Anais: Geomorfologia costeira
Dinâmica da paisagem: o caso da Praia Ponta D’Áreia em São Luis - MA
AUTORES
Santos, A.C.G. (UFMA) ; Pereira, A.T.R. (UFMA) ; Corrêa, M.C.C. (UFMA) ; Dutra, L.S. (UFMA)
RESUMO
O presente trabalho tem-se o objetivo de analisar a dinâmica da Paisagem da praia da Ponta D’Áreia em São Luís, Maranhão, nos últimos anos, através da percepção ambiental e de análise dos impactos causados pelo avanço das águas marinhas sobre o continente, destacando o trabalho do Espigão Costeiro para a contenção de sedimentos no sentido de alargar a faixa de praia, sendo uma medida paliativa para controle da aceleração da linha de costa.
PALAVRAS CHAVES
Linha de costa; Impactos; Espigão Costeiro
ABSTRACT
This work has been to analyze the dynamics of the landscape of the beach of Ponta d'Areia in Sao Luis, Maranhao, in recent years, through the perception and analysis of environmental impacts caused by the advancement of marine waters on the continent, highlighting the work of Spike coastal for the containment of sediment in order to extend the range of beach, being a stopgap measure to control the acceleration of the coastline.
KEYWORDS
Coastline; Impacts; Coastal ridge
INTRODUÇÃO
A dinâmica existente entre as águas oceânicas e o contente contribui para a mudança da geomorfologia local principalmente na mudança da linha de costa. Pois este processo é longo e gradual, sendo as principais mudanças a diminuição da Lina de costa, dentre os fatores contribuintes deste processo estão as “ondas, mares os ventos e a batimetria” (ANJOS et al, 2011).
As mudanças paisagísticas na praia da Ponta D’Àreia em São Luis objeto deste estudo tem preocupado autoridades governamentais, pois, estas áreas costeiras são as mais valorizadas de São Luis e sendo um problema a diminuição da costa, que de certa forma preocupa os empreendedores que constroem prédios em áreas que podem ser atingidos em curto período de anos a base destes empreendimentos sendo os mesmo erguidos em áreas de dunas que pela legislação ambiental proibida.
O grande desafio para os órgãos competentes é o controle do avanço das águas marinas sobre esta área que é a mais valorizada de toda a São Luís, por conta do crescimento especulativo imobiliário a linha de costa diminuiu nas ultimas décadas, causando algumas mudanças no meio e na paisagem local, pois à medida que a água oceânica encontra-se com o continente este sofre com o processo de solapamento basal tanto nas falésias quanto nas dunas que fragiliza a bases das mesmas facilitando o deslizamento de um grande pacote de sedimento e conseqüentemente facilitando o avanço das águas oceânicas.
Outro fator de grande impacto e a construção de empreendimentos em áreas proibidas pela legislação ambiental como é o caso da construção de prédios em áreas de dunas e restingas, pois a áreas em estudo tem uma grande influencias destes tipos de ecossistemas.
Neste sentido, a mudança da paisagem na praia da Ponta D’Áreia em São Luís através da dinâmica natural dos agentes oceanográficos e conseqüentemente os impactos das ações humanas contribuindo para o aceleramento desta mudança justifica este estudo
MATERIAL E MÉTODOS
A linha metodológica empregado no trabalho foi à qualitativa, sendo que as técnicas empregadas no desenvolvimento da pesquisa foram: Pesquisa bibliográfica referentes ao objeto de estudo disponibilizados na Biblioteca da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), coleta de dados secundários nas instituições: CEMA e IBGE, visitas técnicas, registro fotográfico. Levando em consideração o estudo de campo do ano de 2009 e 2012.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As áreas litorâneas ou costeiras constituem um espaço geográfico de interação entre o mar-terra-ar, e seus respectivos recursos renováveis (PROJETO ORLA, 2002). Neste ambiente a influencia dos agentes oceanográficos sobre as áreas costeiras é intensa provocando uma frente de erosão, modificando a paisagem local.
O Estado do Maranhão possui o segundo maior litoral do nordeste atrás apenas do Estado da Bahia, classificado dentro do litoral norte do País. Possuindo um extenso litoral, dentro deste litoral encontra-se o Golfão Maranhense. O Golfão Maranhense tem estratificação de rochas do embasamento Pré-cambriano, Formação Itapecuru (Cretáceo), Grupo Barreiras (Terciário) e sedimento recente (Açuí) (TAROUCO, 2004).
Segundo Mochel et al (2004, p.1) o Golfão Maranhense:
Consiste num grande e complexo Sistema Estuarino, de Formação Pleistocênica que encerra baias, estuários, estreitos, igarapés, enseadas, inúmeras ilhas, uma vasta área de manguezal, falésias, pontais rochosos, praias de areia quartzosas, dunas e paleodunas, planícies de marés, dentre outras. Comunica-se com Oceano Atlântico através da abertura compreendida entre a baía de Cumã e a baía dos Tubarões, secontinentaliza por meio da baía de São Marcos e São José.
A Bacia sedimentar de São Luis que limita-se com a Plataforma da ilha de Santana a N – NE e pelo Alto do Gurupi ( Bacia de Bragança ) a N – NW, pelo Arco Ferrer-Urbano Santos a W – SW e pelo Horst de Rosário a SE – E (MARTINS, 1996 apud MESNER & WOOLDDRIDGER, 1964; REZENDE & PAMPLONA, 1970).
A praia da ponta D’Áreia situada da Bacia Sedimentara de São Luis nos últimos anos vem sofrendo com sérios problemas ambientais, conseqüências diversas são as causas, como as a construção da barragem do Bacanga construída entre as décadas de 1960 a 1970, com dois principais objetivos a geração de energia através da maré motriz e ligação com a área do Itaqui Bacanga, sendo preciso aterra grande área do canal de maré da foz do rio Bacanga, passando a funcionar através de compostas que diminuiu o fluxo de água do contribuindo assim para a deposição de sedimentos na foz do rio anil e conseqüentemente o avanço das águas oceânicas sobre a costa, diminuindo gradativamente a área costeira.
Moreira et al (2009) diz que:
A barragem do Bacanga consiste de um projeto de barramento do Rio Bacanga e foi esquematizada no intuito de diminuir as distancias e servir de ligação entre São Luís e o Porto do Itaqui pela BR-315, reduzindo a distancia de 36 km para apenas 9 km, além de propiciando um significativo crescimento urbano em direção ao Porto, e com intuito de gerar energia elétrica com construção de uma usina maré-motriz e para formação do lago artificial para auxiliar no processo de urbanização e de saneamento da cidade.
Segundo estudos levantados nos últimos anos houve uma diminuição considerada no que se refere à perda de áreas de praia para o avanço das águas oceânicas sobre a área de estudo, provocada pela dinâmica de marés que atuam na Baia de São Marcos, considerado uma das maiores, aproximadamente 7 metros, sendo uma das maiores diferenças de maré do mundo, comparada com a Baia de Fundy (Canadá) (MORAIS, 1979 apud SWIFT, 1966; KLEIN, 1963 E 1970).
Assim sendo, a mudança da paisagem da praia da Ponta D’Áreia deve-se principalmente pela ação dos agentes oceanográficos que são naturalmente responsáveis pela modificação das zonas costeiras, juntamente com a ação humana no sentido da construção de empreendimentos que traz conseqüências para as zonas costeiras, neste sentido tem a ocupação desordenada próximas às praias por empreendimentos verticais (prédios comercias e residência), em áreas consideradas pela Legislação Ambientais Área de Preservação Permanente (APP).
Essas mudanças nos últimos anos tem se intensificado, pois a linha de praia cada vez mais se aproxima das construções, preocupando os moradores dos prédios. Nesse sentido visando à retenção de sedimentos para a engorda da praia foi construído o espigão costeiro em 2011
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A mudança na paisagem na porção oeste da ilha de São Luis mais precisamente na praia da Ponta D’Àreia, nos últimos anos permite ter uma visão da dinâmica existente entres as atividades humanas juntamente com a o processo natural da ação dos agentes oceanográficos sobres a zona costeira de São Luis, trazendo modificação nas feições geomorfológicas (falésias) que ao contato direto com as águas oceânicas vem diminuindo cada vez mais as mesmas, conseqüentemente a diminuição das áreas costeira da Paria da Ponta D’`Àreia em São Luis Maranhão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
MARTINS, Francisco José Corrêa. Levantamento de Aspecto Geológico das Regiões entre Alcântara e parte setentrional da Ilha de São Luís (NE da Bacia Sedimentar de São Luís), RJ, 1996
MOCHEL. F. R; et al . Caracterização Geoambiental para a avaliação da sensibilidade a
derrames de óleo na Baía de São Marcos, Maranhão, Brasil. IBAMA 2004
MORAIS, Jarder Onofre de. O processo de sedimentação da Bacia de Marcos, Estado do Maranhao, Brasil. Arquivo Ciencia do Mar. 17(2) : 153-164, Fortaleza – CE. 1977
MOREIRA, Tiago Silva. SILVA Ediana Gusmão da. GOMES, Fernanda de Cassia Rodrigues. RODRIGUES, André Luís Soares. GONÇALVES Márcia Fernanda Pereira Análise dos impactos ambientais na barragem do Bacanga e alternativa para o planejamento e gestão da bacia do rio bacanga, São Luís – MA. 2009
TAROUCO, J. E. F Geoquímica no levantamento bio-ecológico da área de influência da
indústria de alumínio-Alumar. Relatório Anual. LABOHIDRO/UFMA. 1986