Autores

Souza, M.C.S. (UFPB) ; Araújo Segundo Neto, F. (UFPB) ; Oliveira, D.S. (UFPB) ; Vianna, P.C.G. (UFPB)

Resumo

este trabalho tem o objetivo de mapear os solos do município de Arcoverde - Pernambuco- Brasil, almejou realizar o mapeamento digital dos solos do município de Arcoverde, Sertão do estado de Pernambuco, que nos leva-se a uma interpretação sobre a dinâmica dos da paisagem ligada a cobertura dos solos. Estes mapas foram elaborados a partir do Arc Gis 10.2, de modo a classificar os solos de acordo com a nova nomenclatura utilizando o Manual Técnico de Pedologia elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia); o Levantamento de Reconhecimento de Baixa e Média Intensidade dos Solos do Estado de Pernambuco e o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, ambos elaborados pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.pode-se afirmar que eles se formam por diversos fatores como por exemplo cambissolo, que se desenvolvem em regiões serranas ou montanhosas, que dependendo das condições de relevo suave e sem presença de cascalhos ocorrem em grandes expressões.

Palavras chaves

Solo; Arcoverde; Mapeamento digital

Introdução

Esse trabalho resulta de uma atividade de laboratório, da qual se almejou realizar o mapeamento digital dos solos do município de Arcoverde, Sertão do estado de Pernambuco, que nos leva-se a uma interpretação sobre a dinâmica dos da paisagem ligada a cobertura dos solos. Estes mapas foram elaborados a partir do Arc Gis 10.2, de modo a classificar os solos de acordo com a nova nomenclatura utilizando o Manual Técnico de Pedologia elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia); o Levantamento de Reconhecimento de Baixa e Média Intensidade dos Solos do Estado de Pernambuco e o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos, ambos elaborados pela EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2000 e 2006 respectivamente) e também a tabela de convenção de cores para mapas/cartas de solos – Segundo o Nível Categórico (Sistema PANTONE, CMYK, RGB e HSV – para ArcView). A ideia de elaborar mapas digitais, se faz devido a sua relevância para responder à demanda de informações das atividades humanas, das quais se podem destacar o manejo de solos na agricultura, manejo da água na paisagem e o planejamento do uso das terras (EMBRAPA). A busca na elaboração dos mapas e a sua classificação na nomenclatura atualizada dos solos a partir dos manuais técnicos e sistemas de classificação dos solos, surge segundo a EMBRAPA, com o intuito de induzir a pesquisa nesse ramo, tendo em vista que essa pratica do ramo acadêmico é muito pouca explorada. Junto a isso buscar compreender as diferentes dinâmicas que condicionam a morfologia da área. No que tange ao Mapeamento Digital dos Solos (MDS), pode-se ressaltar segundo a EMBRAPA, que surgiram a partir da década de 80, com advento da geoestatística, na qual as informações sobre os solos foram se tornando cada vez mais precisas, passando a ajudar de uma forma mais incisiva na tomada de decisões. Foi nesse momento que surgiram os MDS, unindo a geologia, geomorfologia e os fatores que influenciam na formação do solo: clima, organismos, relevo, material de origem tempo. Graças aos MDS como assim afirma a EMBRAPA, existe a possibilidade de interagir o conhecimento tácito dos pedólogos sobre a relação solos-paisagem e automatização de processos via mapeamento digital e de propriedades de classes de solos. Relacionar os solos com a paisagem do município, faz parte desse percurso metodológico tendo em vista que, a paisagem com suas variadas facetas influenciando no processo de formação de cada solo, devido aos seus aspectos físicos e a sua biomassa que se manifestam de forma diversificada. Muito embora será realizada a relação dos solos com a paisagem, cabe aqui ressaltar que, esta análise não será realizada de uma forma ampla e abrangente, mais sim, de uma forma sintética, visando abordar mais as características físicas de acordo com os seus fatores que influenciam e/ou determinam no processo de formação dos solos. Dessa forma escolheu-se o município de Arco Verde – Pernambuco, para realizar uma classificação dos solos, o município segundo a CPRM (2005) está localizado na mesorregião Sertão e na Microrregião Sertão do Moxotó do Estado de Pernambuco. E que de acordo com os aspectos físicos está inserido na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, formada por maciços e outeiros altos, com altitude variando entre 650 a 1.000 metros, de modo que seu relevo se apresenta geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. E no que diz respeito a sua vegetação ela é formada por Florestas Subcaducifólica e caducifólica.

Material e métodos

De acordo com CRISTIANO (2012) a metodologia tradicional de levantamento de solos se baseava em observações de campo. Entretanto novos desafios estão sendo colocados para o levantamento de solos como o desenvolvimento de ferramentas como a tecnologia de sistemas de informações geográficas (SIG) e novos métodos de modelagem uma vantagem dos mapeamentos digitais dos solos, segundo o mesmo autor, tem sido uma rápida alternativa econômicas em relação ao método tradicional de mapeamento, pois podem ser criados sistemas de informações espaciais de solos, utilizando modelos numéricos para a inferência das variações espaciais de informação dos solos a partir de observações e conhecimento dos solos e de vários ambientes correlacionadas com as variáveis geomorfométricas, declividade, curvaturas dentre outras. MAPAS DIGITAIS DOS SOLOS O mapa digital foi elaborado a partir dos dados do ZAPE – Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco, que são um documento de formato digital, que contempla, de forma integrada informações sobre solos, clima, recursos hídricos, socioeconômica, potencial de terras para irrigação e aptidão pedoclimática por cultura, de todo Estado de Pernambuco, possibilitando planejamentos em escola estadual ou municipal com vistas ao desenvolvimento rural e sustentável (EMBRAPA). De acordo com ROSA 2007, a palavra mapa é de origem cartachinesa “toalha de mesa”, uma vez que na época os navegadores e os negociantes ao discutir sobre suas rotas, caminhos e localidades, rabiscavam diretamente sobre as toalhas, surgindo daí a denominação mapa. Ainda no mesmo pensamento do autor é afirmado que a palavra carta parece ser de origem egípcia, e significa papel, que vem diretamente do papiro. No tratando dos mapas no Brasil, pode- se afirmar conforme Archela (2007), que sua origem tem se dado antes mesmo de seu descobrimento no início do século XVI e que tem se desenvolvido até o século XIX. É de salurar que as tecnologias que envolvem os mapeamento digitais, só tem ganhado força após a segunda Guerra Mundial com a invenção do NAVSTAR GPS (NAVSTAR GPS - NAVigation System withTime And Ranging Global Positioning System).que nada mais é do que um sistema de rádio de navegação baseados em satélite desenvolvido e controlado pelo departamento de defesa dos Estados Unidos, que permite qualquer usuário saber a sua localização, velocidade e tempo, 24 horas por dia (ROBERTO ROSA 2007). De acordo com CRISTIANO (2012) a metodologia tradicional de levantamento de solos se baseava em observações de campo. Entretanto novos desafios estão sendo colocados para o levantamento de solos como o desenvolvimento de ferramentas como a tecnologia de sistemas de informações geográficas (SIG) e novos métodos de modelagem uma vantagem dos mapeamentos digitais dos solos, segundo o mesmo autor, tem sido uma rápida alternativa econômica em relação ao método tradicional de mapeamento, pois podem ser criados sistemas de informações espaciais de solos, utilizando modelos numéricos para a inferência das variações espaciais de informação dos solos a partir de observações e conhecimento dos solos e de vários ambientes correlacionadas com as variáveis geomorfométricas, declividade, curvaturas dentre outras.

Resultado e discussão

Do mapeamento digital dos solos de Arco Verde (figura 01), destacam-se os cambissolos, grupamento dindiferenciado de podzólico amarelo e podzólico vermelho amarelo, planossolo solódico e não solódico, argissolos vermelho- amarelo, neossolos litólicos e neossolos regolíticos. Cambissolos: Solos pouco desenvolvidos, que ainda apresentam características do material originário (rocha) evidenciado pela presença de minerais primários. São definidos pela presença de horizonte diagnóstico B incipiente (pouco desenvolvimento estrutural) apresentando baixa (distróficos) ou alta (eutróficos) saturação por bases, baixa a alta atividade da argila, segundo critérios do SiBCS (Embrapa, 2006). Podzólico amarelo: Esta classe compreende solos com horizonte B textural, não hidromórficos, com argila de atividade baixa, devido ao material do solo ser constituído por sesquióxidos, argilas do grupo 1:1 (caulinitas), quartzo e outros materiais resistentes ao intemperismo e saturação de bases (V%) baixa, isto é, inferior a 50%. (Embrapa, 2006). Podzólico vermelho amarelo: São solos minerais, não-hidromórficos, com horizonte A ou E (horizonte de perda de argila, ferro ou matéria orgânica, de coloração clara) seguido de horizonte B textural, com nítida diferença entre os horizontes. Apresentam horizonte B de cor avermelhada até amarelada e teores de óxidos de ferro inferiores a 15%. Podem ser eutróficos, distróficos ou álicos. Têm profundidade variadas e ampla variabilidade de classes texturais. Planossolo solódico: Esta classe compreende solos com horizonte B textural, normalmente com argila de atividade alta, saturação com sódio (100.Na+/T) entre 6 e 15% nos horizontes Bt e/ou C, mostrando estes horizontes subsuperficiais feições associadas com umidade (mosqueado e/ou cores de redução), em face da drenagem imperfeita, apresentando problemas de encharcamento durante o período chuvoso e ressecamento e fendilhamento durante a época seca. (FUNCENE, 2016). Argissolos vermelho-amarelo: Os Argissolos Vermelho-Amarelos (PVA) são solos também desenvolvidos do Grupo Barreiras de rochas cristalinas ou sob influência destas. Apresentam horizonte de acumulação de argila, B textural (Bt), com cores vermelho-amareladas devido à presença da mistura dos óxidos de ferro hematita e goethita. As cores destes solos situam-se principalmente no matiz 5YR com valores de 4 a 6 e croma de 6 a 8;podendo em menor frequência ocorrer cores no matiz 7,5YR com valor 4 e croma 6, com a presença ou não de mosqueados, constituindo ou não coloração variegada, com ou sem plintita e, muito raramente com a presença de horizonte fragipânico. São solos profundos e muito profundos; bem estruturados e bem drenados; com sequência de horizontes A, Bt; A, BA, Bt; A, E, Bt etc. Há predominância do horizonte superficial A do tipo moderado e proeminente, apresentam principalmente a textura média/argilosa, podendo apresentar em menor frequência a textura média/média e média/muito argilosa. Apresentam também baixa a muito baixa fertilidade natural, com reação fortemente ácida e argilas de atividade baixa. Quando estes solos ocorrem nas superfícies que precedem o Planalto da Borborema, desenvolvidos de rochas cristalinas ou sob influência destas, podem apresentar o caráter eutrófico ou distrófico, porém, raramente com alta saturação por alumínio, indicando baixa a média fertilidade natural. Estes solos ocupam áreas mais restritas na Zona da Mata Sul de Pernambuco, estando mais relacionados com os ambientes de floresta subcaducifólia. (EMBRAPA, 2006). Neossolos litólicos: Compreendem solos rasos, onde geralmente a soma dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, estando associados normalmente a relevos mais declivosos. As limitações ao uso estão relacionadas a pouca profundidade, presença da rocha e aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes fatores limitam o crescimento radicular, o uso de máquinas e elevam o risco de erosão. Sua fertilidade está condicionada à soma de bases e à presença de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos distrófios e alícos. Os teores de fósforo são baixos em condições naturais. Neossolos regolíticos: Neossolos pouco desenvolvidos, não hidromórficos e de textura normalmente arenosa, apresentando alta erodibilidade principalmente em declives mais acentuados.

mapa dos solos de Arcoverde

mapa sobre a distribuição dos diferentes tipos de solos presentes no municipio de Arcoverde

Considerações Finais

Percebeu que foram apontadas características físicas dos municípios como clima, relevo, geologia, vegetação e topografia, pois sabe-se que os solos resultam da interação simultânea desses aspectos na paisagem. A ideia de apresentar mapas digitais de solos, foi exatamente o de apontar que eles se fazem relevantes para responder a demanda das informações das atividades humanas em suas diversas facetas e também de mostrar como a relação dos solos com a paisagem pode influenciar de uma certa forma na metodologia, tendo em vista que os solos são resultados da interação dos aspectos físicos da paisagem sobre a superfície terrestre. Para análise e interpretação dos solos de Arco Verde, pode-se afirmar que eles se formam por diversos fatores como por exemplo cambissolo, que se desenvolvem em regiões serranas ou montanhosas, que dependendo das condições de relevo suave e sem presença de cascalhos ocorrem em grandes expressões. De acordo com a Embrapa (2006) este tipo de solo compreende uma grande variedade de solos minerais, não hidromórficos, pedogeneticamente pouco evoluídos, com pequena variação textural ao longo do perfil. De acordo com a Embrapa (2000) os processos de formações desse solo dependem muito de sua heterogeneidade do material de origem, e de outros fatores de formação dos solos, como o clima e o relevo, as características destes solos variam muito de um local para outro.

Agradecimentos

Referências

CRISTIANO. C. S. Mapeamento digital das classes do solo: Aplicação de Metodologia na Folha Botucatu (SF-22-Z-B-IV-3) e validade de campo. Opical Disertação de Mestrado do Instituti Agronomo de pós-graduação em agricultura tropical e subtropical. 2007. Pag 213.

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