DISCUSSÃO CRÍTICA SOBRE O ENSINO DE GEOMORFOLOGIA

Autores

Batista, D.F. (UFG) ; Franco, D.F.S. (UFG) ; Cabral, J.B.P. (UFG) ; Júnior, V.S.Q. (UFG)

Resumo

O trabalho traz uma breve reflexão sobre o ensino de geomorfologia, objetivando oferecer novos métodos que propicie melhor fixação do conteúdo pelos alunos. Para isso, foram analisadas bibliográficas, apresentando metodologias novas. Tal análise justifica-se pela necessidade de novos métodos facilitando ao aluno a compreensão da disciplina. Os resultados foram satisfatórios, mostrando que a troca de métodos no momento de repassar o conteúdo, resulta em participação e compreensão dos alunos.

Palavras chaves

Ensino; Geomorfologia; Métodos

Introdução

O ensino de Geografia nas escolas apresenta conceitos aos alunos que são indispensáveis para o desenvolvimento de conhecimentos específicos, tornando os capazes de argumentar e se posicionar perante as informações que a sociedade oferece. Segundo Casseti (2001) os estudos voltados à geomorfologia têm como objetivo principal estudar as formas de relevo encontradas no planeta. No princípio os alunos precisavam decorar os conteúdos tendo uma educação mnemônica, com uma geografia tradicionalista, hoje as aulas são mais didáticas e convidativas ao aluno, com uma geografia crítica. Com isto os métodos educacionais começaram a mudar, incluindo mais praticidade nas aulas, proporcionando melhores resultados para o aprendizado do aluno (VESENTINI, 2004). O professor precisa conseguir tonar o conteúdo agradável e introduzi-lo no cotidiano do aluno, deste modo Vesentine (2004) destaca que o bom educador é “aquele que “aprende ensinando” e que ...“ajuda os alunos a aprender” – não apenas reproduz, mas também produz saber...”. O ensino de geomorfologia encontra barreiras, muitas vezes é repassada como conteúdo diluído, fazendo com que o aluno não consiga enxergar a disciplina no seu dia-a-dia. Hoje o professor consegue encontrar mais opções de ferramentas, métodos práticos e dinâmicos no momento de repassar o conteúdo ao aluno. Neste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica enfatizando a disciplina de geografia voltada aos temas geomorfológicos, com o objetivo de apontar os principais desafios em sua aplicabilidade, mostrando as carências educacionais por parte de materiais didáticos e formação dos docentes, formulando alternativas de metodologias que podem ser utilizadas na prática desta disciplina, a partir da análise de trabalhos aplicados em escolas que facilita a compreensão e aumenta o interesse dos alunos. Tal pesquisa justifica-se pelo fato da geomorfologia ser um ramo da geografia que necessita atenção por estar ligada a realidade e o cotidiano dos alunos.

Material e métodos

Foi realizada uma revisão bibliográfica de artigos e livros, que tratam do ensino de geomorfologia nas escolas, trazendo a importância da aplicação correta desta disciplina para o desenvolvimento crítico do aluno como cidadão consciente dos elementos naturais e os avanços nos processos de alterações ambientais influenciadas pelas ações antrópicas, apresentando diferentes opções de metodologias criativas e práticas de forma simples, que facilite a transmissão do conteúdo aos alunos, visando proporcionar o interesse e a total compreensão. Estas práticas se fazem necessárias para percebermos que somente os livros didáticos não são suficientes para alcançar o desempenho necessário aos alunos. Esta pesquisa teve como foco principal a análise de trabalhos já realizados em escolas que utilizaram novos métodos de ensino para transmitir o conteúdo de geomorfologia, e conseguiram atingir o desempenho aplicado do aluno.

Resultado e discussão

Vários são os métodos que podem ser utilizados no momento de apresentar os conteúdos sobre a geomorfologia, hoje com as oportunidades oferecidas pelo acesso à internet facilita na hora de criar metodologias para auxiliar a compreensão dos alunos diante do conteúdo. Costa et al (2008) afirma que os computadores é a ferramenta didática mais utilizada no século XXI, isto se justifica pela variedade de atividades proporcionada pela internet. Autores como Bordenavave e Pereira (1994) indagam que, técnicas de ensino quando aplicadas de maneiras visuais trazem um enriquecimento para a formação de conceitos; utilizam-se ilustrações, aulas expositivas, visitas a campo entre outros métodos, e são consideradas excelentes atividades a serem desenvolvidas pelos professores. Neste contexto, nota-se que estas práticas devem ser enquadradas nos ensinos de geomorfologia. Os livros didáticos são ótimas ferramentas de apoio ao professor, mas nunca deve cercear a liberdade do educador em buscar novos métodos que revolucione a maneira de apresentar os conteúdos com novas atividades complementares. - Análise de três trabalhos que utilizaram diferentes métodos na aplicabilidade da geomorfologia e refletiram em resultados positivos Neste sentido, serão apresentados os resultados de alguns trabalhos realizados por diferentes autores, que utilizaram novas metodologias na aplicabilidade dos conteúdos relacionados à geomorfologia. No estudo realizado por Pereira e Silva (2012) consta que a utilização de computadores como ferramenta de ensino, amplia o desenvolvendo de habilidades e competência de forma significativa. Esta pesquisa foi relacionada com a utilização de softwares como o Google Earth; ao considera-la é possível enxergar as diferentes formas de relevo correspondente ao foco principal da geomorfologia (CASETTI, 2001). O uso desse software permite trabalhar a geografia física de forma inovadora, relacionando a realidade dos alunos com os conteúdos aprendidos, permitindo, assim, o afloramento da curiosidade e a reflexão sobre temáticas não abordadas em livros didáticos de forma prática (PEREIRA E SILVA, 2012). Assim, esta metodologia é uma das opções que corresponde ao avanço no desempenho do aluno, tendo como característica importante ser um software gratuito. O segundo trabalho analisado foi feito por Torre e Santana (2009), os mesmo criaram atividades práticas que ofereceram simples demonstrações, como a criação de maquetes (Figura 1) ilustrando placas tectônicas, e as relações com o nosso relevo; a segunda foi um esquema fabricado com garrafas pet (Figura 2) representando os processos erosivos e de infiltração, tipos de solos e fortalecendo a importância da preservação do meio ambiente diante das alterações pelas ações antrópicas. Por último foi realizada a fabricação de um quebra- cabeça contendo os domínios morfoclimáticos, subsidiando uma forma prática e prazerosa de estudar as diferentes características, e as relacionar com o relevo da região. Tais atividades proporciona o desenvolvimento de instrumentos lúdico-pedagógicos que facilita o processo de aprendizado, os resultados foram satisfatórios. O último trabalho a ser analisado foi o de Oliveira et al (2006), a pesquisa esteve pautada na aplicação da transversalidade da geomorfologia com exposições dialogadas do conteúdo na utilização de jornais, revistas, filmes, materiais cartográficos, maquetes, entre outros, objetivando trazer diferentes formas de interpretar e visualizar a disciplina. Com isso os resultados foram benéficos, trazendo a oportunidade de demonstração de forma atrativa. Os três trabalhos analisados, buscaram apresentar a disciplina de geomorfologia de forma prática e visual, e todas as atividades tiveram como resultados positivos ao aluno.

Maquete das placas tectônicas brasileiras. Fonte: Torre e Santana (2009


Demostração de erodibilidade com garrafas pet. Fonte: Torre e Santana (2009)

Conclusões

Ao término deste trabalho, a análise realizada confirma que a utilização dinâmica das novas práticas metodológicas utilizadas no momento da aplicabilidade dos temas geomorfológicos aumenta a capacidade de desenvolvimento do aluno diante do conteúdo. Conforme as bibliografias analisadas a inclusão de novas metodologias apresentam resultados positivos, como utilização de mapas, imagens de satélites, cartas topográficas, recurso digital, filmes, aulas expositivas dialogadas e práticas na fabricação de objetos e experimentos, e aulas campo, propicia ao aluno um grau maior de abstração e compreensão das características e processos do objeto de estudo, além de aumentar a curiosidade e atenção do aluno sobre a matéria. Além de ser visível a importância do bom ensino de geomorfologia para a formação crítica do futuro cidadão, os conhecimentos sobre este irão oferecer saberes indispensáveis sobre o meio natural físico, ao atuar conscientemente e com responsabilidade diante da natureza.

Agradecimentos

Referências

BORDENAVAVE, J. D. PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1994, p.121-181.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. 1997. Parâmetros Curriculares Nacionais. História e Geografia. Vol. 5. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 166p.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. 1998. Parâmetros Curriculares Nacionais. Geografia. 5ª a 8ª Série. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 156p.

CASETTI, Valter. Elementos de Geomorfologia. Ed.: UFG, 2001. p.11-38.

COSTA, V.F. MAGALHÃES, S.M.F. ASSIS, L.F. O uso da internet nas aulas de geografia do Ensino Médio. Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA Centro de Ciências Humanas - CCH. Revista Homem, espaço e tempo, Ano II, n. 2, set. de 2008. Disponível em: <http://www.uvanet.br/rhet/artigos_setembro_2008/uso_internet.pdf>. Acesso em 20 jul 2014.

GONÇALVES P.W. 2001. Saberes pedagógicos: atividade docente em Geografia. In: Reunião Anual da ANPED, 24 Caxambu, 2001. Anais... Caxambu, ANPED. p. 1-16.

OLIVEIRA, R. M.; AMORIM, R. R.; SANTOS, M. C. F.; Geomorfologia no Ensino de Geografia na Educação Básica. VI Simposio Nacional de Geomorfologia, Goiania-GO, 2006.

PEREIRA, Juliana, Sousa.; SILVA, Rene, Gonçalves, Serafin.; O ensino de geomorfologia na educação básica a partir do cotidiano do aluno e o uso de ferramentas digitais como recurso didático. Revista de Ensino de Geografia, Uberlândia, v. 3, n. 4, p. 69-79, jan./jun. 2012. ISSN 2179-4510 – Disponivel em: < www.revistaensinogeografia.ig.ufu.br>. Acesso em 20 de jul 2014.

TORRES, Eloiza Cristiane; SANTANA, Cristiane Daniela. Geomorfologia no ensino fundamental: Conteúdos Geográficos e Instrumentos Lúdico-Pedagógicos. Revista Geografia - v. 18, n. 1, jan./jun. 2009 – Universidade Estadual de Londrina, Departamento de Geociências. Disponivel em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/. Acesso em 20 de jul 2014.

VESENTINI, José William (Org.) O ensino de Geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In. O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004. Realidades e perspectivas no ensino de Geografia no Brasil. In.

VESENTINI, José William. O método e a práxis (Nota polêmica sobre a Geografia tradicional e Geografia Crítica). In.. Para uma Geografia Crítica na Escola. São Paulo: Ática, 1992b.