2012 (Amazônia Legal) e IEPA 2012. Trabalho de campo também foi realizado para observação da área, georreferenciamento e registro fotográfico. Etapa 2 - Geoprocessamento dos dados a) Na fase de geoprocessamento, foram considerados os mapas de relevo, pedologia, geologia, climatologia, vegetação e de unidades de conservação do Estado do Amapá. Como critério para compartimentação do relevo, a delimitação das unidades geomorfológicas teve como base a proposta taxonômica de Ross (1992), mais as contribuições de Penteado (1985) e Christofoletti (2012). Considerando a cartografia em escala de 1:250.000 para a confecção dos mapas das unidades geomorfológicas. A delimitação da compartimentação das unidades geomorfológicas do município de Ferreira Gomes, foi realizada através do software Arcgis 10.2 . Sendo delimitada quatro unidades geomorfológica para o município a saber: I Planalto Residuais, II Colinas do Amapá, IIIa Tabuleiro Aplainado, IIIb Tabuleiro Dissecado e IV Planícies Fluviolacustre. As diferentes feições de relevo são resultantes da ação simultânea e desigual das atividades climáticas e da estrutura da litosfera, determinam formas diferenciadas de relevo e da existência e dinâmica do meio biótico e abiótico da superfície terrestre (ROSS, 2001). A compartimentação geomorfológica de Ferreira Gomes-AP levou em consideração os processos morfogenéticos e morfodinâmicos do relevo, através da análise e da caracterização dos parâmetros morfológicos e morfométricos o que possibilitou a caracterização e descrição o relevo do município, com base na escala regional adquiridos da base de dados do IBGE (2014) do projeto Amazônia Legal, adaptados. Etapa 3 - Pós processamento Nesta etapa foi possível fazer as verificações e as correções cabíveis para a finalização do mapa das unidades geomorfológicas do município, considerando as correlações dos dados bibliográficos e a validações do campo.

Resultado e discussão

4.1 Compartimentação geomorfológica de Ferreira Gomes-AP Tomando como recorte a compartimentação geomorfológica, que pode ser considerada uma das ferramentas mais eficaz para propor medidas de uso compatíveis com a capacidade de uso dos recursos naturais. Bem como para o planejamento ambiental, acreditando-se que a mesma pode ser eficaz para a preservação de uma gama de recursos naturais. Em acordo com a classificação das feições do relevo do município de Ferreira Gomes foi estabelecido as seguintes unidades geomorfológicas (morfoescultura): I Planaltos Residuais, II Colinas do Amapá, (III) Tabuleiros: IIIa Tabuleiro Aplainado; IIIb Tabuleiro Dissecada e (IV) Planície Fluviolacustre (Figura 2). Unidades geomorfológica e caracterizações: I - PLANALTOS RESIDUAIS: Esta unidade representada pelos planaltos residuais do Amapá é composta pelo embasamento cristalino em estágio dissecado, com encostas íngremes de erosão aguçadas e convexos, estreitos e alongados esculpidos em rochas cristalinas. Geologicamente é nomeada como o Grupo Vila Nova, esta apresenta Cobertura Detrito-Lateretica Paleogenica do tempo geológico Fanerozóico Cenozoica Paleogeno Oligoceno. O seu solo encontrado é Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico argiloso A moderado suave ondulado. A vegetação presente é a Floresta Ombrófila Densa Submontana Dossel emergente natural dominante. A área está protegida pela Unidade de Conservação de Floresta Nacional do Amapá. II - COLINAS DO AMAPÁ: A Unidade está inserida no complexo, em fase de dissecação, com formas de relevo com topos convexos, em geral esculpidas em rochas do domínio de embasamento cristalino predominante, com algumas diferenciações tabular ao oeste do município e no encaixe do rio Araguari contornando a sede do município. Concernente a geologia do município apresenta-se no Complexo Oiapoque do Éon Proterógino Paleoproterozoica, Orosiriano; O Complexo Tumucumaque do Proterozxico Paleoproterozpica Riaciano; Unidade Enderbito cobre o Arqueano e Neoarqueana e algumas intrusões tanto ao norte do município quanto ao sul do Éon Fanerozóico, Paleozoica Permiano. O solo que predomina nesta unidade é o Latossolo Vermelho-Amarelo Distrifico (LVAd) típico argiloso, petroplintico, cascalhenta incluindo o Plintossolo petrico Concrecionario. A Vegetação em torno da sede foi classificada como Savana Florestada com vegetação secundaria e indicadores de pastagens, porém o maior domínio natural está situado nas colinas com Floresta Ombrófila Densa Submontana com Dossel emergente, há presença de florestas de Terras baixas. A drenagem principal é composta pelo rio Araguari, onde corta o município no estágio da montante do curso principal e no médio curso próximo a sede de Ferreira Gomes, outro rio tributário é o rio Falsino também situado a montante. III – TABULEIROS COSTEIROS: IIIa – Tabuleiro de Aplainado: Apresenta superfície de aplanamento elaborada durante as fases sucessivas de retomada dos processos de erosão, os quais geraram sistemas de planos inclinados, às vezes levemente côncavos. Sobre a geologia composta pelo Grupo Barreiras do Fanerozóico, Cenozoico, Neogeno, Mioceno, Langhiano contornando o rio Araguari e a área urbana de Ferreira Gomes, na Suite Tartarugal Grande do Arqueano, Neoarqueana e Cobertura Detrito-Lateratica Pleistoccnica do tempo geológico Fanerozrico, Cenozoico, Neógeno, Pleistoceno. Esta encontra-se inundada por coberturas detríticas e/ou de alteração. Os solos caracterizam-se pelo Latossolo Amarelo Distrófico típico argiloso e muito argilosa, com relevo moderado plano e suave ondulado. Em relação a vegetação pode-se encontrar a Savana Parque com floresta-de-galeria. Savana Parque com floresta-de-galeria incluindo a monocultura eucalipto com uma área de 1553,785 km². IIIb – Tabuleiro Dissecado: Conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventualmente, também em sedimentos, às vezes denotando controle estrutural. Os solos da unidade correspondem a classe de Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico petroplintico média muito cascalhenta. Enquanto a vegetação nesta área encontra-se a Floresta Ombrófila Aberta Aluvial e Floresta Ombrófila Densa Aluvial, bem como ao norte desta área a Savana Florestada. Apresenta também o extrativismo do açaí, como subsistências das comunidades. IV - PLANICIES FLÚVIOLACUSTRE: Este domínio com forma de planície e acumulação fluvial do rio Araguari, composta por Depósitos Sedimentares inconsolidados, sujeita a inundações periódicas, incluindo as várzeas atuais, podendo conter lagos de meandros, furos e diques aluviais paralelos ao leito atual do rio. A Geologia está inserida na formação barreiras e vestígio de Aluviões Holocenicos. Os solos que abrangem a área são da ordem do Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico Petroplintico media muito cascalhenta a moderado suave ondulado Argissolo Vermelho-Amarelo media cascalhenta/argilosa cascalhenta e o Gleissolo Háplico Estrófico típico argiloso e muito argiloso, moderado plano. A vegetação com maior abrangência é a Floresta Ombrófila Densa Aluvial aberta, com formações pioneiras com influência fluvial e lacustre, Savanas Florestadas, Gramínea-Lenhosa com floresta de galeria e Savana Parque. Para cada unidade de compartimentação há características únicas e também outras em comum. O transporte de matéria e energia é diferenciado, portanto, os processos serão diferentes. Seja pelo deslizamento de terra, erosão, grandes volumes de água e lama transportados em algumas áreas, seja para as taxas de escoamentos superficiais e de matéria a ser depositada em outras, pelo tipo de solo, por áreas desmatadas e/ou com solos exposto, áreas susceptíveis a incêndios naturais, entre outros. É evidente que, a unidade II Colinas do Amapá encontra-se mais protegida, devido a própria unidade de conservação que está inserida, e ao difícil acesso, por esta não apresentar estradas, apenas algumas trilhas com auto grau de dificuldade. A presença de floresta ombrófila densa resguarda o alto curso do rio Araguari e os ecossistemas presentes. Já a unidade III Tabuleiros tanto o Tabuleiro aplainado quando ao Tabuleiro dissecado, sofrem mais intensamente com a ação antrópica, apresentado uma vegetação savânica (naturalmente mais aberta e seca) facilita o uso e ocupação da terra através da agricultura e pastagens, com o relevo aplainado os solos são considerados fisicamente fértil pois permite a entrada de maquinário para correção edáfica, plantio e colheita, atualmente tendo boa parte ocupada pela monocultura de eucalipto, assim como por pastagem para bovinos e bubalinos. A unidade III também é onde está inserida a área urbana (sede) do município e alguns empreendimentos no médio curso do rio Araguari, que utilizam a energia de transporte das águas para gerar energia elétrica. Em consonância com a população que habita o leito menor do rio em um vale assimétrico, conspira em uma área de risco para os residentes desta área. Além dos aspectos físico-ambientais foram levantados e analisados dados referentes ao uso e ocupação de cada unidade delimitada. A partir desses levantamentos foi possível destacar as potencialidades e limitações da área, e assim diagnosticar os principais impactos ambientais originados da incompatibilidade de determinadas atividades, assim como também elaborar propostas de planejamento ambiental para um uso mais racional e compatível com a capacidade de suporte dos recursos naturais encontrados no município.

Figura 1 Mapa de localização da área de estudo

Mapa de localização do município de Ferreira Gomes

Figura 2 Compartimentação Geomorfológica do município de Ferreira Gome

Compartimentação Geomorfológica da pesquisa

Considerações Finais

A caracterização e analise a partir da compartimentação geomorfológica em quatros unidades geomorfológicas tais quais os Planaltos Residuais, Colinas do Amapá, Tabuleiros, Planície Fluviolacustre. Nessas duas primeiras unidades são compostas por solos pouco vulneráveis à movimento de massa, mesmo que em parte do município exista declividades acima de 45º graus. Estas também além de estarem situados no maciço cristalino, onde colabora para que seja uma área mais estável, são cobertas por florestas ombrófilas densas, protegidas por lei refletindo em reduzidas alterações em comparação a outras unidades do município. As demais unidades, tais quais, Tabuleiros e Planície espacializadas ao leste ao sul do município também pouco sofre com instabilidade de movimento de massas ou grandes erosões, isso se dá principalmente por haver um baixo nível de declividade o que pode compensar em partes que há solos inconsolidados no caso da unidade Planície Fluviolacustre, estas, porém estão propicias a inundações e afetam em muitas vezes de forma direta a população que ocupa em maior número nesta região do município. A utilização dessa compartimentação como subsidio ao planejamento é de fundamental colaboração aos órgãos públicos na aplicação dos planos diretores e manejo ambiental, uma vez que há informações valiosas para que seja possível gerir cada unidade e seus ambientes peculiares.

Agradecimentos

Referências


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