Autores

Dutra, D.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS) ; Rehbein, M.O. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS)

Resumo

Este trabalho faz parte do projeto de mapeamento geomorfológico do município de Pelotas/ RS. A fim de contribuir para com a elaboração do mesmo, apresenta como objetivo principal o mapeamento geomorfológico da área de influência do Escudo Cristalino no município de Pelotas. No intuito de atender o objetivo destacado, realizaram-se revisões bibliográficas; estruturação de um banco de dados de cartografia de base; e o mapeamento dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo. Como resultados, destacam-se a definição dos conteúdos do mapeamento geomorfológico, a caracterização geológica-geomorfológica e a cartografia e análise dos padrões de formas semelhantes da área de estudo. Por fim, destaca-se que a área de influência do Escudo Cristalino no município de Pelotas, apresenta área considerável de padrões de formas semelhantes em morros e planícies alveolares.

Palavras chaves

SIG; Elementos Topográficos; Mapeamento Geomorfológico

Introdução

Associado à evolução da sociedade, a qual exige conhecimento mais preciso sobre a realidade, o avanço do conhecimento geográfico contribui para o refinamento do seu objeto de estudo. Nesse contexto, surge a geomorfologia, ramo da ciência geográfica e que apresenta como objeto de estudo, o relevo. Como resultado final da ciência do relevo compreende-se o mapeamento (mapa) geomorfológico. Entretanto, para realizá-lo é necessário ter conhecimento conciso sobre a temática. O mapa geomorfológico constitui ampla aplicabilidade. De acordo com Argento (2009, p. 367) são utilizados “(...) para a elucidação de problemas erosivos e deposicionais (...), elaboração de cenários ambientais, (...) áreas de risco de movimento de massa e inundação” entre outras utilizações importantes. O município de Pelotas está localizado no sul do estado do Rio Grande do Sul (RS), e no contexto do estado, ocupa área de expressiva dimensão física, 1.610,08 Km² (IBGE, 2010). Em seu território, também limitando o mesmo, desenvolve-se uma rede hidrográfica de significativa importância ecológica e social, da qual cabe destacar o Arroio Pelotas, o Canal São Gonçalo e a Lagoa dos Patos. Demograficamente, o município apresenta uma população de aproximadamente 328.275 habitantes, (IBGE, 2010). Economicamente, destaca-se nos setores terciário (serviços) e no setor primário (agricultura), protagonizando num dos maiores produtores de arroz e pêssego do Brasil. Ainda, destaca-se o setor da pecuária de corte e leiteira e a produção de cereais e grãos em geral, (PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS, 2015). O disciplinamento e a ordenação territorial concretizam-se por políticas, planejamento, gerenciamento e ou monitoramento ambiental, instrumentos da gestão ambiental. Esses instrumentos se validam pelo conhecimento de variáveis do ambiente em foco, dentre elas, o relevo. Nesse contexto, o objetivo principal da presente pesquisa consiste no mapeamento geomorfológico para área de influência do Escudo Cristalino no município de Pelotas. Para tanto, faz-se necessário o desenvolvimento de objetivos específicos, fundamentalmente: a) revisão bibliográfica sobre mapeamento geomorfológico (definindo os conteúdos de abordagem: dados morfológicos, morfocronológicos, morfogenéticos e morfodinâmicos); b) cartografia de dados morfológicos do relevo (dados morfográficos e morfométricos); c) levantamento de dados relativos a evolução geológica/geomorfológica regional, a fim de se embasarem análises morfocronológicas e morfogenéticas do relevo; e d) caracterização dos dados morfológicos.

Material e métodos

Primeiramente, deve-se destacar que para realização deste trabalho, foi feito ampla revisão bibliográfica, a começar pelo entendimento do relevo, o qual se dá de acordo com três níveis diferentes e complementares, sendo a compartimentação topográfica, estrutura superficial e a fisiologia da paisagem, (AB’ SABER, 1969); (CASSETI (2014, a,b,c). Além do entendimento do relevo, conforme proposta metodológica mencionada, o presente trabalho também fundamenta-se na proposta metodológica elaborada por Ross (1992), que propõe o entendimento do mesmo em seis níveis taxonômicos. Neste estudo, será dada ênfase para a representação cartográfica do terceiro nível taxonômico que corresponde aos padrões de formas semelhantes do relevo. A fim da operacionalização da pesquisa, a estruturação do banco de dados de cartografia de base foi organizado da seguinte forma: dados vetoriais do IBGE (2013) na escala de 1:250.000 – limites municipal e distrital de Pelotas/RS e da federação; dados do projeto “Base cartográfica vetorial contínua do Rio Grande do Sul – escala 1:50.000” (HASENACK; WEBER, 2010) – curvas de nível (com equidistância de 20 metros), pontos cotados (com altitude em metros), hidrografia (cursos fluviais e corpos d’água) e sistema viário. A cartografia de dados morfológicos do relevo foi realizada através do Banco de dados de cartografia de base, previamente estruturado. O geoprocessamento no ArcGIS10.1 utilizando as ferramentas Clip (em Analysis Tools → Extract → Clip) e Editor possibilitou, respectivamente, o recorte das bases cartográficas e a posterior manipulação das informações do banco de dados cartográficos. Através da observação dos dados vetoriais (curvas de nível, hidrografias, sistema viário e pontos cotados), foi realizada a identificação e vetorização dos divisores d’água e das rupturas de aclive/declive. A partir dos dados vetoriais, também foram produzidos os mapas hipsométrico, clinográfico, e de elementos topográficos do relevo. A partir dessas informações, e com a ferramenta Layout, foi realizado a compartimentação de morfografias do revelo, definindo-se os padrões de formas semelhantes de relevo, em planícies fluviais, cabeceiras de drenagem (hollows), planícies alveolares, colinas, morrotes e morros. Os morros foram entendidos como “médias elevações do relevo, com domínio de topos arredondados, amplitudes entre 100 m e 200 m e declividades altas.” (FLORENZANO, 2008, p.13). Os morrotes foram entendidos como “baixas elevações do terreno, com domínio de topos arredondados, amplitudes entre 20 m e 60 m e declividades altas.” (FLORENZANO, 2008, p.13). As colinas foram definidas como “baixas elevações do terreno, com topos arredondados a quase planos, amplitudes entre 20 m e 60 m e declividades baixas.” (FLORENZANO, 2008, p.13). Os padrões de formas semelhantes em planícies foram entendidos como, planícies fluviais, planícies alveolares e cabeceiras de drenagem (hollows). As planícies fluviais foram identificadas como “Extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de agradação superam os de degradação.” (GUERRA e GRERRA, 2008, p. 492). Os alvéolos que neste trabalho são identificados como planícies alveolares foram consideradas como “(...) secções alargadas de um vale, geralmente entulhadas de sedimentos. Este compartimento maior é produzido pela existência de barras resistentes, ocasionando estrangulamentos.” (GUERRA e GRERRA, 2008, p. 39). E, as cabeceiras de drenagem, Referem-se a bacias, ou vales não canalizados, denominados bacias de ordem zero. São caracterizados por uma conformação topográfica côncava em planta, correspondentes aos primeiros formadores da rede de drenagem, podendo constituir o prolongamento direto da nascente dos canais fluviais de 1º ordem. (GUERRA e GRERRA, 2008, p. 97). Por fim, cabe mencionar que o mapa de padrões de formas semelhantes do relevo foi elaborado numa escala de 1:135.000.

Resultado e discussão

Conforme o propósito deste trabalho, primeiramente apresenta-se uma definição a cerca dos conteúdos de abordagem do mapeamento geomorfológico. Conforme as definições da União Geográfica Internacional (IGU) para assuntos geomorfológicos, o mapa geomorfológico deve apresentar informações sobre morfologia (morfometria e morfografia), morfogênese, morfocronologia e a morfodinâmica. (ROSS, 1992). O conceito da morfografia, “(...) refere-se aos aspectos descritivos (ou qualitativos) do relevo, representados pela sua forma e aparência, como, por exemplo, plano, colinoso, montanhoso.” (FLORENZANO, 2008, p. 12). Ainda no que diz respeito a morfologia, os conceitos morfométricos correspondem (...) aos aspectos quantitativos do relevo, como as variáveis relacionadas a: medidas de altura, comprimento, largura, superfície, volume, altura absoluta e relativa, inclinação (declividade), curvatura, orientação, densidade e freqüência de suas formas. (FLORENZANO, 2008, p. 17). Outro condicionante a ser atendido num mapeamento geomorfológico, é a morfogênese. Esse conceito, diz respeito “(...) à origem e ao desenvolvimento das formas de relevo, as quais são resultantes da atuação dos processos endógenos e exógenos”. (FLORENZANO, 2008, p. 19). Tratando-se de um conteúdo de abordagem mais atual, destaca-se a morfodinâmica. Essa natureza dos estudos geomorfológicos é entendida como ao que “(...) refere-se aos processos atuais (ativos), endógenos e exógenos que atuam nas formas de relevo”. (FLORENZANO, 2008, p. 23). Com um propósito mais direcionado para o tempo, destaca-se a morfocronologia, a qual é definida quanto ao que “(...) refere-se à idade, absoluta e relativa, das formas de relevo e aos processos a ela relacionados”. (FLORENZANO, 2008, p. 24). Considera-se, entre outros entendimentos, a compreensão da morfogênese quanto da morfocronologia, constituintes indispensáveis para compreender além do passado, o presente. Nesse sentido, entende-se que a área de estudo compreende a morfoescultura do Escudo Cristalino Sul Rio-Grandense, mas ao mesmo tempo, considera-se a área de estudo sendo diretamente influenciada pela área da Planície Costeira. Assentada sobre a morfoestrutura da Bacia Sedimentar de Pelotas, a Planície Costeira, teve sua formação geomorfológica ligada aos períodos do Pleistoceno e Holoceno, quando dos processos de Glacio-eustatismo, formando os quatro sistemas de Laguna-Barreira, e aos processos erosivos do Escudo Cristalino Sul Rio-Grandense e Planalto Meridional, os quais foram em grande parte, os condicionantes para a formação dos sistemas de Leques Aluviais. (VILLWOCK; TOMAZELLI, 2001). O Escudo Cristalino localiza-se sobre as morfoestruturas do Cráton Rio de La Plata e Cinturão Dom Feliciano. Estes foram originados da convergência dos antigos continentes sul americano e africano, estágio da formação do continente de Gondwana, entre os períodos do Proterozóico Superior e o Paleozóico, a aproximadamente 900 e 500 milhões de anos. Portanto, o Escudo Cristalino Sul Rio-Grandense constitui-se na província geológica-geomorfológica mais antiga do estado do Rio Grande do Sul. (MENEGAT et al., 1998). A partir da síntese morfocronológica e morfogenética da área de estudo, dispõe-se de arcabouço para o mapeamento subseqüente da morfologia do município de Pelotas. Nesse intuito, foram elaborados os mapas clinográfico, hipsométrico, e de elementos topográficos. A partir da análise destas informações, foram mapeados os padrões de formas semelhantes do relevo, e junto a isso, a definição da área de influência do Escudo Cristalino no município de Pelotas. Os padrões de formas semelhantes encontrados na área de estudo foram definidos como: planícies fluviais, planícies alveolares, cabeceiras de drenagem (hollows), colinas, morrotes e morros. Os padrões morfométricos cujas características são declividades baixas e altitudes médias correspondem as planícies. Os padrões morfométricos com declividades baixas e altitudes variáveis correspondem as planícies alveolares. Os padrões morfométricos com declividades e altitudes variáveis equivalem as cabeceiras de drenagem. Configurando-se por características geomorfológicas contrastantes as planícies, os padrões de formas semelhantes em colinas, morrotes e morros apresentam as seguintes características morfométricas: declividades baixas com altitudes médias; declividades médias e altitudes altas; declividade e altitudes altas, respectivamente. Com base nas definições mencionadas, foram mapeados os padrões de formas semelhantes de relevo. Observa-se que de uma área de 1610,08 km², que corresponde ao município de Pelotas, 898,38 km² equivale ao Escudo Cristalino. Portanto, essa morfoescultura é predominante no município de Pelotas. A quantificação e a espacialização dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo podem ser, respectivamente, analisadas nas figuras (01) e (02). Figura (01): quantificação dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo Organização: Danilo da Silva Dutra Figura(02): mapa dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo Conforme a espacialização dos padrões de formas semelhantes do relevo destaca-se os padrões em morros, os quais são predominantes em todas as orientações da área de estudo, com exceção do sul e sudeste, onde são menos expressivos. Os padrões em morros compreendem 309,23 km² ou 34,42% da área de estudo. Também ocupam área expressiva as planícies alveolares, com 225,96 km² ou 25,16%. Os padrões de formas semelhantes em morrotes também ocupam área expressiva, 171,92 km² ou 19,14% da área de estudo, e apresentam-se em todas as orientações, mas são predominantes no sul dessa área destacando-se nas transições com as colinas e planícies fluviais. As colinas apresentam-se no sul e sudeste da área de estudo, e fazem transição principalmente com morrotes e planícies alveolares ocupando área de 67,87 ou 7,55%. As planícies fluviais predominam no sul e nos extremos norte e nordeste da área de estudo, perfazendo os baixos cursos dos principais cursos fluviais e ocupam uma área de 63,72 km² ou 7,09%. Por fim, as cabeceiras de drenagem são encontradas em todas as orientações da área de estudo, com área de 59,68 km² ou 6,64%, portanto esses padrões de formas semelhantes do relevo têm menor expressão territorial.

Quantificação dos padrões de formas semelhantes da área de estudo

Esta tabela mostra alguns dados ligados a morfometria dos padrões que compreendem a área de estudo. Organização: Danilo da Silva Dutra

Mapa dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo

Este mapa mostra a espacialização dos padrões de formas semelhantes do relevo da área de estudo. Organização: Danilo da Silva Dutra

Considerações Finais

Considera-se a abordagem a cerca das definições dos conteúdos de um mapeamento geomorfológico, bem como suas definições, aspectos importantes para fundamentar o tipo de trabalho que se apresenta. A caracterização da evolução geológica-geomorfológica regional considera-se como embasamento para as considerações morfogenéticas e morfocronológicas, e que deverão ser acrescidas com a análise da litologia da área de estudo. Também considera-se que o entendimento da área do Escudo Cristalino em Pelotas está atrelado ao entendimento da área da Planície Costeira. A morfogênese do Escudo Cristalino está ligada aos episódios de glacio-eustatismo da Planície Costeira. Contudo, destaca-se que o presente trabalho compreende pesquisa de maior complexidade, a qual se encontra em curso, e que para o mapeamento geomorfológico da área de estudo, requer ainda o estudo de outros condicionantes. Intenciona a caracterização dos padrões de formas semelhantes do relevo a partir das análises hidrográfica, do clima, pedológica e dos usos e coberturas da terra. Também é pretendido o estudo das mordinâmicas do relevo, a partir de observação das características dos usos e coberturas da terra e análises de imagens de satélites de alta resolução espacial, cujos resultados serão averiguados através de trabalhos de campo. Portanto, considera-se o presente trabalho um suporte metodológico para realização de trabalho de mapeamento geomorfológico.

Agradecimentos

Referências

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