Autores

Resende, A.V. (PUC MINAS) ; Evangelista, V.K.P. (PUC MINAS) ; Bueno, G.T. (UFG)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar, em uma abordagem sistêmica, as características físicas, bióticas e morfométricas, uso e ocupação do solo e processos erosivos na bacia do rio Santo Antônio, bacia federal do rio Grande (MG). Foram utilizadas bases cartográficas, imagens de satélite e trabalhos de campo. Os mapas temáticos foram elaborados no ArcGis 9.3. Verificou-se que os fragmentos florestais nativos estão, principalmente, estabelecidos sobre LATOSSOLOS e distribuídos pela sub-bacia do ribeirão do Mosquito. Nessa sub-bacia predomina o Grupo Nova Lima e é a mais afetada por movimentos de massa. A outra sub-bacia, a do rio Santo Antônio, possui maior potencial erosivo ao longo de suas encostas, havendo concentração de voçorocas ativas e paleovoçorocas, especialmente sobre a unidade litológica Suíte Alto Maranhão, perfazendo 0,97 voçoroca/km². Conclui-se que as feições erosivas na bacia do rio Santo Antônio são fruto de um processo natural, mas catalisado por ações antrópicas.

Palavras chaves

Análise geoambiental; bacia hidrográfica; rio Santo Antônio (MG)

Introdução

Nas últimas décadas do século XX a questão ambiental, motivada pela exploração crescente dos recursos naturais e pelo aumento da degradação do meio ambiente, tem sido alvo de preocupações tanto na academia quanto na sociedade. A partir de então, pensa-se em novos caminhos para o futuro da humanidade e, consequentemente, num modelo socioeconômico mais sustentável. Segundo Ferreira (2007), a sustentabilidade deve acontecer numa perspectiva sistêmica e a busca por soluções deve ocorrer de forma holística. Nesse contexto, surgem as propostas de cunho sistêmico e sua fundamentação integrada da abordagem do objeto de estudo e do entendimento do todo (sistema) e de sua inerente complexidade (VICENTE; PEREZ FILHO, 2003). Na abordagem sistêmica, a gestão de bacia hidrográfica e seu entendimento como unidade de planejamento, gestão e intervenção é um dos caminhos atualmente proposto. Nessa perspectiva, a bacia hidrográfica é entendida como uma célula básica de análise ambiental, na qual está implícita a visão sistêmica e integrada do ambiente (BOTELHO; SILVA, 2004), e é uma [...] unidade natural de análise da superfície terrestre, onde é possível reconhecer e estudar as inter-relações existentes entre os diversos elementos e processos que atuam na sua esculturação [...], sendo, dessa forma, “[...] uma das alternativas para o planejamento e gerenciamento ambiental”. (MENDONÇA, 2007). Assim, a adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise, de planejamento e de gestão ambiental é o caminho mais adequado para se tratar de questões ligas à sustentabilidade. Destaca-se ainda que a gestão em nível de bacia hidrográfica está em consonância com o estabelecido pela Política Nacional dos Recursos Hídricos, Lei Federal nº 9.433/1997 (BRASIL, 1997). A área de estudo é a bacia do rio Santo Antônio, que abrange quatro municípios integrantes da macrorregião mineira dos Campos das Vertentes: Coronel Xavier Chaves, Lagoa Dourada, Resende Costa e Ritápolis. O rio Santo Antônio é um importante afluente da margem direita do rio das Mortes, localizado na bacia federal do rio Grande. O rio das Mortes integra a Unidade de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos Vertentes do Rio Grande – UPGRH GD2. A área de estudo é referência na literatura em degradação ambiental devido a processos erosivos (CETEC, 1988; MOREIRA, 1992; MOREIRA; FERREIRA; MARTINS JÚNIOR, 2003; IGAM, 2012) e vem nos últimos anos sofrendo significativas transformações econômico-produtivas. Nessa perspectiva, o objetivo principal do trabalho foi analisar e relacionar, em uma abordagem sistêmica, as características físicas e bióticas, dois parâmetros morfométricos, o uso e a ocupação do solo e os processos erosivos na bacia do rio Santo Antônio. A caracterização física-biótica constou de: geologia, clima, geomorfologia, pedologia, hidrografia e vegetação. Na análise morfométrica foram calculados a energia ou amplitude do relevo e o perfil longitudinal. O uso e a ocupação do solo foram relacionados com as alterações na paisagem natural. Os processos erosivos foram subdivididos em voçorocas, paleovoçorocas e movimentos de massa.

Material e métodos

O Estudo constou basicamente de três etapas: pesquisa bibliográfica, trabalhos de campo e de interpretação dos dados secundários e primários. Primeiramente, foi realizada pesquisa bibliográfica: aspectos metodológicos, abordagem sistêmica, gestão de bacias hidrográficas, legislação ambiental, redes fluviais, análise morfométrica e ocupação histórica da área de estudo. As informações secundárias compreenderam principalmente: material bibliográfico; bases cartográficas (analógicas e digitais) disponibilizadas pelos órgãos oficiais (CODEMIG, CPRM, DER, IBGE, IGA, IGAM, IEF e INPE); imagens disponibilizadas pelo INPE: satélite Landsat 5 TM, datadas de 21/09/11, órbita 218, pontos 74 e 75, combinação das bandas 5, 4 e 3; e imagens do Google-Earth (acessos entre maio e julho de 2013). Os dados primários foram coletados quando da realização das diversas visitas a campo ao longo dos anos de 2012 e 2013. Nos trabalhos de campo foram verificadas as informações temáticas levantadas na pesquisa, isto é, procurou-se conhecer empiricamente as características da dinâmica ambiental, da organização espacial e da ocupação antrópica da bacia. Os mapas temáticos da área de estudo foram elaborados a partir das bases (arquivos shapefile) tratadas no software ArcGis 9.3, disponível no Laboratório de Estudo Ambientais do Programa de Pós-graduação em Geografia da PUC Minas, campus Coração Eucarístico. Esses mapas temáticos foram utilizados na caracterização geoambiental da área de estudo e na sua avaliação ambiental. Para delimitação da área de estudo foram consultadas as bases analógicas do IBGE, as cartas planialtimétricas do mapeamento sistemático: folhas SF-23-X-A-V-3, SF-23-X-A-V-4, SF-23-X-C-II-1 e SF-23-X-C-II-2, na escala 1:50.000 (IBGE, 1976). Na análise da geologia foram utilizadas as bases digital e analógica do Mapa Geológico do Estado de Minas Gerais, escala 1:1.000.000, elaborado pela COMIG e pelo CPRM (2003). Para avaliação da geomorfologia foram consultados os mapas analógicos de Geomorfologia e de Avaliação do Relevo do projeto RADAMBRASIL, na escala 1:1.000.000 (BRASIL, 1983a,b) e as cartas planialtimétricas do IBGE. A classificação climática adotada foi a de Köppen e Geiger (1928), adaptada por Sá Júnior (2009). Na análise hidrográfica foi utilizada a base digital de hidrografia elaborada pelo IGAM (SIAM, 2013b). A nomenclatura e a localização da rede hidrográfica foram baseadas nas quatro cartas do IBGE. O mapa de solos foi elaborado a partir de um arquivo shapefile criado sobre o mapa analógico de Reconhecimento de Média Intensidade dos Solos da Zona Campos das Vertentes - MG (BARUQUI; NAIME; MOTTA; CARVALHO FILHO, 2006), na escala 1:1.250.000. Para análise da vegetação nativa original foram consultados três mapas analógicos: Mapas de Biomas do Brasil e de Vegetação do Brasil (IBGE, 2004a,b), escala 1:5.000.000; e Mapa de Vegetação do Projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1983a): folhas SF. 23/24 Rio de Janeiro/Vitória, escala 1:1.000.000. Para elaboração do mapa de processos erosivos foi criado um arquivo shapefile a partir do mapa analógico de processos erosivos elaborado por Moreira; Ferreira; Martins Júnior (2003). Para o mapa de uso e ocupação do solo foi utilizada a base digital elaborada pelo IEF (SIAM, 2013b). Destaca-se que foram visitados em campo alguns pontos específicos, com base nas imagens de satélite, visando avaliar empiricamente as duas últimas temáticas analisadas. Os dados de altimetria, utilizados no cálculo da amplitude do relevo, foram obtidos através do cruzamento das cartas do IBGE com as imagens de satélite disponibilizadas pelo aplicativo Google Earth e as altitudes colhidas utilizando-se um GPS Garmim 60CSX. Para a elaboração dos perfis longitudinais utilizou-se imagens do satélite ASTER GDEM (2011). Os traçados das nascentes até a foz, seguindo os talvegues, foram elaborados no programa ArcGis 9.3. Os traçados foram posteriormente exportados e tratados no software Excel e transformados em gráficos cartesianos.

Resultado e discussão

O padrão da rede de drenagem do rio Santo Antônio é dendrítico. Suas principais nascentes estão situadas acima dos 1.000 m de altitude. O ponto mais alto na bacia está a 1.316 m e sua foz está próxima aos 892 m. A área de drenagem é de 513 km², subdividida em duas sub-bacias (figura 1): a do ribeirão do Mosquito (principal afluente), localizada a centro-leste, com uma área de drenagem de 201 km² e a do rio Santo Antônio, localizada a oeste-norte, possuindo 312 km². A Q7,l0 calculada, em maio de 2013, para a sua foz foi de 2,8 m³/s, considerando uma vazão específica (ou rendimento específico) média de 6,0 l/s.km2 (SIAM, 2013; SOUZA, 1993). Se comparada com o restante do Estado de Minas Gerais, a bacia do rio santo Antônio, e também a do rio das Mortes, é uma região com significativa disponibilidade hídrica. A área está localizada no extremo sul do Cráton São Francisco, sendo formada por duas unidades geológicas predominantes (figura 2): Grupo Nova Lima (Supergrupo Rio das Velhas) e Suíte Alto Maranhão (granitóide paleoproterozóico do Cinturão Mineiro). Com relação à litologia, o Grupo Nova Lima é formado por rochas metabásicas, metagrauvacas e xistos; e a Suíte Alto Maranhão por granito, granodiorito, migmatito e tonalito. (CODEMIG; CPRM, 2003). Na sub-bacia do ribeirão do Mosquito a predominância é da primeira unidade litológica, já na do rio Santo Antônio é da segunda unidade. A área possui duas classes climáticas: Cwa, a maior parte, e Cwb, nos extremos oeste, leste, noroeste, nordeste e norte da sub-bacia (SÁ JÚNIOR, 2009). Tal fato se justifica pela topografia, uma vez que nessas áreas (Cwb) as altitudes ultrapassam os 1.100 m, o que determina temperaturas médias menores durante todo o ano. A região está localizada num Escudo Exposto, cujas características gerais são abóbadas de arqueamento e saliências das dorsais, e no domínio morfoclimático dos “Mares de Morros” (AB’SABER, 2010). Segundo o projeto RADAMBRASIL (BRASIL, 1983b), a bacia do rio Santo Antônio está localizada, em quase sua totalidade, na unidade geomorfológica Planalto dos Campos das Vertentes, subdivisão da região geomorfológica Planalto Centro Sul de Minas, integrante do domínio morfoestrutural Escudo Exposto. O compartimento oriental do Planalto dos Campos das Vertentes, onde está localizada a bacia, ostenta predominantemente modelados de dissecação homogênea, compondo-se de grandes colinas e morros de topos convexo-côncavos, comumente dominados por linhas de cumeadas e cristas de topos aguçados. Os entalhamentos das drenagens são em geral profundos e configuram vales encaixados em forma de “V”. As terras possuem topografia com relevo forte ondulado e montanhoso. A área possui duas classes de solo predominantes: os CAMBISSOLOS (HÁPLICO Tb Distrófico) estão localizados principalmente na sub-bacia do rio Santo Antônio, enquanto os LATOSSOLOS (VERMELHO-AMARELO Distrófico) predominam na sub-bacia do ribeirão do Mosquito (BARUQUI; NAIME; MOTTA; CARVALHO FILHO, 2006). Com relação à vegetação original, há predominância de Cerrado na sub-bacia do rio Santo Antônio e de Floresta Estacional Semidecidual na sub-bacia do ribeirão do Mosquito. Ambas as formações vegetais encontram-se bastante antropizadas (SCOLFORO; CARVALHO, 2006), especialmente com a introdução da braquiária para pastagem e da silvicultura, o eucalipto. Na sub-bacia do ribeirão do Mosquito há menos plantações de eucalipto, apesar de também serem significativas na paisagem às áreas com braquiária. Os fragmentos florestais nativos de Floresta Estacional Semidecidual estão estabelecidos principalmente sobre LATOSSOLOS e distribuídos pela sub-bacia do ribeirão do Mosquito, notadamente nos topos e nas encostas dos morros. Na análise morfométrica, foi calculada a amplitude do relevo – Hm (HUBP, 1988, GARBOSSA, 2003, SILVA, 2006) para as duas sub-bacias e para as microbacias de seus principais cursos d’água levando-se em conta a diferença máxima de altitude medida entre o divisor e a foz dos cursos d’água (figura 1). A bacia do rio Santo Antônio possui uma amplitude do relevo de 424 m, sendo a amplitude média de 231,5 m. Se analisadas separadamente, a sub-bacia do rio Santo Antônio possui Hm de 415 m, variando entre o mínimo de 134 m no córrego Cachoeirinha e o máximo de 358 m no ribeirão dos Marianos. Na sub-bacia do ribeirão do Mosquito a Hm foi de 352 m, variando entre o mínimo de 129 m nos córregos do Retiro e do Mosquito e o máximo de 274 m no córrego Barracão. Se analisadas as médias de Hm nas duas sub-bacias, verifica-se que a amplitude do relevo média na primeira é 34% maior que na segunda, 265 m e 198 m respectivamente. Pelos dados apresentados, podemos inferir que a sub-bacia do rio Santo Antônio possui maior potencial erosivo ao longo de suas encostas (RESENDE, 2013). Perfil longitudinal de um rio é uma representação gráfica que demonstra a variação de declividade entre a nascente e a foz, relacionando para os diversos pontos do curso fluvial a posição altimétrica e a distância da nascente. O perfil longitudinal é expresso numa curva obtida num gráfico cartesiano, no qual a ordenada corresponde à altitude, a abscissa à distância jusante e a tangente expressa o gradiente do canal no trecho estudado (MARTINEZ, 2005). Foram calculados os perfis longitudinais do rio Santo Antônio e do ribeirão do Mosquito (figura 3). Verificou-se que o perfil desse último está mais equilibrado que o do primeiro. Dessa forma, a linha do perfil do ribeirão do Mosquito, a partir do seu trecho inicial na Serra das Vertentes, apresenta menos convexidade que o do rio Santo Antônio, o que evidencia uma drenagem mais equilibrada. Destaca-se que, após sair da Serra das Vertentes, nas proximidades da confluência entre os córregos Barracão e Mosquito, o perfil do ribeirão do Mosquito tende ao equilíbrio dinâmico. Já o perfil longitudinal do rio Santo Antônio, em seu trecho inicial na Serra das Vertentes e no começo de seu trecho médio, apresenta trechos bastante convexos, portanto, em estado maior de desequilíbrio. A partir desse trecho, nas proximidades da confluência com o ribeirão dos Marianos, a drenagem fica mais equilibrada, apesar de ainda apresentar pequenas convexidades. Destaca-se que no alto curso do rio Santo Antônio, o trecho mais convexo, ocorrem várias rupturas de declive, os chamados “knickpoints” ou soleiras, que são popularmente conhecidas como corredeiras ou cachoeiras, quando são mais abruptas. Analisando os dois perfis longitudinais, principalmente o do rio Santo Antônio, percebe-se que os cursos d’água ainda não atingiram a fase de equilíbrio dinâmico, assim, há uma tendência à degradação e à erosão acelerada na bacia. Na área de estudo foram identificados 754 focos de erosão, sendo 447 voçorocas ativas e 384 paleovoçorocas. Essas últimas são processos erosivos do Terciário e do Quaternário, portanto, já estabilizados e colonizados (MOREIRA, 1992). Das voçorocas ativas, 297 estão na sub-bacia do rio Santo Antônio e 150 na sub-bacia do ribeirão do Mosquito. Se forem relacionadas as voçorocas ativas com as áreas das sub-bacias, tem-se para na do rio Santo Antônio há 0,97 voçoroca/km² e na do ribeirão do Mosquito 0,75 voçoroca/km². Assim, na sub-bacia do rio Santo Antônio há praticamente 1 voçoroca ativa em cada km² (100 ha). A área-núcleo onde há concentração de voçorocas ativas e peleovoçorocas é o trecho médio da sub-bacia do rio Santo Antônio e da sub-bacia do ribeirão do Mosquito (figura 2). Na sub-bacia do rio Santo Antônio, na área mais crítica, foram localizadas 203 voçorocas ativas, o que corresponde a 68% do total. Essas voçorocas estão concentradas principalmente à montante de corredeiras e cachoeiras, que são as áreas nas quais o perfil do rio está em maior desequilíbrio, portanto, com maior potencial erosivo. Na sub-bacia do ribeirão do Mosquito foram identificadas 150 voçorocas ativas. Com relação aos movimentos de massa, a sub-bacia mais afetada é a do ribeirão do Mosquito.

Figura 1

Sub-bacias e amplitude do relevo na bacia do rio Santo Antônio – MG

Figura 2

Processos erosivos, unidades geológicas e litologias na bacia do rio Santo Antônio - MG

Figura 3

Perfis longitudinais do rio Santo Antônio e do ribeirão do Mosquito

Considerações Finais

A gênese dos fenômenos erosivos é complexa e resulta da associação de vários fatores em escalas diferentes. Na bacia do rio Santo Antônio pode-se fazer várias relações entre ocorrência de voçorocas e fatores naturais e antrópicos, como: litologia, geomorfologia, pedologia, sistema fluvial e uso e ocupação do solo. A área-núcleo onde há concentração de voçorocas ativas e paleovoçorocas é o trecho médio das sub-bacias do rio Santo Antônio, principalmente, e do ribeirão do Mosquito. Essa área está predominantemente sobre a unidade geológica Suíte Alto Maranhão. Em relação aos solos, a maioria das voçorocas está localizada em CAMBISSOLOS, esses geralmente estão associados às formações geológicas da Suíte Alto Maranhão. As áreas degradadas na bacia associam-se à supressão de vegetação nativa, à pecuária extensiva e à mineração. Essas áreas são atualmente as mais suscetíveis a processos erosivos, tanto lineares quanto laminares. As pastagens degradadas estão quase sempre sobre a unidade geológica Suíte Alto Maranhão e localizadas principalmente na sub-bacia do rio Santo Antônio. O sistema fluvial da bacia ainda está em desequilíbrio, ou seja, em processo de encaixamento no relevo, especialmente nessa sub-bacia. Assim, os processos erosivos na área de estudo estão associados à evolução do sistema hidrográfico. Portanto, pode-se concluir que as erosões, especialmente as voçorocas, na bacia do rio Santo Antônio são fruto de um processo natural, mas catalisado por ações antrópicas.

Agradecimentos

Agradecemos ao professor e orientador Guilherme Taitson Bueno pelas conversas, críticas, paciência e orientação quando da realização do mestrado no Programa de Pós-Graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

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