Autores
Moura-fé, M.M. (UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA)
Resumo
Pertencente ao grupo das serras úmidas do semiárido nordestino, feições importantes para o Nordeste do Brasil, a Ibiapaba apresenta lacunas em sua história natural e a necessidade de um maior conhecimento. Assim, o objetivo principal desse trabalho foi entender a evolução geomorfológica da Ibiapaba, analisando seus processos de gênese. Essa ênfase genética traz os condicionamentos e os reflexos que resultaram no quadro morfoestrutural amplamente modificado na etapa cretácica, bem como a influência fundamental dos estágios pré-rifte, rifte e pós-rifte para a configuração atual da área de estudo. Metodologicamente foram utilizados os pressupostos teóricos da geomorfologia e da análise morfoestrutural. O contingente técnico se apoiou nas etapas de gabinete, com criteriosos levantamentos bibliográfico e cartográfico, na realização de levantamentos de campo e na análise integrada de todos os dados na etapa de laboratório, com ênfase nos mapeamentos temáticos da Ibiapaba e região.
Palavras chaves
Morfoestruturas; Morfoesculturas; Geodiversidade
Introdução
Se a história social e econômica dos municípios e habitantes da Ibiapaba apresenta-se bem delineada em seus pouco mais de 250 anos, apresentando diversos elementos importantes para a própria história do Ceará, o mesmo grau de conhecimento não pode ser aplicado para a história natural desse modelado de porte regional. Sabe-se que a Ibiapaba situa-se geologicamente na borda oriental de uma das mais significativas bacias sedimentares brasileiras, a bacia sedimentar do Parnaíba (PIRES, 2003), que por sua vez, tem uma origem que remonta ao Paleozoico médio, mais precisamente, entre os períodos Silúrico e Devônico (BRITO NEVES, 1999), 443,4-358,9 milhões de anos, mega-age – Ma (IUGS, 2013). A bacia do Parnaíba contou na sua origem e evolução com a formação de riftes intracratônicos resultantes da separação do megacontinente Pannotia, no Câmbrico Inferior (BRITO NEVES, 1999; CABY et al., 1995; DANTAS et al., 1999). Após a sua formação, essa parcela territorial do Ceará, assim como o conjunto da plataforma geológica brasileira, passou por longo período de relativa estabilidade tectônica (BRITO NEVES, 1999), ao passo que os terrenos permaneceram por um longo tempo sem sofrer deformações importantes, até a reativação tectônica do mesozoico, associada à divisão do Pangeia. Durante essa divisão, a América do Sul individualizou-se em relação à África, o que no Nordeste brasileiro aconteceu por volta de 100 Ma (MATOS, 2000). A partir da divisão cretácica do Pangeia, a Ibiapaba passou a evoluir quase que exclusivamente a partir da ação externa (PEULVAST e CLAUDINO-SALES, 2002) que modelou ao longo do Cenozoico as feições caracterizadas por processos morfoestruturais, embutindo feições morfoesculturais e gerando depósitos correlatos e, enfim, elaborando o quadro geomorfológico atual. Embora essas linhas gerais da história natural conhecida da Ibiapaba tenham sido tratadas de forma criteriosa por diversos autores, a evolução geomorfológica da região, seus processos e feições associadas, ainda apresentam lacunas e a necessidade de um maior detalhamento. Em que pese se configurar como um modelado de abrangência regional no contexto territorial cearense, perfazendo praticamente todo o seu limite oeste com o Piauí, sem falar na sua importância socioeconômica, a Ibiapaba ainda não havia sido objeto específico de estudo no âmbito da geografia física, mais precisamente, da geomorfologia, sob a perspectiva evolutiva no longo termo, o que foi realizado na sua porção setentrional por Moura-Fé (2015). A região requeria um maior detalhamento e aprofundamento específicos sobre a sua evolução geomorfológica e seus aspectos genéticos (morfoestruturais), buscando sua inserção no contexto evolutivo geomorfológico global, na estruturação do modelado brasileiro e de sua região Nordeste, incluindo o estado do Ceará. A tratativa científica aprofundada dessas questões-chave se apresenta como o principal objetivo desse trabalho que foi entender a evolução geomorfológica da Ibiapaba, analisando fundamentalmente seus processos de gênese. Essa proposta de estudo busca avançar em relação a estudos setoriais de trabalho de síntese, favorecendo uma abordagem morfoestrutural, que também possa propiciar o desenvolvimento de outras linhas de pesquisa, envolvendo uma abordagem analítica, embasada em dados de campo e de laboratório, numa aproximação conceitual à geomorfologia geográfica de Vitte (2008), adotada na área delimitada.
Material e métodos
O itinerário metodológico percorrido para a elaboração deste artigo é compartimentado em duas linhas: no embasamento teórico, centrado na abordagem morfoestrutural da ciência geomorfológica e na utilização de um contingente técnico associado. Nesse contexto morfoestrutural de análise, seus principais elementos são as morfoestruturas e as morfoesculturas, cujos conceitos, estabelecidos a partir de Gerasimov (1946), Gerasimov e Mescherikov (1968) e Mescerjakov (1968), forneceram uma nova direção teórico-metodológica para os estudos de geomorfologia (ROSS, 2003). As morfoestruturas são de diferentes origens e idades, por exemplo, os cratons, horts, as bacias sedimentares e as cadeias de montanhas, as quais não podem ser consideradas como substratos passivos, mas sim, como elementos ativos no processo de desenvolvimento do relevo. As morfoestruturas respondem pelas formas maiores do relevo, tratadas em escala regional (CORRÊA et al., 2010; ROSS, 2003). Por sua vez, as morfoesculturas correspondem ao modelado ou à tipologia de formas geradas sobre uma ou várias morfoestruturas através da ação exogenética (ROSS, 2003), são formas embutidas nas morfoestruturas e que apresentam maior escala de detalhe. Desse modo, o entendimento das formas atuais do relevo sob o viés morfoestrutural passa por uma adequada interpretação das influências endogenéticas e exogenéticas atuais e pretéritas e que deixam marcas na superfície do terreno, específicas de cada processo dominante (MARQUES, 2003; ROSS, 2003). Em relação ao contingente técnico desenvolvido em gabinete, em campo e em laboratório, a etapa de gabinete inicialmente se deu com o levantamento de materiais utilizados na pesquisa, dividida em dois grupos: bibliográfico e cartográfico. O levantamento bibliográfico abordou a produção científica associada aos temas de pesquisa propostos. A busca se deu, sobremaneira, por meio do portal de periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), no endereço web: www.periodicos.capes.gov.br, objetivando a seleção e download de artigos científicos internacionais e nacionais relevantes e atuais. O levantamento cartográfico também teve importante fonte na web, com destaque para as páginas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - www.ibge.gov.br/home), do Ministério do Meio Ambiente (MMA - www.mma.gov.br) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM - www.cprm.gov.br), os quais disponibilizam gratuitamente diversos materiais de qualidade e que apoiaram a elaboração de diversos produtos cartográficos e ilustrativos. Em relação à 2ª etapa, relativa aos levantamentos de campo, os mesmos foram realizados em diferentes momentos ao longo do período de 2012-2015, feitos em dias consecutivos e programados antecipadamente, com percurso, datas e objetivos pré-determinados. As atividades para suas realizações foram divididas em quatro etapas: análise de material bibliográfico, cartográfico e imagens de satélites; produção de mapas para auxílio no campo; trabalhos de campo para a comprovação dos dados e a correção e adequação do material cartográfico produzido para o contexto da pesquisa. Em campo foram feitos registros fotográficos, das características topográficas, morfométricas e morfoestruturais dos relevos e seus contatos, além da determinação das coordenadas UTM de todos os elementos abordados. Por fim, no tocante às atividades de laboratório, esta etapa consistiu inicialmente em análises detalhadas, tanto de material impresso quanto digital de diversos mapas e cartas; e, associado aos resultados das demais etapas metodológicas, ao mapeamento e desenvolvimento de produtos gráficos. Ainda em relação à etapa de cartografação, foram utilizadas diversas técnicas de geoprocessamento, diferentes usos do sensoriamento remoto e o emprego de SIGs, os quais, conforme Argento (2003), são de apoio fundamental para a elaboração de mapeamentos geomorfológicos.
Resultado e discussão
O padrão estrutural do embasamento cristalino na área de estudo (Figura 1) é
herdado, principalmente, do Ciclo Brasiliano (FETTER et al., 1999; PEULVAST
e CLAUDINO-SALES, 2003), com destaque para as diversas zonas de cisalhamento
e do trend NE-SO (NOGUEIRA NETO et al., 1990).
Da mesma forma, a formação inicial da bacia do Parnaíba é relacionada ao
Ciclo Brasiliano, caracterizada pela abertura de grabens e acumulação de
fácies de molassa cambro-ordovicianas, comumente associadas a vulcanismos
ácido ou intermediário (ALMEIDA et al., 2000; CARNEIRO et al., 2012; CASTRO
et al., 2014; SAADI e TORQUATO, 1992; SUGUIO, 2003).
Depois dessas etapas de estruturação geológica proterozoica e paleozoica, a
história natural da região chega a uma etapa fundamental que se inicia no
Mesozoico e ganha maior representatividade no Cretácico, derivada do
processo de fissão do Pangeia/ Gondwana (BRITO NEVES, 1999; 2004), mais
precisamente dos continentes da África e América do Sul, que estabeleceu no
Brasil um novo estágio tectônico, o “Estágio de Ativação” (CARNEIRO et al.,
2012) que levaria à abertura do oceano Atlântico e que originou a margem
equatorial brasileira.
A margem equatorial brasileira desenvolveu-se como uma margem continental do
tipo transformante, com uma evolução tectônica dominada por distensão
oblíqua (transtensão) e movimentos transcorrentes puros, ambos de caráter
dextral. A ruptura continental deu-se na direção L-O, criando margens
continentais alongadas na mesma direção (ZALÁN, 2012).
De idade cretácica, esse significativo rearranjo morfoestrutural pode ser
subdivido em 3 etapas que não se sucederam simplesmente, antes disso, se
apresentam como processos imbricados, são os estágios pré, sin e pós-rifte.
O processo de rifteamento intracontinental (pré-rifte) ocorreu por todo o
Cretácico Inferior, dando origem ao soerguimento de volumes montanhosos
significativos ao longo de estruturas de riftes abortados, de orientação SE-
NO (BÉTARD e PEULVAST, 2011; CLAUDINO-SALES e PEULVAST, 2006; HASUI, 2012;
MATOS, 1992).
Após o abortamento dos riftes, os quais não evoluíram para uma abertura
oceânica, mas sim, originaram a formação de bacias sedimentares e de relevos
elevados nas suas laterais, tem-se o estágio rifte, que ensejou
definitivamente a atual separação entre a América do Sul e a África (final
do Neoalbiano / Cenomaniamo) (MATOS, 2000).
Por fim, o estágio pós-rifte, pós-transformante ou de deriva (drifte)
começou no início do Cretácico Superior (Cenomaniano até o presente), sendo
marcado pela presença de uma margem passiva (MARTINS e CARNEIRO, 2012;
MATOS, 2000).
Após a formação da margem passiva transformante no Aptiano, à medida em que
o oceano Atlântico sofria a sua expansão inicial, a margem continental
recém-formada foi resfriando e, em função do aumento de densidade,
afundando. O resultado dessa subsidência térmica foi o suave soerguimento do
interior do continente, cuja crista estava situada a cerca de 300 km da
atual zona costeira e de amplitude moderada (600 m, no máximo, no sul do
Ceará) (BÉTARD e PEULVAST, 2011; CLAUDINO-SALES, 2005; PEULVAST et al.,
2008).
Esse processo é conhecido como Flexura Marginal (BOILLOT, 1996; PEULVAST e
VANNEY, 2001) e tornou o interior do continente suavemente montanhoso e
nivelou o segmento costeiro com a superfície do oceano, permitindo assim que
uma zona litorânea fosse criada (CLAUDINO-SALES, 2005).
Em suma, depois do rifteamento intracontinental, da subsidência pós-rifte,
da abertura oceânica transformante e da formação da margem continental
passiva, a evolução morfotectônica da parte on shore da margem foi o
resultado de um soerguimento flexural iniciado no Cretácico Superior,
provavelmente relacionado ao soerguimento da margem leste do Brasil, seguido
por movimentos verticais posteriores (PEULVAST e CLAUDINO-SALES, 2004;
2006).
Na Figura 2 observam-se cenários paleogeográficos dos períodos pós-rifte e
de Abertura Oceânica (C) e o estágio drifte, com o soerguimento da margem
recém-formada pela Flexura Marginal (D), responsáveis pela formação e
conformação fundamentais da margem equatorial brasileira, com a
espacialização pretérita da bacia do Parnaíba e, principalmente, com a
indicação do processo de soerguimento da sua borda, originando a Ibiapaba.
Os reflexos desse importante processo foram significativos na bacia do
Parnaíba, bem como em toda a porção NO do Ceará, submetidos a um acelerado
processo de soerguimento atribuído a todo o Aptiano-Eocenico (PEULVAST et
al., 2008), o qual incidiu numa inclinação maior de toda a borda leste da
bacia, que passou a apresentar mergulhos mais acentuados para oeste (ANGELI
et al., 1983), dando a configuração cuestiforme da Ibiapaba (MOURA-FÉ,
2015).
Tem-se, portanto, duas fases de soerguimento e de erosão distintas. A 1ª
fase de soerguimento regional por falhas e de denudação sin-rifte, ligada ao
episódio de rifteamento cretáceo (estágio rifte); e uma 2ª fase de
soerguimento flexural e de denudação pós-rifte, principalmente cenozoica,
que ocorreu sem ligação direta com os processos de rifteamento
intracontinental e de abertura oceânica (BÉTARD e PEULVAST, 2011), pela
flexura marginal (estágio pós-rifte).
As etapas de estruturação proterozoica-paleozoica e de evolução
morfoestrutural meso-cenozoica são responsáveis pela elaboração de modelados
de grande porte, expostos à ação de processos modeladores desde o Cretácico,
mas que ainda são verificados na paisagem da Ibiapaba e região, são as
morfoestruturas, apresentadas na Figura 3 e a seguir:
Superfícies de aplainamento: no processo de soerguimento flexural da região,
fundamental para a erosão diferencial cenozoica, as rochas do embasamento
cristalino, mais frágeis que as litologias da Ibiapaba, deram origem à
superfície infrapaleozoica (CLAUDINO-SALES e PEULVAST, 2007; PEULVAST e
CLAUDINO-SALES, 2004) adjacente aos maciços cristalinos, ao passo que a
superfície sertaneja foi sendo aperfeiçoada ou estendida em detrimento dos
relevos elevados a partir do Cretácico Superior (CLAUDINO-SALES e LIRA,
2011; PEULVAST e CLAUDINO-SALES, 2004), seja a partir da circudenudação dos
maciços, seja pelo recuo da escarpa leste da Ibiapaba (Figura 4).
Glint / cuesta: a Ibiapaba se define como um modelado de grande porte,
dotado de altitudes situadas entre 814 e 998 m no topo, com características
cuestiformes (front, topo e reverso), apresentando contatos à leste e ao
norte com litologias cristalinas, típicos de um glint, formatando um quadro
morfoestrutural singular no Ceará.
Reverso da Ibiapaba: a ampla superfície que perfaz o contato entre o topo da
Ibiapaba e as porções ocidentais da bacia do Parnaíba, seguindo a
conceituação geomorfológica de cuesta, é designada como reverso, uma ampla
superfície estrutural dissecada, com altitudes situadas na faixa de 688 a
814 m, caracterizada por uma inclinação regional L-O, originada desde o
soerguimento da região.
Maciços e inselbergues: ao curso do processo de soerguimento da região e de
inversão de relevo em relação à Ibiapaba, a ação dos processos erosivos
sobre o embasamento cristalino pré-cambriano resultou no arrasamento das
litologias mais tenras e no surgimento de testemunhos correspondentes a
litologias mais resistentes (ANGELI et al., 1993), com destaque topográfico
para os maciços quartzíticos, com litologias mais resistentes aos processos
intempéricos-erosivos e estreitamente relacionados aos lineamentos NE-SO da
região, cujo direcionamento se expressa morfologicamente, conforme visto na
figura 3.
Rede de drenagem regional: se a erosão diferencial, agindo em consonância
com a influência tectônica da reativação das zonas de cisalhamento coloca em
ressalto topográfico os maciços e inselbergues, associado a esse processo
também está o resultado inverso, ou seja, o rebaixamento altimétrico e a
formação de vales fluviais, cuja dinâmica erosiva está embutida no
direcionamento da rede de drenagem regional (NE-SO e L-O), desenvolvidos
sobre as zonas de cisalhamento dúcteis pré-cambrianas.
Figura 1: Mapa de localização da Ibiapaba Setentrional e entornos norte e leste
Figura 2: Paleografia pós-rifte – Abertura Oceânica e Flexura Marginal. Fonte: Peulvast et al., 2008.
Figura 3: Mapa morfoestrutural da Ibiapaba e região. Fonte: Moura-Fé, 2015.
Evolução simplificada das superfícies de aplainamento. Fonte: SRTM. Elaboração: Marcelo Moura-Fé, 2015.
Considerações Finais
Conforme visto, passadas as etapas de estruturação geológica de idades proterozoica e paleozoica, a evolução geomorfológica da Ibiapaba chegou a uma etapa fundamental, de idade cretácica, com um significativo rearranjo morfoestrutural que pode ser subdivido em 3 etapas, os estágios pré, sin e pós-rifte, associados ao processo de fissão do Pangeia e de sua porção meridional (Gondwana), que levaria à abertura do oceano Atlântico e que originou a margem equatorial brasileira. As morfoestruturas derivadas dessa antiga e complexa história natural espacializadas e apresentadas anteriormente, são fundamentais para o entendimento da etapa genética da evolução geomorfológica da Ibiapaba. Assim, deve-se considerar na análise morfoestrutural da região da Ibiapaba a abordagem das superfícies de aplainamento e sua correlação com os processos de soerguimento estrutural, sobretudo; a estruturação do contato em glint e da conformação topográfica cuestiforme da Ibiapaba; além do seu amplo reverso; seguido pela abordagem dos maciços e inselbergues, estreitamente relacionados com a direção dos trends estruturais (NE-SO e L-O) da região NO do Ceará e com os processos relacionados à erosão diferencial; e sendo encerrado com a análise da rede de drenagem regional, amplamente associada às demais morfoestruturas.
Agradecimentos
À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pela concessão da bolsa de estudo no período de vigência regimental do curso de doutorado do autor (PPGG-UFC), fundamental para a realização dos levantamentos de campo e para o alcance dos resultados, os quais são parcialmente apresentados nesse artigo. Ao meu orientador de tese de doutorado, professor Jean-Pierre Peulvast, pelo ótimo trabalho de orientação, pelo aprendizado, pela parceria e generosidade.
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