Anais: Outros
ANÁLISE DO ÍNDICE DE SOBREVIVÊNCIA E CRESCIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS INDICADAS PARA A RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
AUTORES
Sousa Pereira, J. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA) ; Rodrigues, S.C. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA)
RESUMO
Com o intuito de recuperar uma área alterada pelos processos erosivos, foi
realizado um plantio heterogêneo, com o emprego de espécies arbóreas selecionadas
em função de seu estágio sucessional bem como, sua adaptabilidade e
desenvolvimento na região em questão. As variáveis analisadas foram; o índice de
sobrevivência e a altura da planta conseguida aos 18 meses do plantio.
PALAVRAS CHAVES
revegetação; erosão dos solos; espécies vegetais
ABSTRACT
In order to restore a disturbed area by erosion, planting was done a
heterogeneous, with the use of selected tree species in terms of their
successional stage as well as its adaptability and development in the region in
question. The variables analyzed were: the survival rate and plant height
achieved at 18 months of planting.
KEYWORDS
revegetation; soil erosion; plant species
INTRODUÇÃO
A revegetação é uma estratégia de conservação fundamental para melhorar os
atributos físicos e químicos dos solos, além de fornecer através da cobertura
vegetal, a proteção necessária para diminuir a perda de sedimentos por erosão
hídrica (GUERRA, 1995; CHAGAS et al, 2001). È necessário ter conhecimento
pertinente ao manejo do solo e dos mecanismos de sucessão ecológica. A escolha
das espécies que reiniciarão a sucessão local obrigatoriamente deverá atender um
conjunto de quesitos associados às condições edáficas locais e um máximo grau de
interação com a biota. (CARPANEZZI, 1998). Neste contexto, foi realizado um
plantio heterogêneo no qual estão envolvidas espécies nativas e exóticas
indicadas para a recuperação de áreas degradadas. O presente estudo buscou
avaliar o índice de sobrevivência e crescimento de 132 mudas implantadas no
entorno de uma voçoroca localizada na Fazenda do Glória, em Uberlândia-MG, após
18 meses do plantio, considerando a sua classificação ecológica.
MATERIAL E MÉTODOS
O plantio foi efetivado de maneira heterogênea, que consiste no cultivo de
diferentes espécies pioneiras, secundárias e climácicas, sendo empregadas
espécies exóticas e nativas brasileiras, escolhidas por apresentarem boa
adaptabilidade na região de acordo com estudos já realizados, totalizando 132
mudas, implantadas em fevereiro de 2009. Após a primeira semana do plantio as
mudas foram vistoriadas com o intuito de verificar se as mesmas suportaram o
período de transplante dos tubetes para o local definitivo, o estudo foi
conduzido na ausência de irrigação. As variáveis analisadas foram o índice de
sobrevivência e a altura média das plantas aos 18 meses de sua implantação na
área. A sobrevivência foi calculada através da porcentagem remanescente de mudas
em relação ao número inicial de mudas plantadas. A altura foi conseguida pela
medida entre a base do caule e a gema apical principal. O monitoramento das
mudas foi realizado semestralmente através da coleta de dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Guazuma ulmifolia e a Mimosa Caesalpineafolia foram às espécies que
conseguiram o maior índice de sobrevivência, ( Figura 1) aproximadamente 90%.
Já as espécies Luehea grandiflora e Anadenanthera macrocarpa atingiram o menor
índice, 58,33% respectivamente. Contudo, as espécies apresentaram um índice
satisfatório de estabelecimento, visto que, as condições de erosão e degradação
da área (Figura 2) não são atributos favoráveis para o desenvolvimento das
plantas, evidenciando que os índices alcançados pelas espécies não são
resultantes somente da adubação, sendo importante considerar também os outros
fatores interferentes no estabelecimento das plantas como; fatores genéticos,
qualidade das mudas, o local e época do plantio.
Considerando o crescimento das espécies pertinente ao seu estágio sucessional,
observou-se que dentre as pioneiras a maior altura média foi conseguida pela
Albizia lebbek, Ochroma pyramidalis e Anadenanthera macrocarpa com valores
superiores a 100 cm. No grupo das climácicas a Luehea grandiflora obteve 74,19
cm, sobressaindo em relação às outras espécies do grupo ecológico a qual é
pertencente. Dentre as espécies pioneiras analisadas a Astronium fraxinifolium
teve o menor crescimento, 28,8 cm, embora, seja indicada para revegetação de
áreas degradadas não demonstrou boa adaptabilidade às condições do ambiente
local, entretanto, obteve índice de sobrevivência superior a 80%.
Figura 2
Croqui da área delimitada para o plantio
Fonte: Alves 2007. Org. PEREIRA, J. S. 2011.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentre as espécies avaliadas, as que apresentaram maior crescimento em altura
foram a Albizia Lebeck, a Ochroma pyramidalis e a Anadenanthera macrocarpa. Com
relação ao índice de sobrevivência a espécies Mimosa caesalpineafolia e Guazuma
ulmifolia conseguiram o melhor estabelecimento na área.
De acordo com as pesquisas referentes à revegetação, todas as espécies utilizadas
no plantio são potenciais para recuperação de áreas degradadas, entretanto,
algumas não demonstraram resultados significativos de crescimento em altura. Ao
comparar os dados relacionados ao desenvolvimento das espécies é observado que as
espécies secundárias e climácicas apresentaram menores índices de crescimento,
características próprias de seu grupo ecológico. Evidenciando que a sua
implantação na área deve ser em consórcio com as pioneiras, que possuem a
capacidade de propiciar-lhes condições adequadas ao seu desenvolvimento.
AGRADECIMENTOS
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG pelo
financiamento do projeto CRA- F1204/09 e pelo apoio para a participação no IX
SINAGEO – Simpósio Nacional de Geomorfologia, realizado no Rio de Janeiro - RJ.
Este projeto é realizado no âmbito do PROCAD/CAPES 067/2007.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
ALVES, R. R. Monitoramento dos processos erosivos e da dinâmica hidrológica e de sedimento de uma voçoroca: estudo de caso na Fazenda do Glória na zona rural de Uberlândia-MG. 2007. 104 f. Dissertação (Mestrado em Geografia), Faculdade de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007.
CARPANEZZI, A. A. Talhões pioneiros para a recuperação de ecossistemas florestais degradados. In: Seminários aspectos ecológicos de Matas Mesófilas Semidecíduas. Rio Claro: UNESP. 1991 p. 94-104.
GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T., CUNHA, S. B. (eds.). Geomorfologia, uma atualização de bases e conceitos, 2ª edição, Rio de Janeiro, 1995. Bertrand Brasil. p.149-209
CHAGAS, N. G.; NASCIMENTO, J. T.; SILVA, I. de F. da.; BELTRÃO, N. E. M. Efeito de sistema de cultivo e manejo na conservação do solo e produtividade das culturas para agricultores de sequeiro. In: 3 Simpósio Brasileiro de Captação de Água de Chuva no semi-árido. Campina Grande, 2001. Campina Grande. EMBRAPA-CNPA. v CD. Disponivel em: <http://www.abcmac.org.br/files/simposio>. Acesso em: 20 fev. 2011.