Anais: Geomorfologia fluvial
Ocupação Antrópica e Riscos Ambientais da Micro-Bacia do Ribeirão Caveirinha, Goiânia-Goiás.
AUTORES
Santos, N. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) ; Souza, F.G. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS)
RESUMO
O trabalho desenvolve uma abordagem da Micro-Bacia do Ribeirão Caveirinha quanto à
avaliação dos processos erosivos, como a voçoroca e antrópicos ocorrido ao longo
da margem do ribeirão. Os métodos utilizados para tentar conter esses processos
são por meio de uma recuperação na área degradada e conscientização da população
que vive próximo ao curso do rio.
PALAVRAS CHAVES
Ribeirão; Caveirinha; Voçoroca
ABSTRACT
The paper develops an approach to the Micro-Basin Ribeirão Caveirinha for the
assessment of erosion such as gully and man occurred along the bank of the river.
The methods used to try to halt these processes are by a recovery in the degraded
area and awareness of the population living near the river's course.
KEYWORDS
Ribeirão; Caveirinha; Gully
INTRODUÇÃO
O desencadeamento e evolução dos processos erosivos nas áreas urbanas geralmente
ocorrem em áreas periféricas que contam com a ausência ou a deficiência do sistema
de drenagem de águas pluviais, implantação inadequada do arruamento perpendicular
às curvas de nível com ausência de pavimentação, ocupação de áreas impróprias sob
o ponto de vista geotécnico e lançamento de galeria pluvial à meia encosta ou em
cabeceiras de drenagem. Vamos dar ênfase nesse artigo no Ribeirão Caveirinha onde
analisaremos esses problemas, como assoreamento do curso d’água, possível
estabilização da voçoroca, poluição do curso hídrico, desapresso pela Área de
Preservação Permanente (APP).
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
A área de estudo é a Micro-Bacia do Ribeirão Caveirinha, localizada nas
coordenadas 49º17’ 32’’ W e 16º 37’ 48’’ S, na região norte do município de
Goiânia, entre o Bairro Vila Maria Dilce e o Setor Parque das Flores, próximo a
Rua FL – 20, onde está localizada a vossoroca analisada no artigo. Está situada
na unidade geomorfológica do Fundo de Vale que é caracterizada ao longo de todo
sistema de drenagem onde se acentuam declividades. São áreas onde existe a
ruptura de declive estrutural com relação às superfícies de relevo. As erosões
em sulco evoluem rapidamente para ravinas e voçorocas, quando existe escoamento
superficial pluvial concentrado e a ocupação urbana inadequada.
Base de Dados
Para a elaboração deste artigo utilizamos como base de dados:
•Artigos;
•Web Sites;
•Visita de campo;
•Google Earth.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ribeirão Caveirinha
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMA (2006) (apud Machado,
L.S.; Pasqualetto, 2006/2), o Ribeirão Caveirinha é afluente da margem direita
do Rio Meia Ponte, possui uma extensão aproximada de 14,8 km, tem praticamente
toda a sua sub-bacia hidrográfica ocupada por chácaras de recreio e loteamentos
habitacionais, como se pode observar no Mapa de Uso de Solo (Figura 1).
No fundo de vale desde curso da água formam duas erosões urbanas, sendo que
vamos dar ênfase no estudo da voçoroca que fica próximo ao Córrego Caveirinha. A
vegetação natural já foi em grande parte removida, restando somente vestígios da
mesma nas proximidades de suas nascentes expondo o solo à erosão contribuindo
para um maior aporte de sedimentos ao seu leito e o alagamento periódico de suas
margens, em época de chuvas e à contaminação das águas subterrâneas. A
declividade do rio também contribui para o aceleramento de processos erosivos
(Figura 2).
Impactos Ambientais no Ribeirão Caveirinha
Retirada da cobertura vegetal, urbanização acelerada, falta de infraestrutura e
saneamento básico, falta de conscientização da população e a falta de respeito
na preservação da APP são os principais impactos ambientais gerados na margem co
Ribeirão Caveirinha. “No fundo de vale deste curso d’água, onde grande parte
sofre processo erosivo, a vegetação natural já foi, em grande, parte removida,
expondo o solo à erosão contribuindo para um maior aporte de sedimentos ao seu
leito e o alagamento periódico de suas margens, em época de chuvas e à
contaminação das águas subterrâneas” (Bertoldo, M.M.D.; Tibiriçá, L.G). O que
agravou e acelerou o assoreamento no ribeirão e o surgimento de erosões devido à
instabilidade da encosta.
Algumas medidas foram implantadas com o intuito de diminuir estes impactos, como
a implantação de manilhas para conter a velocidade do escoamento da água da
chuva que vai com muita velocidade a jusante do rio, onde gera sérios riscos
ambientais e sociais pela sua devastação. Lembrando que devido a declividade do
ribeirão e do próprio terreno ser bem acentuada, quando chega o período das
cheias, este sistema de manilhas não é capaz de suportar a velocidade e
magnitude das águas pluviais e fluviais. Assim a velocidade da água a jusante
aumenta causando devastação por onde passa, que foi um dos agravantes para o
surgimento da voçoroca no Parque das Flores e outros processos erosivos. Quando
passa o período das cheias podemos observar também os grandes bancos de areias
gerados pelo assoreamento do rio.
Voçoroca no Parque das Flores
O Setor Parque das Flores encontra-se ao lado do Bairro Vila Maria Dilce, onde é
situado o Ribeirão Caveirinha. Por ser um loteamento recente ainda possui uma
infraestrutura debilitada, local onde se encontra a voçoroca, que foi originada
devido à construção de um lago mal planejado e a instabilidade da margem do
Ribeirão. O solo predominante na região é o Argissolo, mais no local da voçoroca
foi possível observar que o processo erosivo expos os horizontes de solos
Gleissólicos e rocha alterada.
A voçoroca encontra-se tão avançada que está quase chegando à margem do Ribeirão
Caveirinha, o que agravaria mais ainda sua contenção. Uma das medidas para
conter este avanço seria a implantação de drenagens para interromper o
escoamento superficial direcionado à área degradada. Poderia ser feito barreiras
para a contenção destes fluxos pluviais, recomposição florística de toda área,
conscientização da população para a preservação e recuperação da APP e o
monitoramento da voçoroca para acompanhar sua evolução. Assim evitando o avanço
da voçoroca até as margens do Ribeirão, que já se encontra bastante degradado.
Figura 1
Mapa de Uso do Solo. (Fonte: Lapig, 2002).
Figura 2
Perfil Topográfico do Ribeirão Caveirinha. (Fonte:
Google Earth).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os processos erosivos do Córrego Caveirinha vêm se agravando, principalmente em
épocas de chuvas intensas, causando alagamento, enchentes devido à grande
quantidade de lixo nas encostas e a falta de infraestrutura nas redes de drenagem,
como “bocas de lobo”, que são poucas, e essas poucas são entupidas por lixos, não
permitindo o escoamento da água da chuva. Os principais danos causados por esse
alagamento é o processo erosivo acelerado, onde gerou uma voçoroca e o
assoreamento nas margens do córrego. Para tentar conter esses problemas
primeiramente deve haver uma conscientização da população que habita as
proximidades dos córregos, como não jogar lixo e fazer uma rede de drenagem
adequada, para assim tentar recuperar a área degradada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço o apoio e incentivo de minhas amigas Flávia Gomes Souza e Yorrana Almeida
no desenvolvimento deste trabalho e pelas horas de descontração nas tardes no
laboratório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
Machado, L.S.; Pasqualetto, A. Diagnóstico Hidrológico da Bacia do Córrego Caveirinha, Goiânia, GO. Goiânia, 2006/2.
Bertoldo, M.M.D.; Tibiriçá, L.G. Qualidade Ambiental da Micro bacia do Ribeirão Caveirinha.