Anais: Geomorfologia fluvial

DINÂMICA FLUVIAL DA COSTA DO REBOJO NA ILHA DO CAREIRO DA VÁRZEA-AM

AUTORES
Pereira, S.M.S. (UFAM) ; Sousa, V.C. (UFAM) ; Silva, D.N.C. (UFAM)

RESUMO
A Geomorfologia Fluvial é um ramo especializado da Geomorfologia que estuda as formas e estruturas provocadas pela dinâmica dos rios. Os rios constituem os agentes mais importantes no transporte dos materiais intemperizados das áreas elevadas para as mais baixas e dos continentes para o mar. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar o ambiente de várzea da Ilha do Município do Careiro da Várzea na Amazônia brasileira, destacando a dinâmica fluvial ativa de erosão e deposição de sedimentos, o que produz modificações na geomorfologia fluvial da área.

PALAVRAS CHAVES
Várzea; Erosão; Deposição

ABSTRACT
The Fluvial Geomorphology is a specialized branch of geomorphology that studies the forms and structures caused by the dynamics of rivers. The rivers are the most important agents in transporting the materials weathered from elevated areas to the lowest of the continents and the sea. Thus, this study aims to analyze the lowland environment of the Island of the Careiro da Várzea in the Brazilian Amazon, highlighting the dynamics of active fluvial erosion and sediment deposition, which produces changes in the fluvial geomorphology of the area.

KEYWORDS
Lowland; Erosion; Deposition

INTRODUÇÃO
Diante das profundas mudanças ocorridas na dinâmica fluvial dos rios da Amazônia, a presente pesquisa está pautada em discutir um dos ecossistemas desta região. Cumpre destacar, que a região Amazônica abrange dois ecossistemas que apresentam diferentes significativas entre si, porém são complementares: a várzea e a terra firme. No entanto, como já destacado será trabalho apenas o ambiente de várzea. De acordo com GUERRA (2008) a várzea são terrenos baixos e mais ou menos planos que se encontram junto às margens dos rios. Em outras palavras, constituem o leito maior dos rios. O fenômeno da várzea é característico da região amazônica, e este por sua vez é produzido fundamentalmente pela erosão lateral dos rios. A porção mais importante da acumulação de sedimentos das várzeas são os depósitos das inundações, tais sedimentos são de origens diversas. É com base na complexidade desta área que este trabalho surgiu com a necessidade de compreender os processos de erosão e deposição que ocorrem na Costa do Rebojo. A estrutura do artigo contempla três partes. A primeira sessão enfatiza os materiais e métodos da pesquisa, enfatizando os procedimentos utilizados para concretização da mesma. A segunda parte tem como finalidade apresentar os resultados e discussões, é nesta etapa que se destaca a articulação entre teoria e prática. Por fim, na última sessão constam as considerações finais com base nas reflexões realizadas ao longo do artigo.

MATERIAL E MÉTODOS
Os estudos de natureza geográfica exigem domínio do conteúdo teórico e conceitual por meio de leituras específicas. Esta etapa representa o momento em que o pesquisador busca conhecer o que já foi produzido sobre o tema e as principais divergências entre os autores. Assim para a realização deste trabalho foi utilizado levantamento bibliográfico que possibilitou a base teórica com relação aos conteúdos da pesquisa. Após as pesquisas literárias, realizou-se o trabalho de campo para identificar o processo de erosão e deposição na Costa do Rebojo na Ilha do Careiro da Várzea que constaram de registro fotográfico. Vale ressaltar, que esta etapa foi de grande importância, pois foi possível observar os aspectos que serviram de base para analisar a área de estudo. Em seguida, houve a sistematização da pesquisa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
A várzea compreende cerca de 1,5% a 2% da Amazônia brasileira VIEIRA(1992). As áreas de várzea são planícies de aluviões recentes, periodicamente recobertas pelas águas dos rios barrentos da região que ali depositam uma grande quantidade de sedimentos, como a do complexo Solimões-Amazonas, destacando nesta pesquisa a Costa do Rebojo, que apresenta uma dinâmica fluvial ativa de erosão (“terras caídas”) e deposição de sedimentos (“aterros”). Apresenta, ainda, as características específicas dos micromeios existentes na várzea da Amazônia: diques marginais (“restingas”), somente alagados pelas cheias excepcionais, conhecidos popularmente como “várzea alta” diques marginais frequentemente alagados (“várzea baixa”); presença de lagos de tamanhos e formas variados, imensas redes de canais, furos, paranás, igarapés e inúmeras ilhas fluviais, presentes em vários trechos desse ambiente A área do Rebojo é caracterizada pelo grande fluxo de águas cuja pressão hidrodinâmica é bastante intensa, toda essa extensão apresenta processos de desgaste e erosão. Mas também há outros lugares que a velocidade da água é menor, o que acarreta o processo de deposição. Nessas localidades estão sendo aterradas naturalmente. Esses dois processos trazem certa consequência para os moradores do arredor, pois precisam lidar com a perca de terra, o que as vezes os obriga a mudar a própria casa para evitar acidente por conta da erosão que provoca a perca de parte do terreno.É importante destacar que na área do Rebojo, encontra-se o Lago Joanico, este lago é a fonte de alimentação de sessenta e dois lagos, na década de 70 este local possuía aproximadamente um pouco mais de 1 km, no decorrer de 40 anos ocorreu um intenso processo de desgaste, ocasionando a perda de ¾ da área. Caso esse processo de desgaste continue ocorrendo trará consequências para toda essa localidade, como a união de alguns lagos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para sabermos quando teremos um movimento de massas, ou erosão vai depender de diversos fatores, dentre estes podemos destacar velocidade do canal, largura do canal, morfologia do canal, então as características dos canais vão condicionando os processos de denudação, desgaste, ou de deposição, em determinadas margens. A costa do Rebojo vem passando por intensas modificações geradas por erosão e deposição e com a continuidade desse processo haverá ainda mais mudanças nessa área, não somente para a população local que aprende a lidar com essas circunstâncias, mas também para a própria configuração da Ilha do Careiro que vai ganhando novas formas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, José Teixeira. Novo dicionário geológico- geomorfológico. 6ªed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2008.
VIEIRA, R. S. Várzea Amazônicas e a legislação ambiental brasileira.
IBAMA/INPA/Marx-Planck/UA. Manaus, 1992.